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As Pajés Yawanawá

A primeira pajé brasileira Raimunda Yawanawá foi uma das cinco personalidades homenageadas este ano pelo Senado por ocasião do Dia Internacional da Mulher

Silvestre Gorgulho, de Brasília

Eles são curandeiros e os mensageiros dos poderes sobrenaturais. Eles encarnam a sabedoria de seu povo. Levados pela intuição e pelo conhecimento de seus ancestrais, os pajés são como uma noite esplendidamente estrelada: com milhares de olhos, eles fitam o mundo, fitam a natureza e fitam cada angústia de sua tribo. Médicos, sacerdotes e guias, os pajés são sempre o destaque de cada povo indígena. E com um detalhe. São sempre do sexo masculino. Bem, eram sempre do sexo masculino. Agora o Brasil acaba de apresentar ao mundo uma pajé. Aliás, duas. São as índias acreanas Raimunda Putani Yawanawá, 27 anos, e Kátia Yawanawá, 26 anos. A Pajé Raimunda Putani Yawanawa foi uma das cinco mulheres premiadas pelo Senado Federal, este ano, na 5a edição do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. Com a índia acreana, também foram premiadas Elizabeth Altina Teixeira (PB), Geraldina Pereira de Oliveira (PA), Jupyra Barbosa Ghedini (DF) e Rosmary Corrêa (SP).


Não foi fácil para Raimunda e Kátia Yawanawá vencerem a resistência dos sábios da tribo e ostentarem, hoje, o título de Pajé. As mulheres estão fora desta função.”Precisei provar da vida de branco para entender a importância de minha cultura”, diz Raimunda Putani Yawanawá, a primeira Pajé brasileira. Para acabar com esta tradição, Raimunda e Kátia Yawanawá passaram por uma provação. Ambas enfrentaram uma dura prova de resistência, ficando um ano isoladas na mata. Neste “No Limite” cultural, Raimunda e Kátia tinham que fazer abstinência sexual e comer apenas alimentos crus. De bebida, apenas uma especial à base de milho.


Vitoriosas nesta prova de resistência, as irmãs Yawanawá ficaram prontas para a nova missão. Pajés de sua tribo, agora elas são conselheiras, guardiãs da cultura, dos costumes e da sabedoria do seu povo.
E Raimunda Yawanawá explica, em português, para os brancos com a mesma docilidade com que fala na língua Yawanawá à sua gente: “Tive muita vontade de aprender, de estudar e de viver nossos usos e costumes. Era uma força que estava dentro de mim. Quero poder ajudar e a guiar o meu povo. A vida tem que ter um sentido, ter uma seqüência”.
As irmãs Yawanawá sabem de suas responsabilidades quando fizeram o juramento ao Rare, planta sagrada de seu povo. ” Hoje eu sei quem eu sou. Estou em paz. Minha língua, minha cultura são muito ricas e bonitas. Elas são nossa identidade. Sei da beleza e da força da natureza. Sinto a força do pensamento. Quando ele é firme, não existe nada impossível, nem nada superior ou inferior. Somos iguais nesta passagem pela vida. Cada um com sua função e o poder de seu querer, que deve ser usado sempre para o bem de todos”, ensina a primeira Pajé brasileira.


Encontro de Saberes Indígenas
Pajés de vários países se reúnem no Xingu e se proclamam irmãos do conhecimento.


Silvestre Gorgulho, de Brasília
O Brasil sediou o Encontro de Saberes. Foi um encontro internacional de praticantes das culturas tradicionais, também conhecido como Encontro de Pajés. Representantes do Canadá, Suriname, dos Estados Unidos, da Colômbia e do Brasil se reuniram nos dias 26 a 30 de março, na Aldeia Piyulaga, do Povo Waurá, no Alto Xingu – MT. O encontro nasceu da necessidade de realizar um intercâmbio entre aqueles que são líderes espirituais entre os seus povos. Em 2002, um pajé colombiano visitou o Xingu e lá convidou pajés para visitarem a Colômbia. Em 2005, os indígenas brasileiros retribuíram a visita e decidiram continuar o intercâmbio. Daí surgiu a idéia de fazer uma reunião mais ampla para fortalecer vínculos e trocar informações culturais. Mais do que um intercâmbio cultural, o Encontro de Saberes promoveu um intercâmbio espiritual. O Encontro de Saberes foi organizado pela Associação Indígena Tulukai, do povo Waurá, com apoio financeiro e logístico da Ong Amazon Conservation Team – ACT Brasil. Ninguém melhor para falar sobre o encontro, do que o antropólogo e estudioso dos rituais indígenas, Júlio César Borges, que esteve lá como observador convidado da Associação Indígena Tulukai. Júlio Borges tem 28 anos, é Mestre em Antropologia pela UnB e sua tese de Mestrado versou sobre os rituais dos índios Krahôs.


Folha do Meio – Júlio, dê para gente o tom geral, o clima deste encontro de saberes?
Júlio C. Borges –
Olha, para dizer a verdade parecia até que os pajés estiveram reunidos durante toda sua vida, tamanha foi a discrição com que foram todos recebidos. Havia mais de um ano que não se viam e, no entanto, a impressão era de que passaram a véspera toda conversando juntos, juntos curando. É compreensível. Segundo o tayta (esse é o nome que os índios colombianos usam para designar o pajé) Luciano Mutumbajoy, coordenador da União dos Médicos Indígenas Yageceros da Amazônia Colombiana, um dos convidados, “o conhecimento ancestral não tem fronteiras e nada pode detê-lo”. As palavras de Luciano dão o tom geral que animou o Encontro de Saberes.


FMA – Você como branco, como estudioso dos povos indígenas, como você se sentiu ao presenciar e viver um encontro de Pajés como esse?
Júlio –
Olha, eu me senti muito feliz e esperançoso diante de tudo o que ocorreu. Logo na abertura, o pajé anfitrião Ysautaku, do povo Waurá, foi dando as boas-vindas dizendo que esse encontro era “uma forma de um dar força ao outro”. E não era para menos, pois a função, a responsabilidade dos pajés é justamente a de promover o equilíbrio entre os seres, realizar as curas e a recriação dos cosmos através dos seus ritos. Mas a verdade é que as múltiplas influências da sociedade ocidental – a medicina e os fármacos, por exemplo – têm minado a importância dos pajés nos sistemas sociais indígenas.


Como conseqüência, estamos assistindo por toda a Amazônia a desvalorização dos saberes médicos tradicionais e a proliferação de doenças com o avanço do alcoolismo, a perda do orgulho étnico e a degradação dos ecossistemas.
O cacique do povo Waurá, Atamai, tem toda razão quando observa que “o pajé já vem de muito tempo, de antes do ‘homem branco’, quando não tinha remédio, enfermeiro, médico. Não tinha nada. Então ele é nosso médico, que fica cuidando de nossa saúde. Por isso a gente não quer que acabe isso”.


FMA – Como nasceu esse Encontro de Pajés?
Júlio –
Percebendo essas ameaças às suas culturas, os pajés dos povos Waurá (Brasil) e Inga (Colômbia) resolveram dar início a uma série de intercâmbios com o objetivo geral de fortalecer os saberes tradicionais dos seus povos e os seus praticantes. O primeiro passo nesse sentido foi a visita do tayta (pajé) inga Luciano Mutumbajoy à aldeia Piyulaga, do povo Waurá, em 2004. No ano seguinte, foi a vez dos Waurá irem à Colômbia para conhecer a União de Médicos Indígenas Yageceros da Amazônia Colombiana (UMIYAC), coordenada pelo tayta Luciano.


A UMIYAC tem desempenhado papel fundamental no processo de revalorização da medicina tradicional dos povos indígenas da Amazônia colombiana. Durante essa visita, o cacique e o pajé principal do povo Waurá, Atamai e Ysautaku, e os taytas decidiram realizar um encontro que reunisse sábios indígenas de várias etnias para partilharem suas práticas de cura e para refletirem sobre formas eficazes de proteção e reconhecimento dos seus saberes.
Continua página 19


A pajelança do bem


FMA – E como era a comunicação entre os pajés participantes?
Júlio –
Além do Tiriyó (que é uma língua da família Carib) e do Waurá (da família lingüística Arawak), o português, o espanhol e o inglês foram os idiomas falados durante os cinco dias em que os indígenas estiveram reunidos. Evidente que os símbolos, os gestos e os rituais também estabeleceram a compreensão comum entre os participantes. Mas havia os intérpretes para todas as línguas e não houve nenhuma dificuldade de comunicação.
Talvez os índios tenham dado uma outra lição aos “sábios brancos” que se reuniram na COP-8 e MOP-3, em Curitiba: os pajés foram mais simples, mais objetivos, mais competentes e mais comunicativos.


FMA – Explique melhor como foi esse encontro de saberes?
Júlio –
Foi um encontro de culturas e de línguas onde os presentes puderam participar dos rituais uns dos outros. Vale destacar até a fala do pajé Ysautaku, que fez questão de frisar: “Eu sou pajé como vocês por isso eu sonhei também, sonhei com alguém me dizendo em meu sonho: nosso costume é o mesmo, é tudo igual. Eu queria ver a diferença, agora, que separe todos os grupos para ver diferença que tem”.


FMA – Mas como foi o cerimonial e as atividades do encontro?
Júlio –
A coordenação foi dos anfitriões, os Waurá. Foram os próprios participantes que decidiram quais e como seriam as atividades que ocorreriam durante o seu encontro. Assim, na tarde do primeiro dia do encontro todos se reuniram na Casa das Flautas para decidir qual seria a ordem das “apresentações”.
Todas as reuniões públicas aconteceram na Casa das Flautas, que é o espaço público, no centro da aldeia. As reuniões obedeceram às regras indígenas da conversação, segundo as quais quem fala não deve ser interrompido. Os mais velhos e mais sábios também têm a primazia da fala.
A primeira demonstração compartilhada foi dos próprios Waurá. Depois, foi a vez dos pajés colombianos, seguidos por Amasina, pajé Tiriyó do Suriname.
Os representantes das “Seis Nações” realizaram a demonstração daquela que se tornou, graças a Hollywood, uma das mais conhecidas cerimônias indígenas: a cerimônia do “cachimbo da paz”.


Os pajés Waurá fizeram uma exposição ritual de alguns traços de sua pajelança. O velho pajé Ysautaku, diante de todos os presentes, fumou um enorme charuto de tabaco dando algumas pausas para prender a fumaça dentro do seu corpo. A fumaça do tabaco põe o pajé em contato com o mundo dos espíritos, com os quais partilha certos poderes. Depois disso, demonstrou um dos aspectos da iniciação de um pajé no Alto Xingu. Assoprou a fumaça do seu cigarro em vários pontos do corpo de um aprendiz, Tupanomaká, para proteger-lhe do contato com os espíritos e depois lhe ofereceu um charuto de tabaco. O aprendiz o fumou todo sem vomitar ou desmaiar e foi, assim, aprovado por Ysautaku. Em seguida, foram oferecidos charutos de tabacos aos pajés visitantes.
Houve outros rituais, vários em volta da fogueira armada diante da Casa das Flautas. Durante a cerimônia do yagé (planta também conhecida como caapi ou ayahnasca) por exemplo, os taytas conduziam e curavam a partir dos sentidos: olfato com a fumaça de um incenso natural, audição com os cantos, recitações e a melodia de uma gaita, a visão com as “pintas” provocadas pela bebida yagé.


O saber feminino


FMA – Era um conselho de pajés cantando a paz e a saúde…
Júlio –
Isso mesmo. E quem testemunhou, sob a luz da fogueira, pajés sendo curados por pajés de outro país, de outra cultura, testemunhou o símbolo maior da união que se construiu com esse encontro. Uma união espiritual inquebrantável.
Os pajés Waurá, tomando o yagé, e taytas colombianos fumando os charutos de tabaco abriram seus corpos e suas almas uns aos outros em sinal de confiança íntima. Ysautaku deixou uma mensagem de paz e união que foi mais ou menos assim: “Quando tiver doente aqui vou comunicar com vocês para os espíritos de vocês vir aqui na minha aldeia me ajudar, para trabalhar junto, para me ajudar a curar aquela pessoa. E a mesma coisa com vocês: quando vocês tiverem algum parente, tiver um doente que não tem como homem branco curar vocês me comuniquem para meu espírito ir até lá curar junto com vocês aquela pessoa.
Eu acredito que todos vocês vão estar junto comigo, eu acredito. Vocês não viram pessoalmente, vai ser o espírito de vocês que vai vir para me ajudar e a mesma coisa: eu não vou pessoalmente até sua casa para te ajudar a curar, vai ser meu espírito”.


Na manhã de quinta-feira, a aldeia despertou com os cantos de Arvol Looking Horse, grande liderança dos Lakota. Arvol é o herdeiro do cachimbo do Búfalo Branco, que vem sendo passado a 19 gerações e que contém a força ancestral de criação e perpetuação do seu povo.
Em sinal de humildade, generosidade e reciprocidade, ele partilhou com todos a fumaça protetora, que é como se o próprio Búfalo Branco se fizesse presente, os seus cantos e a sua música. Liderando os outros cinco representantes dos indígenas norte-americanos, Arvol saiu de uma das habitações levando em sua cabeça um cocar grandioso, imponente, de penas de águia. Caminhava a passos lentos, cantando e tocando um pequeno tambor em direção à Casa das Flautas. Antes de circulá-la, pararam algumas vezes para se dirigir aos quatro pontos cardeais, de onde emanam os elementos criativos do mundo: a água, o vento, o trovão e o fogo.


FMA – E teve outras mensagens como esta?
Júlio –
Teve sim. A generosidade era uma constante. Na tarde de quarta-feira, teve a fala de Amasina, pajé Tiriyó, que viajou milhares de quilômetros desde o Suriname.
Amasina, um dos últimos remanescentes pajés do seu povo, expressou seu contentamento em fazer parte desse encontro dizendo aos presentes: “Somos todos iguais, nós temos que trocar as experiências, os conhecimentos; todos somos índios, não deve ter nenhum impedimento. Eu vi foto de vocês pelo vídeo e eu dizia: esses também são meus os parentes, são iguais a mim. Por isso estou muito feliz, pois agora consegui realizar o meu sonho”.


FMA – E desses saberes, as mulheres índias não participavam?
Júlio –
Sim, paralelamente, na casa do cacique Atamai, as parteiras Waurá se reuniram com as indígenas das “Seis Nações” para tratar especificamente dos seus saberes, os saberes sobre o corpo feminino. Justamente nesse dia ocorreu um eclipse solar que, segundo a visão de mundo da comunidade local, representa a menstruação do Sol, cujo sangue desce dos céus para a terra trazendo consigo os espíritos da fertilidade feminina.


FMA – Para você, qual a importância maior do encontro?
Júlio –
Além de participar dos rituais uns dos outros, eles também compartilharam preocupações que lhes são comuns sobre a proteção dos seus saberes e do fortalecimento dos seus povos face às histórias de colonização vividas por cada um deles.
Vários tradutores teceram a fina rede da compreensão comum, facilitando o entendimento entre os presentes de que do intercâmbio entre os povos indígenas pode-se construir uma fortaleza contra a expropriação dos seus saberes pelo “homem branco”.
Segundo o tayta Luciano, “cada povo, cada tribo tem uma história de sobrevivência entre a vida e a morte. Se tivéssemos abandonado nossa espiritualidade e os nossos conhecimentos, já teríamos desaparecido”. Daí a importância do Encontro. Foi uma forma de protesto dos povos indígenas contra a longa história de colonização que os tem sujeitado, comprometendo a integridade de suas culturas e de seus territórios.
O Encontro foi a melhor maneira de comemorar o Dia do Índio, pois foi um manifesto ritual pela valorização das identidades indígenas.


Foto: Altino Machado


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Selo educativo comemora Dia Mundial da Água

Distintivo, que reconhece o trabalho de escolas voltadas à sustentabilidade, será lançado nesta quarta (22) pela Adasa

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Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

 

No Dia Mundial da Água, comemorado nesta quarta-feira (22), a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) lançará um selo educativo voltado ao reconhecimento de instituições de ensino que desenvolverem atividades relacionadas à sustentabilidade ambiental.

Arte: Adasa

O selo Adasa – Guardiões da Água será apresentado às 9h30, na Escola Parque da Natureza e Esporte do Núcleo Bandeirante, em evento promovido em parceria com a Secretaria de Educação (SEE) para o qual são esperados 400 crianças e pré-adolescentes.

O objetivo do novo projeto é dar continuidade às atividades desenvolvidas pela agência no âmbito do programa Adasa na Escola nas redes pública e privada de ensino. Ao se inscreverem para concorrer ao selo, as instituições deverão cumprir uma série de requisitos, como a produção de vídeos que promovam o debate em torno da preservação dos recursos hídricos e do descarte responsável de resíduos e a implementação de projetos de sustentabilidade na unidade.

As instituições que seguirem as diretrizes receberão o selo Escola Guardiã, como forma de valorizar as atividades adotadas em prol da conscientização dos estudantes e da população. Já os alunos serão agraciados com a pulseira do guardião. A Adasa divulgará em suas redes sociais os materiais produzidos.

 

 

 

 

 

 

Novos guardiões 

Para despertar o interesse dos estudantes, a Adasa também divulgará, durante o lançamento do selo, uma produção audiovisual que conta a história dos Guardiões da Água. No episódio, a personagem Tita fica sem água em casa e é convocada pelo vovô Totó para participar de um curso de formação.

No desenrolar da história, ela aprende lições sobre a importância da gestão adequada dos recursos hídricos e dos resíduos sólidos para a garantia da disponibilidade da água e da preservação do meio ambiente.

Vovô Totó e Tita convidam os espectadores a passarem pelos testes aplicados pelo programa Adasa na Escola para receber a pulseira que os tornará novos guardiões. O episódio é narrado por uma personagem humana, um boneco e personagens de desenho animado.

O programa ficará disponível no  canal da Adasa no YouTube.

*Com informações da Adasa

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Estudantes da rede pública aprendem sobre uso sustentável da água

Escola Classe 27 de Taguatinga reforça trabalhos de conscientização sobre a preservação dos recursos hídricos

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Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

 

A frase da estudante Alice Ponte, 9, resume a importância da data de hoje: “Não é só comemorar e pensar em preservar; são necessárias ações no dia a dia”. Especialmente nas unidades de ensino, o Dia Mundial da Água, o 22 de março é dedicado à importância de colocar em discussão as medidas de uso consciente dos recursos hídricos.

Atividades que estimulam o uso racional da água são desenvolvidas durante todo o ano na escola | Foto: André Amendoeira/SEE

A temática do uso sustentável da água já faz parte da vivência dos estudantes da Escola Classe (EC) 27 de Taguatinga. Durante todo o ano letivo, a instituição promove palestras, filmes, músicas, produção de textos e exposições sobre o assunto.

Atualmente com 720 alunos da educação infantil até o quinto ano do ensino fundamental, a escola desenvolve atividades das quais todos participam. “Nosso projeto traz a ideia do uso consciente da água nos diversos aspectos possíveis do cotidiano”, resume a coordenadora da escola, Valéria Carvalho.

Mais do que debater o tema, os estudantes aprendem as lições na prática. Na escola, há um sistema de captação de água da chuva em duas caixas-d’água com capacidade total de 25 mil litros. O material recolhido é utilizado para lavar a quadra, os banheiros e os pátios do local. O uso sustentável da água também teve um impacto positivo financeiro para a escola: a conta de água baixou de R$ 15 mil para R$ 5 mil mensais.

Cidadania e consciência

Este ano, a EC 27 retoma a realização da passeata no Dia Mundial da Água – atividade interrompida durante a pandemia – para alertar a sociedade para o uso consciente desse recurso hídrico. Os alunos do quarto ano da turma da professora Marisa Borges estavam empolgados com a preparação de cartazes para a passeata e com o ensaio de músicas para a ação.

O estudante Ismael Carlos dos Santos, 9, afirma que a conscientização já faz parte de sua rotina. “Eu gostei muito de participar das atividades para uso da água e já parei com o desperdício”, conta. “A criança capta muito rápido a mensagem e passa a transmitir para família e policiar nossas ações dentro da escola com pequenos hábitos que valem muito”, ressalta Marisa.

 

*Com informações da Secretaria de Educação

 

 

 

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Câmara Legislativa aprova mais projetos alusivos ao Mês da Mulher

Matérias foram votadas em primeiro turno e ainda voltarão a ser apreciadas em segundo turno e redação final, antes de serem enviadas à sanção governamental

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A Câmara Legislativa do Distrito Federal prosseguiu, na sessão deliberativa desta terça-feira (21), a apreciação de projetos relacionados às mulheres, nas mais diversas áreas. O “esforço concentrado” faz parte do acordo para votar, durante as sessões de março, proposições alusivas ao Mês da Mulher. A condução dos trabalhos, nesta tarde, ficou a cargo da deputada Doutora Jane (Agir) e a deputada Dayse Amarilio (PSB), secretariou.

As matérias foram votadas em primeiro turno e ainda voltarão a ser apreciadas em segundo turno e redação final, antes de serem enviadas à sanção governamental. Foram os seguintes os projetos aprovados:

Projeto de lei nº 116/2023. De autoria da deputada Dayse Amarilio (PSB), institui uma política de amparo à saúde da mulher em uso abusivo de álcool. “A situação é tão grave que, por conta da complexidade do tema, muitas mulheres sequer procuram o atendimento, e tais situações alcançam a família, o que torna importante o engajamento do Poder Público para permitir o acolhimento e para que sejam concedidas as condições de recuperação”, explicou a parlamentar.

Projeto de Lei nº 218/2023. Também proposto pela deputada Dayse Amarilio (PSB), estabelece a criação de local reservado nas unidades de saúde do Distrito Federal para atendimento a vítimas de violência doméstica. Além de proporcionar atendimento adequado, de acordo com a situação, a medida evita constrangimentos, entre outras circunstâncias.

Projeto de Lei nº 198/2023. Apresentado pela deputada Paula Belmonte (Cidadania), trata da proteção contra a discriminação no trabalho para a mãe solo nos órgãos e entidades da administração pública direta e indireta do Distrito Federal. A ideia é garantir a igualdade de oportunidades às mulheres que, sozinhas, sustentam seus filhos e a família.

Projeto de Lei nº 95/2023. De autoria do deputado Gabriel Magno (PT), altera a Lei nº 4.949/2012 – que estabelece normas gerais para realização de concurso público pela administração direta, autárquica e fundacional do DF – para incluir o direito das lactantes à amamentação durante os certames. As mães deverão ser acompanhadas por fiscais e o tempo dispendido deverá ser compensado em igual período.

Projeto de Lei nº 2.774/2022. Do deputado Hermeto (MDB), cria o “Programa de Apoio às mulheres com Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG)”, como é chamado um grupo de doenças da placenta, capazes de evoluir, inclusive, para formas malignas. É predominantemente observada em adolescentes e mulheres com mais de 35 anos idade. O programa tem por finalidade apoiar, orientar, tratar, reabilitar e reintegrar pacientes e ex-pacientes acometidas pela NTG.

Projeto de Lei nº 1.778/2021. De autoria do deputado Eduardo Pedrosa (União), o PL altera e acrescenta dispositivos a Lei nº 6.022/2017 – que assegura a criação do Banco de Empregos para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e Familiar – para promover a qualificação de mão de obra e a melhoria do nível educacional e cultural das mulheres em situação de violência doméstica. A intenção é estabelecer mecanismos para habilitar as mulheres profissionalmente.

Projeto de Lei nº 165/2023. Outra proposição do deputado Eduardo Pedrosa (União), altera a Lei nº 6.795/2021 – que cria o Programa de Prevenção à Endometriose e Infertilidade no Distrito Federal – para instituir ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da Doença de Endometriose, com o intuito de garantir atendimento de qualidade às mulheres diagnosticadas com o problema pelo sistema de saúde.

Marco Túlio Alencar – Agência CLDF

 

 

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