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O torcedor cidadão
De como fazer da Seleção um modelo de cobrança para melhorar o Brasil
O torcedor cidadão
De como fazer da Seleção um modelo de cobrança para melhorar o Brasil
A mesma marcação cerrada que o torcedor-cidadão faz sobre Seleção Brasileira, sobre os cartolas da CBF e sobre seus clubes, o cidadão-torcedor tem que fazer, também, sobre seus governantes, para acabar de vez com algumas mazelas que têm por aí.
Silvestre Gorgulho
Nada melhor do que chutar, fazer o gol e sair para o abraço! Por isso mesmo, não há como esquecer a participação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo da França. Perdemos o penta e ganhamos, é verdade, o vice-campeonato. Mas, em se tratando de Copa do Mundo, vice não interessa, não tem valor, não tem graça. Mas, será que é assim mesmo? Parece que não. Isso era antigamente. Pode até não ter muita graça, mas hoje a torcida brasileira entende e, até, quem diria, aceitou a derrota. Ela mostrou que é apaixonada, mas está madura. Foi às ruas, festivamente, saudar os jogadores. Por que? Porque ela sabe que ganhou quem merecia. Mesmo sabendo que a nossa Seleção é sempre a favorita, pois tem tradição e tem os melhores jogadores do mundo, o brasileiro evoluiu e percebeu que, apesar de ter perdido um jogo, o mundo todo ainda considera a Seleção Brasileira de futebol a melhor.
Mas, para chegar até esse ponto, foi um longo caminho percorrido. Só depois de muito sofrimento, de muita cobrança e de muita marcação cerrada, que o Brasil foi Tetra no futebol. Adiou a conquista do Penta, mas a torcida sabe que um dia ele chega. Na França, foi uma derrota “convulsiva”. No fundo, estamos preparados e sabemos organizar um time vencedor. (Esse artigo foi escrito em 1998, mas a prova desta tese ficou clara em 2002, na conquista do Penta na Copa do Mundo de 2002, no Japão/Coréia, com a disciplina imposta por Filipão)
Está provado: quando o brasileiro quer, ele faz. É um povo criativo e preparado. Tudo que o Brasil levou a sério, se empenhou, foi determinado, saiu-se muito bem. E venceu. Foi assim com o futebol e com muitas coisas mais: na medicina, no combate à inflação; na construção de um parque industrial produtivo e competitivo (veja o caso das indústrias siderúrgicas, automobilísticas e aeronáutica); na ciência, veja os pesquisadores da Embrapa que promoveram uma bela revolução verde; atropelamos o tempo e montamos um sistema de pós-graduação de primeiro-mundo; no esporte, com disciplina e organização, fizemos das seleções (masculina e feminina) de voley e de basquete campeãs. Veja Brasília, uma cidade de 38 anos, construída no meio do nada, e hoje com mais de dois milhões de habitantes. Tudo isto é orgulho nacional. São exemplos que estão aí. E o sucesso não veio de graça. Veio porque houve vontade política, porque houve cobrança, porque houve determinação: nós queremos, então vamos descruzar os braços e trabalhar. Só assim nós teremos. As tristezas das derrotas, mexeram com a alma brasileira. Das lágrimas, foram construídos os risos das vitórias. No futebol, foi 1950. Na saúde, foi a luta terrível – por exemplo – com a paralisia infantil e o sarampo que viramos o jogo de uma forma extraordinária, ao promover (com competência) um mutirão anual de vacinação. Na agricultura a mesma coisa. Ao desenvolver tecnologias tropicais próprias, deixamos de ser importadores para ser exportadores de alimentos
Mas vencemos onde fizemos direitinho o dever de casa. Assim fica a lição: a mesma marcação cerrada que o torcedor-cidadão faz sobre Seleção Brasileira, sobre os cartolas da CBF e seus clubes, o cidadão-torcedor tem que fazer, também, sobre seus governantes, para acabar de vez com algumas mazelas que têm por aí.
Exemplos:
1. Ajudar a Identificar e denunciar as empresas que falsificam e distribuem remédios adulterados.
2. Vigiar, fiscalizar e cobrar das autoridades do Ministério da Saúde e da Justiça maior determinação no combate de quem falsifica e de quem vende remédios falsificados. Quando as farmácias começarem a ser fechadas e seus donos e farmacêuticos começarem a responder processos por pelo crime hediondo que praticam, a coisa, com certeza, muda.
3. Exigir Justiça e o fim da impunidade no Brasil.
4. Cobrar dos governos menos obras de fachada, menos festa de inaugurações, menos foguetório e mais qualidade no ensino, mais qualidade dos professores, melhor assistência médica e mais obras de saneamento.
5. Protestar contra as lideranças corporativas e as greves políticas.
6. Cobrar de colegas de trabalho, de colegas de escola, da família e até das pessoas na rua uma maior civilidade no comportamento: jogar o lixo no lugar certo, evitar desperdícios de energia e de água, respeitar crianças e idosos.
7. Exigir e cobrar dos governantes uma polícia honesta e eficiente.
8. Exigir e cobrar dos fiscais dos impostos mais honestidade e maior eficiência.
9. Acabar com a mania de acreditar em Salvador da Pátria. Nem um só jogador, nem um só governante e, muito menos, um só líder pode resolver o que o time, a equipe ou o conjunto das pessoas podem.
10. Promover uma luta sem tréguas por uma maior civilidade no trânsito nosso de cada dia.
Reclamar faz milagres! Exigir seus direitos faz maravilhas! Primeiro que só tem direito a reclamar quem cumpre com seus deveres. E, segundo, o protesto e a cobrança obrigam a uma mudança. Não foi assim que o povo tirou um Presidente da República do Palácio do Planalto? Não foi assim que os deputados se viram na obrigação de cassar colegas-parlamentares que tinham feito do Orçamento da Nação uma caixinha privada? O Brasil só vai dar certo em tudo, quando seu povo souber exigir e cobrar em tudo. Se o brasileiro vestiu a camisa de torcedor, mas perdeu o título na França, que vista agora a camisa de cidadão, pegue seu outro título, o de eleitor, e escolha bem os dirigentes do País nesta próxima eleição. Depois é fazer a sua parte, cumprindo com suas obrigações, para poder cobrar dos eleitos um trabalho sério, competente e honesto. Ai, então, meus amigos, é ter orgulho de ser brasileiro e sair para o abraço…

Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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