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Concurso de fotografia: incentivo à arte e à preservação
A fotografia ajuda a preservar, a educar e a contar histórias maravilhosas
Silvestre Gorgulho
Toda imagem conta uma história. Pode ser bela ou triste. A fotografia possibilitou ao homem guardar imagens e documentar momentos únicos. Sentimentos, denúncias, curiosidades, natureza… ah, como é bom fotografar natureza e perpetuar luzes, cores, rastros que nunca se repetirão. E os concursos de fotografias são constantes, pois acabam por imortalizar uma realidade, emoldurando a vida. A ONU acabou de lançar um concurso internacional que vai pagar UR$ 20 mil em prêmios. Empresas, ONGs e governos promovem concursos com freqüência. A natureza é a grande vedete dos fotógrafos profissionais e amadores.
A natureza é uma grande inspiradora e setembro é mês da Primavera. No Centro-Sul, também é o mês em que se comemora o Dia da Árvore. Para homenagear ambas as datas, foram criados vários concursos de fotografia como o do Banco Itaú BBA, que está na sua 10a edição. As inscrições vão estar abertas até o dia 10 de setembro. Tanto fotógrafos amadores como profissionais podem participar, enviando até três imagens nos temas: Árvore Florida – Mata Florida – Plantação Agrícola Florida. A premiação de R$ 71 mil será dividida entre os cinco vencedores de cada uma das duas categorias e os 50 autores das melhores fotografias que receberem menção honrosa.
As fotografias devem ser feitas em território brasileiro. As imagens não podem apresentar interferência humana ou de construção. Além disso, é dada preferência aos trabalhos que apresentarem árvores raras. Os trabalhos serão avaliados por um júri, formado por personalidades reconhecidas no meio fotográfico e de preservação ambiental. A inscrição é gratuita e vale também fotografia digital. O resultado do concurso será divulgado até o dia 20 de novembro.
Mais informações: Prêmio Itaú BBA
www.itaubba.com.br
Fone: (11) 3708-8182
Outros concursos:
Concurso daUNEP
Premiação: US$ 20 mil
www.unep.org/wed/2004 (11) 5088-3082 / 5088-3400
5o Festival de Inverno de Bonito Concurso Nacional de fotografia Imagem e meio ambiente http://www.festinbonito.com.br/fotografos.htm
A arte de fotografar
A fotografia, a arte de contar histórias, está cada vez mais valorizada. Tem a capacidade única de eternizar imagens. Mas há dicas importantes para quem quer se aventurar pelas matas e campos garimpando imagens para concursos ou simplesmente para guardar em sua coleção.
1 – TEORIA – Busque nos livros ou em cursos de fotografia um pouco de teoria que vai ajudar a resolver problemas simples.
2 – PLANEJAMENTO – Planeje antecipadamente o que vai ser fotografado.
3 – ENQUADRAMENTO – Procure enquadrar o tema corretamente, observando o alinhamento das linhas horizontais e verticais da câmara. Enquadramento significa composição, isto é, a seleção e o arranjo que se deve fazer do assunto, antes de fotografá-lo.
4 – SENSO CRÍTICO – Aperfeiçoe seu gosto visitando exposições e consultando álbuns de fotos premiadas. Sempre com senso crítico. Observe os detalhes e os efeitos conseguidos. Nas fotos dos bons fotógrafos não há espaço vazio. O assunto de interesse enche o fotograma. A capacidade de observação aguça os sentidos.
6 – MOMENTO – A fotografia é a visão de um instante. Um momento que não se repetirá e do qual se deve aprender e ensinar alguma coisa.
Veja, ao lado, dicas de três fotógrafos consagrados: Orlando Brito, Rui Faquini e Carlos Terrana.
Cinco dicas de ORLANDO BRITO
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Foto: Orlando Brito, mineiro de Janaúba, é um fotógrafo premiadíssmo . Autor dos seguintes livros: O Perfil do Poder (1981); Senhoras e Senhores (1992); Poder – Glória e Solidão (2002); “Iluminada Capital” (2003). Ganhou o Prêmio World Press de 1979, na categoria de seqüência fotográfica; tendo recebido ainda onze prêmios Abril entre 1983 e 1987, passando a ser considerado hors concours nesse certame. Foi contemplado com a Bolsa Vitae de Fotografia em 1989. Seu banco de imagens fica em Brasília.
Site: www.obritonews.com.br – Fone: (61)328-2050
1. Fotografar preferencialmente de manhãzinha ou à tardinha. Por que? Porque no horário de 10 às 16 horas o sol, em geral, é muito forte e, por isso, produz muita sombra.
2. Depois da chuva é ótimo tirar fotografias, especialmente da natureza. Por que? Porque os pingos da água que desce tiram do ar todas as impurezas e deixa a luz mais cristalina.
3. Usar sempre filmes do mesmo tipo, para aqueles que preferem negativos ou slides. Por que? Porque assim você terá maior domínio do rendimento que cada película oferece.
4. Buscar usar sempre a luz natural existente, evitando a utilização da iluminação artifical de um flash. Porque? Por que o flash uniformiza a iluminação da área a ser retratada e, desse modo, elimina todas as matizes, sub cores e semi tons que a luz da própria natureza se encarregou de oferecer. Além do mais, a luz natural é contínua e permanentemente visível. Enquanto a iluminação artificial é como um raio e imprevisível.
5. Se possível, fotografe a mesma cena, a mesma paisagem, mesma árvore, mesma flor, mesmo rio, etc outras vezes. Por quê? Porque fazendo isso você criará uma relação visual com cada um desses motivos e poderá acompanhar sua evolução ou a degradação de cada um deles.
Cinco dicas de RUI FAQUINI
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Goiano de Morrinhos, morou em alguns países que lhe deram uma visão mais universal. Foram eles: Irã, Japão (quando iniciou na fotografia), antiga Iugoslávia, aonde fez a primeira documentação fotográfica. Realizou oficinas, estágios e exposições em vários outros países. Voltou ao Brasil com a finalidade de documentar particularidades da cultura e da paisagem, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Norte. Tem estúdio e arquivo de imagens em Brasília. É autor de cinco livros: “Brasil Aventura – No Caminho dos Heróis”, “Brasil Terra Virgem”, “Grande Oeste”, “Goiás 250” e “Goiás Velho – Patrimônio da Humanidade”. Participou também do livro “450 Anos de São Paulo”. Site: www.faquini.com.br (61) 917-5574
A fotografia é uma linguagem tão abrangente que vai do documento à arte, passando por uma gama infinita de possibilidades que dependem da física, mecânica, química, etc. Isso exige do fotógrafo um tremendo aprendizado para destreza e prontidão como a de pilotos de caça ou de Fórmula 1. E, é claro, cultura. Assim, um bom fotógrafo de natureza tem necessariamente que entender do assunto.
Algumas dicas:
1. Não “caçar” fotos. Deixar que aconteçam.
2. Dominar completamente o manuseio do equipamento, que deve ser o mais enxuto e adequado possível.
3. A foto de natureza é acontecimento fugaz, há que se estar sempre alerta e preparado.
4. Deixar que a foto fale. Não você.
5. Ter em mente que você vai imortalizar um momento. Sua imagem será vista daqui a cem anos.
Cinco dicas de CARLOS TERRANA
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Fotógrafo requisitado pela sociedade brasiliense, Carlos Terrana percorreu o Centro-Oeste durante mais de duas décadas. Para ele a fotografia é uma ferramenta importante para a criação de um pensamento humanitário e preservacionista. Seu estúdio e acervo fotográfico estão em Brasília. Promoveu várias exposições de seu trabalho e hoje faz da fotografia uma luta pela preservação do Cerrado, cuja ocupação vem colocando em risco a fauna e a flora deste ecossistema.
Site: www.soscerrado.com fone: (61) 274-8236
1. Se for trabalhar com filme é bom usar filme de sensibilidade 400 ASA/DIN, no mínimo, pois dentro da mata a luminosidade é bem menor. Principalmente se você for fotografar algum animal, tipo macaco, se movendo. Um filme de ASA 100 não vai te dar a possibilidade de usar velocidade de obturador maior que 60, aumentando assim a possibilidade da foto sair borrada. Se estiver usando digital, coloque na regulagem “fine” ou de 800 ASA.
2. É bom levar uma pequena toalha para ficar se secando, pois a transpiração pode molhar e danificar o equipamento.
3. Se quiser levar um pequeno tripé é muito bom. As fotos de paisagem, principalmente no amanhecer e entardecer, ficam excelentes com velocidades lentas. Aí sempre há necessidade da máquina estar apoiada para não correr o risco da foto sair desfocada. Sair tremida, como se diz.
4. Nunca fique olhando pelo ocular da máquina, enquanto caminha na mata. Não esqueça que a atenção e olhar bem onde pisa é uma das regras de sobrevivência na natureza. Pelo menos evita acidentes.
5. Tenha muita paciência. Caminhe em silêncio, pois assim você aumentará as chances de cruzar com um animal.
Boa sorte e boas fotos!





Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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