Gente do Meio
Dorothy Stang, voz da floresta
Silvestre Gorgulho Bandidos calam mais uma voz da floresta A notícia ecoou pelo mundo a fora e ricocheteou dentro do governo como uma bala não tão perdida assim. Era uma morte anunciada. A missionária americana Dorothy Stang, 73 anos, foi assassinada a tiros, na manhã do dia 12 de fevereiro, no Travessão do Santana, município de Anapu, no Pará, 16 anos depois da morte de Chico Mendes. O crime aconteceu quando irmã Dorothy, como era conhecida, seguia para o Projeto de Desenvolvimento Sustentado (PDS) Esperança, junto com mais companheiros. Neste mesmo sábado de 12 de fevereiro, o “New York Times”, publicava uma reportagem do correspondente Larry Rohter, criticando o governo Lula por ceder à pressão dos madeireiros e liberar planos de manejo suspensos pelo Ibama, dizendo que, segundo grupos Dorothy Stang, o Anjo da Floresta Dorothy Stang era uma missionária amada e odiada. Para os pobres e os oprimidos ela era uma verdadeira santa. Para os madeireiros, os grileiros de terra e os contrabandistas de mogno ela era o satanás. A missionária Dorothy Stang subestimou a ação dos madeireiros e a coragem dos pistoleiros. Há mais de 30 anos, ela vivia na região da Transamazônica, onde dedicou mais da metade de sua vida a defender os direitos de trabalhadores rurais contra os interesses dos grileiros da região. Desde 1972, ela trabalhava com as comunidades rurais pelo direito à terra e por um desenvolvimento sem destruição da floresta. – Sei que eles querem me matar, mas não vou fugir. Meu lugar é aqui, ao lado dessas pessoas constantemente humilhadas por gente que se considera poderosa. Nos últimos 12 meses, o Ministério Público enviou 10 representações sobre ameaças contra irmã Dorothy para o Secretário Especial de Defesa Social, Manoel Santino Nascimento. Pedia medidas para garantir a integridade física dos ameaçados. Para Paulo Adário, coordenador da campanha da Amazônia do Greenpeace, mesmo sabendo dos riscos que ela corria, o governo do Pará não tomou uma medida para garantir sua segurança. “É inaceitável que os marginais continuem imperando na Amazônia, silenciando a voz daqueles que defendem a preservação e os povos da floresta contra os interesses de grileiros, madeireiros e fazendeiros que operam ilegalmente na região” alertou o militante do Greenpeace. Mas, tranqüila como se continuasse morando em sua terra natal, nos Estados Unidos, a irmã Dorothy continuava trabalhando intensamente na tentativa de minimizar os conflitos fundiários dentro de um verdadeiro barril de pólvora que é a região de Anapu. Por buscar a justiça social e por defender os mais fracos, ela era sempre acusada pelos grileiros de instigar a violência no município. As ameaças de morte continuavam. Sua luta pela preservação da Amazônia não parava. Chegou a fazer denúncias pela participação de policiais civis e militares na expulsão de trabalhadores a mando de fazendeiros e grileiros da região. Quando alguém chegava para a missionária e pedia para ter mais cautela, ela dizia que cumpria uma missão. Não tinha medo de morrer. “O corpo de Dorothy é semente. Não foi enterrado. Foi plantado e dará muitas flores e frutos”, discursou emocionada uma colega de Congressão. Enquanto isso o senador Eduardo Suplicy surpreendia a multidão, cantando em voz alta, a canção de Bob Dylan “Blowying in the Wind” [Soprando ao Vento]. |
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ADEUS, ORLANDO BRITO



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