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Cena de quadrinhos no DF tem crescido com apoio do FAC

Política de incentivo local tem ajudado autores locais a criar obras reconhecidas no Brasil e exterior, somando mais de R$ 340 mil desde 2019

 

Lúcio Flávio, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

 

“As histórias em quadrinhos são uma das linguagens contempladas pelos editais do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Distrito Federal, fico feliz que essas publicações do gênero estejam sendo lançadas, mostrando que a Secec está diversificando o acesso à cultura em todos os segmentos”João Moro, subsecretário de Fomento e Incentivo Cultural

Paixão de muitos adolescentes, histórias em quadrinhos têm ganhado cada vez mais fãs e criadores no Distrito Federal. Uma prova da força do segmento foi a quantidade de estandes dedicados às históricas gráficas na Bienal do Livro deste ano e um espaço voltado exclusivamente ao gênero para conversas, debates e entrevistas. Ao todo, foram nove convidados entre os dias 23 e 29 de outubro.

Pelo menos oito títulos foram lançados com o incentivo da lei de fomento distrital de 2019 para cá, totalizando mais de R$ 340 mil investidos no segmento. “As histórias em quadrinhos são uma das linguagens contempladas pelos editais do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Distrito Federal, fico feliz que essas publicações do gênero estejam sendo lançadas, mostrando que a Secec está diversificando o acesso à cultura em todos os segmentos”, explica João Moro, subsecretário de Fomento e Incentivo Cultural (Sufic).

“Temos uma cena de quadrinhos independente em Brasília bastante diversificada, com diferentes temáticas, ambições e referências estéticas”, explica Pedro Brandt, jornalista, fundador do site sobre histórias em quadrinhos Raio Laser e curador da programação dedicada ao gênero da Bienal Internacional do Livro de Brasília (Bilb).

Mas, apesar do prestígio e apelo das publicações, com o passar dos anos, segundo Brandt, a maioria dos artistas envolvidos com arte ainda não têm independência profissional. Daí a relevância e importância de políticas de fomento como o FAC. “Ainda assim, nos últimos 10 anos, foi possível perceber um aumento não só na quantidade, como na qualidade da produção de quadrinhos locais”, pontua o especialista.

Lucas Marques é autor de títulos como Ciça, A Menina-Saci, CesarianaAll the things we don’t say e Ritos de Passagem – Quando Éramos Irmãos, obra finalista do Prêmio Jabuti 2021, respeitada honraria literária do país. Todos financiados pelo FAC. Alguns deles com lançamento em algumas edições da CCXP, a Comic Con Experience, franquia do principal evento de quadrinhos e cultura pop do mundo, realizada anualmente em São Paulo. Talento, diga-se de passagem, reconhecido internacionalmente no 13th Japan International Manga Award. A HQ foi realizada com recursos do incentivo cultural.

“Para mim, a ajuda do FAC sempre me apresentou a possibilidade de fazer os meus projetos acontecer, de colocar eles aí à disposição do público de realizar essa grande vontade que tinha de publicar os meus livros, ir para eventos fazer contato e apresentar para o público”, agradece Lucas Marques. “O Fundo de Apoio à Cultura foi o meio que me permitiu realizar esse sonho, sem esse suporte não teria sido viável fazer quadrinhos até esse momento, foi algo assim fundamental para eu produzir minhas coisas, me possibilitar essas chances”, destaca ainda.

Formado em cinema e TV, Gustavo Fontele Dourado é outro artista da cidade que tem feito dos quadrinhos uma fonte de renda e prazer. Atuando basicamente na produção-executiva da maioria das realizações da cidade e também na parte de edição. Agora quer arriscar como autor, criando suas próprias histórias. Assim como o parceiro de HQ, Lucas Marques, acha o apoio do FAC decisivo para o fortalecimento do segmento. “A maioria desses projetos que tenho trabalhado vem com recursos oficiais, é um instrumento muito importante, que ele continue a existir”, elogia.

Para o jornalista e especialista em HQs, Pedro Brandt, o reconhecimento de trabalhos de autores locais em festivais, eventos e portais do gênero como o Prêmio Geek, Jabuti, site Omelete e Editora Pipoca & Nanquim potencializa ainda mais a importância do FAC para o gênero no DF. Sobretudo na cena independente que fazem da autopublicação dos seus trabalhos uma forma também de circulação entre o público entusiasta do gênero.

“Nesse sentido, o FAC é um instrumento importantíssimo que possibilita para os autores um investimento para essas publicações”, observa. “Isso faz com que os autores tenham um produto com uma qualidade muito boa por um preço acessível para o consumidor final, possibilitando alcançar mais pessoas”, finaliza.

 

 

 

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Selo educativo comemora Dia Mundial da Água

Distintivo, que reconhece o trabalho de escolas voltadas à sustentabilidade, será lançado nesta quarta (22) pela Adasa

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Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

 

No Dia Mundial da Água, comemorado nesta quarta-feira (22), a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) lançará um selo educativo voltado ao reconhecimento de instituições de ensino que desenvolverem atividades relacionadas à sustentabilidade ambiental.

Arte: Adasa

O selo Adasa – Guardiões da Água será apresentado às 9h30, na Escola Parque da Natureza e Esporte do Núcleo Bandeirante, em evento promovido em parceria com a Secretaria de Educação (SEE) para o qual são esperados 400 crianças e pré-adolescentes.

O objetivo do novo projeto é dar continuidade às atividades desenvolvidas pela agência no âmbito do programa Adasa na Escola nas redes pública e privada de ensino. Ao se inscreverem para concorrer ao selo, as instituições deverão cumprir uma série de requisitos, como a produção de vídeos que promovam o debate em torno da preservação dos recursos hídricos e do descarte responsável de resíduos e a implementação de projetos de sustentabilidade na unidade.

As instituições que seguirem as diretrizes receberão o selo Escola Guardiã, como forma de valorizar as atividades adotadas em prol da conscientização dos estudantes e da população. Já os alunos serão agraciados com a pulseira do guardião. A Adasa divulgará em suas redes sociais os materiais produzidos.

 

 

 

 

 

 

Novos guardiões 

Para despertar o interesse dos estudantes, a Adasa também divulgará, durante o lançamento do selo, uma produção audiovisual que conta a história dos Guardiões da Água. No episódio, a personagem Tita fica sem água em casa e é convocada pelo vovô Totó para participar de um curso de formação.

No desenrolar da história, ela aprende lições sobre a importância da gestão adequada dos recursos hídricos e dos resíduos sólidos para a garantia da disponibilidade da água e da preservação do meio ambiente.

Vovô Totó e Tita convidam os espectadores a passarem pelos testes aplicados pelo programa Adasa na Escola para receber a pulseira que os tornará novos guardiões. O episódio é narrado por uma personagem humana, um boneco e personagens de desenho animado.

O programa ficará disponível no  canal da Adasa no YouTube.

*Com informações da Adasa

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Estudantes da rede pública aprendem sobre uso sustentável da água

Escola Classe 27 de Taguatinga reforça trabalhos de conscientização sobre a preservação dos recursos hídricos

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Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

 

A frase da estudante Alice Ponte, 9, resume a importância da data de hoje: “Não é só comemorar e pensar em preservar; são necessárias ações no dia a dia”. Especialmente nas unidades de ensino, o Dia Mundial da Água, o 22 de março é dedicado à importância de colocar em discussão as medidas de uso consciente dos recursos hídricos.

Atividades que estimulam o uso racional da água são desenvolvidas durante todo o ano na escola | Foto: André Amendoeira/SEE

A temática do uso sustentável da água já faz parte da vivência dos estudantes da Escola Classe (EC) 27 de Taguatinga. Durante todo o ano letivo, a instituição promove palestras, filmes, músicas, produção de textos e exposições sobre o assunto.

Atualmente com 720 alunos da educação infantil até o quinto ano do ensino fundamental, a escola desenvolve atividades das quais todos participam. “Nosso projeto traz a ideia do uso consciente da água nos diversos aspectos possíveis do cotidiano”, resume a coordenadora da escola, Valéria Carvalho.

Mais do que debater o tema, os estudantes aprendem as lições na prática. Na escola, há um sistema de captação de água da chuva em duas caixas-d’água com capacidade total de 25 mil litros. O material recolhido é utilizado para lavar a quadra, os banheiros e os pátios do local. O uso sustentável da água também teve um impacto positivo financeiro para a escola: a conta de água baixou de R$ 15 mil para R$ 5 mil mensais.

Cidadania e consciência

Este ano, a EC 27 retoma a realização da passeata no Dia Mundial da Água – atividade interrompida durante a pandemia – para alertar a sociedade para o uso consciente desse recurso hídrico. Os alunos do quarto ano da turma da professora Marisa Borges estavam empolgados com a preparação de cartazes para a passeata e com o ensaio de músicas para a ação.

O estudante Ismael Carlos dos Santos, 9, afirma que a conscientização já faz parte de sua rotina. “Eu gostei muito de participar das atividades para uso da água e já parei com o desperdício”, conta. “A criança capta muito rápido a mensagem e passa a transmitir para família e policiar nossas ações dentro da escola com pequenos hábitos que valem muito”, ressalta Marisa.

 

*Com informações da Secretaria de Educação

 

 

 

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Câmara Legislativa aprova mais projetos alusivos ao Mês da Mulher

Matérias foram votadas em primeiro turno e ainda voltarão a ser apreciadas em segundo turno e redação final, antes de serem enviadas à sanção governamental

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A Câmara Legislativa do Distrito Federal prosseguiu, na sessão deliberativa desta terça-feira (21), a apreciação de projetos relacionados às mulheres, nas mais diversas áreas. O “esforço concentrado” faz parte do acordo para votar, durante as sessões de março, proposições alusivas ao Mês da Mulher. A condução dos trabalhos, nesta tarde, ficou a cargo da deputada Doutora Jane (Agir) e a deputada Dayse Amarilio (PSB), secretariou.

As matérias foram votadas em primeiro turno e ainda voltarão a ser apreciadas em segundo turno e redação final, antes de serem enviadas à sanção governamental. Foram os seguintes os projetos aprovados:

Projeto de lei nº 116/2023. De autoria da deputada Dayse Amarilio (PSB), institui uma política de amparo à saúde da mulher em uso abusivo de álcool. “A situação é tão grave que, por conta da complexidade do tema, muitas mulheres sequer procuram o atendimento, e tais situações alcançam a família, o que torna importante o engajamento do Poder Público para permitir o acolhimento e para que sejam concedidas as condições de recuperação”, explicou a parlamentar.

Projeto de Lei nº 218/2023. Também proposto pela deputada Dayse Amarilio (PSB), estabelece a criação de local reservado nas unidades de saúde do Distrito Federal para atendimento a vítimas de violência doméstica. Além de proporcionar atendimento adequado, de acordo com a situação, a medida evita constrangimentos, entre outras circunstâncias.

Projeto de Lei nº 198/2023. Apresentado pela deputada Paula Belmonte (Cidadania), trata da proteção contra a discriminação no trabalho para a mãe solo nos órgãos e entidades da administração pública direta e indireta do Distrito Federal. A ideia é garantir a igualdade de oportunidades às mulheres que, sozinhas, sustentam seus filhos e a família.

Projeto de Lei nº 95/2023. De autoria do deputado Gabriel Magno (PT), altera a Lei nº 4.949/2012 – que estabelece normas gerais para realização de concurso público pela administração direta, autárquica e fundacional do DF – para incluir o direito das lactantes à amamentação durante os certames. As mães deverão ser acompanhadas por fiscais e o tempo dispendido deverá ser compensado em igual período.

Projeto de Lei nº 2.774/2022. Do deputado Hermeto (MDB), cria o “Programa de Apoio às mulheres com Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG)”, como é chamado um grupo de doenças da placenta, capazes de evoluir, inclusive, para formas malignas. É predominantemente observada em adolescentes e mulheres com mais de 35 anos idade. O programa tem por finalidade apoiar, orientar, tratar, reabilitar e reintegrar pacientes e ex-pacientes acometidas pela NTG.

Projeto de Lei nº 1.778/2021. De autoria do deputado Eduardo Pedrosa (União), o PL altera e acrescenta dispositivos a Lei nº 6.022/2017 – que assegura a criação do Banco de Empregos para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e Familiar – para promover a qualificação de mão de obra e a melhoria do nível educacional e cultural das mulheres em situação de violência doméstica. A intenção é estabelecer mecanismos para habilitar as mulheres profissionalmente.

Projeto de Lei nº 165/2023. Outra proposição do deputado Eduardo Pedrosa (União), altera a Lei nº 6.795/2021 – que cria o Programa de Prevenção à Endometriose e Infertilidade no Distrito Federal – para instituir ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da Doença de Endometriose, com o intuito de garantir atendimento de qualidade às mulheres diagnosticadas com o problema pelo sistema de saúde.

Marco Túlio Alencar – Agência CLDF

 

 

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