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É tempo de Piracema

Os cuidados pela regeneração e pela multiplicação dos peixes

Silvestre Gorgulho, de Brasília


Está começando a época da piracema. É tempo de respeitar o defeso. Incompreendida muitas vezes por turistas e também pelos próprios ribeirinhos, o tempo de piracema é de essencial importância para revitalização dos rios e lagos. Mas qual a importância do defeso da piracema? É justamente para preservar a vida nos rios. Defeso é o período de restrição da pesca em águas interiores imposto pelo poder público. É uma medida de comando e controle que visa a colaborar com a proteção e manutenção dos estoquespesqueiros nos rios brasileiros, uma vez que mais de 80% das espécies de peixes nativos das bacias hidrográficas brasileiras são reofílicas, ou seja, realizam as migrações para se reproduzirem. E, nesta migração os peixes se tornam presas fáceis de pescadores que interrompem o processo reprodutivodas espécies.


Defeso é fundamental para
sobrevivência das espécies

A viagem de muitos quilômetros deixa os peixes extenuados e aí os pescadores aproveitam-se dessa fragilidade para capturá-los facilmente


No verão, quando as chuvas se tornam mais freqüentes e intensas, com o aquecimento e o aumento das águas dos rios, o instinto natural leva os peixes a iniciar a grande aventura de migração para reprodução. Isso acontece em grande parte do Brasil entre os meses de novembro e fevereiro. “Pode ter uma pequena variação nesse período, dependendo de região para região, em razão das características climáticas e ambientais” – explica Rômulo Mello, diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama – e conclui: “E é assim que se configura a piracema”.


A palavra piracema vem do Tupi-guarani: pira = peixe, cema = agitação. A explicação é fácil. Esse é o período em que os peixes nadam contra a correnteza buscando nas cabeceiras dos rios ambientes propícios para a reprodução, como águas mais limpas e mais tranqüilas, onde liberam e fecundam seus óvulos.


“Nessa viagem de risco, os peixes se agitam ruidosamente na linha da água, passando por momentos de grandes perigos. Além dos obstáculos naturais, precisam sobrepor as ameaças criadas pelo homem como a poluição, barragens e a pesca predatória. Ou seja, nós do Ibama temos que agir para evitar as armadilhas dos homens, com redes, tarrafas, puçás e tantos outros artifícios que interrompem esse processo de procriação, comprometendo a vida sustentável nos nossos rios”, acrescenta Rômulo Mello.








Silvestre Gorgulho


Rômulo Mello: “Nós do Ibama temos que agir para evitar as armadilhas dos homens, com redes, tarrafas, puçás e tantos outros artifícios que interrompem esse processo
de procriação, comprometendo a vida sustentável nos
nossos rios

Instinto animal
O instinto animal luta pela sobrevivência e faz um esforço fantástico para perpetuar a espécie. Esse é um instinto muito forte que começa antes, muito antes da reprodução propriamente dita acontecer. Assim, os animais interpretam os sinais ambientais de que a estação favorável está para chegar. São justamente os dias mais quentes, as chuvas mais freqüentes, a água mais oxigenada. Tudo isso é um sinal que o instinto deles sabe captar. E o que acontece? Os machos e as fêmeas dispersos em pontos diferentes dos rios como os lagos, baías e áreas de alimentação deixam esses pontos de sossego e vão para as calhas dos rios. Deslocam-se milhares de quilômetros formando cardumes que se dirigem às áreas de desova, onde estarão próximos, maduros, prontos para o acasalamento. A fecundação dos peixes migradores é externa, e a elevada concentração de machos e fêmeas aumenta as chances de fertilização no ambiente aquático.


E a lei da natureza continua: os milhões de ovos e larvas, como nuvens suspensas na coluna d’água, serão vítimas de predadores, da escassez de alimentos e de muitas outras condições adversas. Na verdade poucos chegarão à fase adulta. A dispersão dos ovos, embriões e larvas para as margens dos rios, feita pelas correntes, concorre para que encontrem maior quantidade de alimento e proteção, reduzindo essa perda.


E por que existem restrições à pesca?
O instinto de perpetuar a espécie fala mais alto, por isso durante a piracema, o apelo para reprodução é tão intenso que os peixes se descuidam de suas estratégias de proteção e ficam muito vulneráveis. Tornam-se presa fácil. “A viagem de centenas de quilômetros os deixa extenuados. Aí os pescadores aproveitam-se dessa fragilidade para capturá-los facilmente. Pior: em grandes quantidades”, explica Rômulo Mello. “Agindo desse modo, interferem em todo o processo de perpetuação da espécie e renovação dos estoques, que será sentido na diminuição do tamanho dos peixes e na quantidade disponível para a pesca nos anos subseqüentes. Por isso é tão importante a proteção dos peixes na época da piracema”, acrescenta o diretor do Ibama e alerta: “Até a viagem de barco – só a passeio pelo rio – já é prejudicial. Os motores das embarcações não só dispersam cardumes, como provocam movimento das águas que acabam por influenciar no número de ovos fecundados, evidente que prejudicando terrivelmente a reprodução”.


A piracema no contexto legal, biogeográfico e social


A conscientização ambiental e a atuação dos governos estaduais e federal para preservação das espécies levaram a sociedade brasileira a situar a piracema no contexto legal, biogeográfico e social.


Contexto legal
O capítulo II, artigo 20, estabelece os bens da União. E o parágrafo III coloca por bens de domínio da União “os rios, lagos e quaisquer correntes de água situadas em terrenos de seu domínio, ou que sirvam de limites entre dois ou mais estados ou que banhem mais de um estado ou que sirvam de limite com outros países ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais, as praias fluviais, as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países”.


O Decreto-Lei nº 221, de 28 de fevereiro de 1967 que dispõe sobre a proteção e estímulo à pesca, define o que é a pesca, reconhece as diferentes categorias da atividade (profissional, amadora e científica) e estabelece as normas gerais para o seu exercício em águas dominiais.


A Lei nª 7.679, de 23 de novembro de 1988, impõe ao poder público o dever de estabelecer os tamanhos mínimos de captura, os aparelhos, petrechos, técnicas, métodos e artes de pesca permitidas, espécies que devem ser preservadas, bem como definir, anualmente, os períodos de defeso para cada bacia hidrográfica, onde ocorrem fenômenos migratórios para reprodução.


Atendendo a essas disposições, o Ibama edita portarias normativas onde são estabelecidos períodos e restrições à pesca, em cada temporada de piracema. Essa restrições referem-se a limitações de áreas, petrechos a serem utilizados e quantidade de pescado/pescador.


Durante esse período, pescadores profissionais que são aqueles que têm na pesca seu principal meio de vida, que estejam devidamente registrados, recebem o seguro desemprego, em atendimento ao disposto na Lei nª 8.287, de 20/12/91.


Contexto biogeográfico
A bacia hidrográfica é a unidade territorial utilizada para a implementação da política nacional de gestão dos recursos pesqueiros e compreende, além do rio principal, os rios formadores, os afluentes, os lagos e lagoas marginais, os reservatórios e demais coleções de água sob domínio da União. É na bacia hidrográfica que convergem os efeitos de fenômenos climáticos naturais, impactos positivos e negativos de ações antrópicas, bem como é o espaço onde se definem as comunidades, populações e espécies de peixes. Também nesta unidade territorial se caracterizam as técnicas e artes de pesca, intimamente relacionadas à história e cultura regional. Por tudo isso, o estabelecimento dos períodos de defeso se faz por bacias hidrográficas.


Contexto social
Neste contexto, entende-se a importância e a necessidade da compreensão e participação dos pescadores no cumprimento e respeito ao defeso da piracema. e houver o efetivo respeito às normas estabelecidas pelos órgãos ambientais, aumentam as chances de termos peixes nos rios brasileiros para suprir as necessidades da geração atual e das futuras.


Os órgãos ambientais, além de fiscalizar, vêm implementando dentro de sua nova filosofia de trabalho, diversas atividades voltadas para a Educação Ambiental, visando a proporcionar aos brasileiros o acesso à informação e ao conhecimento necessários para viabilizar o comprometimento da sociedade na preservação do meio ambiente.


A solução dos problemas ambientais não é obrigação de uma única instituição ou esfera de governo e sim da ação responsável que se inicia com o indivíduo e necessita de toda a sociedade.


A cada ano, próximo ao período da piracema, o Ibama negocia, define e publica as portarias que definem as datas de início e fim do defeso em cada bacia hidrográfica.


Sempre com o apoio dos órgãos estaduais de Meio Ambiente e representantes da sociedade civil. Estas portarias também definem normas específicas, quando necessário, para o exercício da pesca nesse período.


O diretor Rômulo Mello é enfático ao dizer que a atividade pesqueira, quando praticada de acordo com a legislação, contribui de forma significativa para o bem estar da população brasileira e para o equilíbrio da natureza. Para isso é importante a utilização racional dos recursos pesqueiros. “No entanto, existe uma parcela da comunidade constituída de pescadores clandestinos, profissionais e amadores que insiste em descumprir a legislação, em busca do lucro privado e imediato”, lembra Rômulo Mello e conclui: “E o pior é que, compartilhando com a sociedade o prejuízo e os impactos gerados, a pesca clandestina acaba por ameaçar a sobrevivência das espécies e da própria atividade pesqueira. Se não formos rígidos quem acaba sofrendo serão os próprios profissionais conscientes”.


Tocantins defende Piracema
Portaria proíbe pesca em tempo de defeso de novembro a 28 de fevereiro


Da redação
O governo do Tocantins também luta para fazer valer a fiscalização em tempo de piracema e o presidente do Instituto Natureza do Tocantins, Isac Braz da Cunha, assinou dia 29 de outubro a portaria da piracema, que proíbe a pesca predatória no período de desova dos peixes no período 1º de novembro a 28 de fevereiro. A assinatura da portaria aconteceu na antiga cascalheira, próximo ao Palacinho, no mesmo local onde foram incinerados materiais apreendidos pelo instituto. Vale lembrar que a pesca esportiva e para o consumo imediato continua liberada. Para Isac Braz da Cunha, a piracema é o período em que os cardumes se deslocam para reprodução. “Pescar nesta época pode interromper a procriação dos peixes, comprometendo a manutenção dos estoques pesqueiros nos rios. Normalmente, a desova ocorre de novembro a fevereiro, podendo variar em cada bacia hidrográfica”.


Naturatins luta pela multiplicação dos peixes


Todo o material apreendido em fiscalizações feitas, desde julho deste ano, pelo Naturatins – Instituto Natureza do Tocantins, e pelo Cipama – Companhia da Policia do Meio Ambiente, foram incinerados na quarta-feira, dia 29 de outubro, em Palmas.


O material é resultado de apreensões feitas nas regionais de Palmas, Araguaína e Gurupi. A queima foi feita na antiga cascalheira, na presença do presidente do Instituto Isac Braz Cunha, e do comandante do Cipama, Glauber de Oliveira Santos.


O material apreendido corresponde a cerca de 15.818 metros de rede, 7.088 quilos de pescado, 420 metros cúbicos de madeira, 68 animais silvestres, 109 tarrafas, dez barcos de madeira, 56 molinetes, 141 carretéis, 46 varas simples, 20 espingardas caseiras, 90 espinhais, 102 armas brancas, 18 caixas de isopor, 15 gaiolas e cinco cativeiros. A informação é do coordenador da Fiscalização do Naturatins, Idalto Vespúcio, que promete rigor na fiscalização, associado a um programa de educação ambiental para turistas e pescadores.


Canal da Piracema, o elo da vida
Um rio artificial de 7,5 km em Itaipu







Na foto acima, vista panorâmica do Canal da Piracema no Lago de Itaipu. Abaixo, o canal – um rio artificial de 7,5 km – e muita correnteza por vencer um desnível de 120 metros

A verdade é que qualquer construção de uma hidrelétrica tem impacto direto no ecossistema. A energia é importante e, por isso, a tecnologia busca formas de minimizar esses impactos. Assim aconteceu com a Usina de Itaipu, uma barragem que evidentemente teve forte reflexo na ictiofauna da região da bacia do rio Paraná.


Com o grande lago, no lugar dos peixes de corredeiras, cresceu a quantidade de espécies mais acostumadas às águas calmas. Além disso, a barragem passou a impedir que os peixes migrassem na época crucial para sua reprodução, a piracema.


Para corrigir ou pelo menos amenizar essas distorções, Itaipu construiu em parceria com o governo do estado do Paraná, o Canal da Piracema, um rio artificial de 7,5 quilômetros que liga o rio Paraná ao reservatório da usina.


Autêntico elo da vida, o Canal da Piracema ajuda os peixes a vencerem o desnível de 120 metros entre a superfície do lago e o rio. A obra ficou pronta em dezembro de 2002 e, por isso, ainda não há dados que comprovem o sucesso do investimento.


No entanto, agora em novembro já é possível acompanhar visualmente a migração de algumas espécies.


De quebra, as corredeiras do Canal da Piracema servirão também para competições internacionais de canoagem, uma das finalidades para as quais foram construídas. Mais informações: Canal da Piracema (0xx45) 520-6984, 520-6985 e 520-6988 ou www.itaipu.gov.br


Discriminação por bacias hidrográficas dos
períodos de proteção durante a piracema















O que é Piracema? O que é Defeso? Denúncia

Piracema (do Tupi-guarani: pira = peixe, cema = agitação) é o período em que os peixes nadam contra a correnteza, buscando nas cabeceiras dos rios, ambientes propícios para a reprodução, onde liberam e fecundam seus óvulos. Nessa viagem de risco, os peixes se agitam ruidosamente na linha d’água, passando por momentos de grandes perigos. Além dos obstáculos naturais, precisam sobrepor a poluição, as barragens e a pesca predatória.

Defeso é a ação de proteção às espécies de Piracema, que consiste em fiscalizar a pesca no período em que a piracema acontece, ou seja, de outubro a maio, tendo como principal objetivo coibir a pesca predatória, principalmente através de utensílios de pesca em grande quantidade, como as redes, as tarrafas, os puçás, bombas, os paris e até espingarda de pesca submarina.

Como é feita a denúncia – O Ibama mantém o telefone da LINHA VERDE 0800-61 80 80 para receber denúncias que serão verificadas por um dos três escritórios regionais envolvidos na campanha. A ligação é gratuita. Se quiser entre em contato direto com a Ouvidoria do Ibama ou com os uperintendentes em cada estado pelo site do órgão: www.ibama.gov.br
Fone em Brasília: (61) 316-1002 e 316-1015 Fax em Brasília: (61) 322-1058
Seguro Desemprego
Tão logo foram publicadas pelo Ibama as portarias de defeso da Piracema, foi aberto o direito ao seguro desemprego para os pescadores profissionais. Eles devem fazer a solicitação ao Ministério Trabalho, de acordo com a lei 8.287, de 20/12/91. Para a Confederação Nacional dos Pescadores, o Brasil têm cerca de 77 mil pescadores (artesanais/profissionais) recebendo seguro desemprego. O seguro desemprego dura de três a quatro meses, enquanto ficar proibida a pesca. Pescador profissional é o que exerce a atividade de forma artesanal, individualmente ou em regime de economia familiar, sem contratação de terceiros, ou seja, o que faz da pesca seu principal meio de vida.

O valor do seguro desemprego é de um salário mínimo. Para recebê-lo o pescador deverá comprovar o pagamento de pelo menos duas contribuições previdenciárias anterior a data do início do defeso.


Para a comprovação do grupo familiar, o pescador artesanal deverá apresentar certidão de casamento, ou designação de companheira, certidão de nascimento dos filhos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo familiar respectivo. Essa situação se aplica aos componentes do grupo familiar (filhos e cônjuge) maiores de 14 anos. Também deve comprovar não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário.

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CLDF celebra Dia Nacional do Surdo com homenagens acessíveis

Foto: Renan Lisboa/ Agência CLDF

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O Dia Nacional do Surdo, comemorado nesta terça-feira (26), foi celebrado antecipadamente hoje em sessão solene na Câmara Legislativa, promovida pelo gabinete do deputado Iolando (MDB). O distrital é autor da Lei 7279/2023, que torna indeterminada a validade dos laudos médicos às pessoas com deficiência, o que as desobriga a apresentarem novos laudos para terem acesso a serviços públicos, benefícios fiscais e assistência social.

O parlamentar enfatizou a importância de garantir acesso à políticas públicas voltadas para a inclusão produtiva e social, como a educação de qualidade, oportunidade de empregos, atendimento de saúde adequada mas, acima de tudo, o respeito.

“A inclusão produtiva é essencial para que os surdos possam contribuir ativamente para a economia e para a sociedade. Precisamos criar ambientes de trabalho acessíveis, promover a capacitação profissional e incentivar a contratação de pessoas surdas”, explicou o Iolando.

O secretário da Pessoa com Deficiência, Flávio Pereira dos Santos, comentou sobre os projetos dentro da Secretaria, como a Central de Interpretação de Libras, que atende a parcela da população surda on-line sobre os serviços do GDF, e as centrais de emprego e do esporte.

“É importante mudar a história da comunidade surda, mas para isso precisamos, principalmente, ouvir essa comunidade. Queremos uma Brasília de todos e para todos”, relatou o secretário.

Igualdade no lazer

Para dar início aos trabalhos da sessão, foi chamado o diretor de acessibilidade comunicacional da Secretaria da Pessoa com Deficiência do DF, Valdemar Carvalho, que fez uma apresentação na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), com tom satírico sobre os diferentes tipos de deficiência e as problematizações que sofrem, como as promessas de cura.

Também se apresentaram alunos da Escola Bilíngue, Libras e Português Escrito de Taguatinga, com uma interpretação, também em Libras, do conto Cachinhos Dourados. A Companhia de Dança Libras em Cena também fez sua participação com três apresentações ao final da sessão.

Elogiando as apresentações e defendendo que a população surda também deve ter respeitada sua maneira de aproveitar o lazer, o deputado Iolando ressaltou: “É preciso lembrar que a língua de sinais não é apenas uma forma de comunicação, mas também uma expressão cultural rica e diversificada”.

Dentre outros que estiveram no evento, marcaram presença o secretário-executivo da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Reisman; a subsecretária da Secretaria de Educação; professores de Libras da Escola Bilíngue de Brasília, da Universidade de Brasília; e um representante do Ministério da Educação.

Vinícius Vicente (estagiário) – CLDF

 

 

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15 anos da Lei Seca: Brasília está entre capitais com mais motoristas embriagados

Apenas Belo Horizonte (MG) tem maior número de flagrantes. Em 90% dos dias, durante 15 anos, houve pelo menos uma infração no DF, totalizando 36 mil notificações.

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Em 15 anos da Lei Seca, Brasília ficou em segundo lugar em relação às capitais com o maior número de infrações. Foram 36.386 flagrantes registrados.

Brasília só perde para Belo Horizonte. A capital mineira somou 47.561 infrações.

Os dados, divulgados nesta segunda-feira (25), são da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), vinculada ao Ministério dos Transportes. Segundo o levantamento, a capital federal também somou o maior número de dias com registro de motoristas embriagados flagrados ao volante.

Conforme os dados, em 90,2% dos dias compreendidos no período de 15 anos, houve, ao menos, uma notificação na capital federal. Ou seja, em 4.943 dias houve uma infração à Lei Seca no DF, o equivalente a cerca de 13 anos.

Veja o ranking nacional das capitais com maior número de infrações:

  1. Belo Horizonte (MG)
  2. Brasília (DF)
  3. São Paulo (SP)
  4. Rio de Janeiro (RJ)
  5. Porto Velho (RO)
  6. Curitiba (PR)
  7. Rio Branco (AC)
  8. Manaus (AM)
  9. Goiânia (GO)
  10. Cuiabá (MT)
  11. Recife (PE)
  12. Macapá (AP)
  13. Campo Grande (MS)
  14. Porto Alegre (RS)
  15. Boa Vista (RR)
  16. Natal (RN)
  17. São Luiz (MA)
  18. Fortaleza (CE)
  19. Maceió (AL)
  20. Teresina (PI)
  21. João Pessoa (PB)
  22. Salvador (BA)
  23. Florianópolis (SC)
  24. Aracaju (SE)
  25. Belém (PA)
  26. Vitória (ES)
  27. Palmas (TO)
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Ministro Carlos Fávaro pede apoio da Embrapa para fortalecer a imagem da agricultura brasileira

Da esquerda para direita: Selma Beltrão, Carlos Favaro, Silvia Massruhá, Ana Euler e Alderi Araújo

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Em reunião na sede da Empresa em Brasília, ele conversou com gestores das 43 Unidades de pesquisa de todo o Brasil

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou da abertura da segunda reunião de gestores com a nova Diretoria da Embrapa nesta segunda-feira (25/9) na Sede da Empresa, em Brasília, DF. Na oportunidade, ele solicitou aos 43 chefes de Unidades presentes ao evento apoio para enfrentar o maior desafio imposto hoje à agricultura brasileira: a valorização da sua imagem em nível mundial. Segundo o ministro, é fundamental mostrar aos outros países que as práticas adotadas por 80% dos produtores no Brasil são desenvolvidas sob bases sustentáveis e tecnológicas, graças ao aporte científico da Embrapa.

Fávaro destacou que fortalecer a imagem do agro brasileiro é fundamental para aumentar as exportações do País. Nesse sentido, ele apontou ainda como demanda fundamental continuar investindo em ações de PD&I voltadas à rastreabilidade e em métricas que mensurem a emissão de carbono. “O mercado hoje é pautado por exigências que comprovem a origem e a sustentabilidade das nossas entregas”, pontuou.

O ministro citou como exemplo a cadeia produtiva do algodão, que une sustentabilidade, tecnologia e qualidade, garantindo ao Brasil o segundo lugar no ranking de exportação mundial. “A certificação ao longo de toda a cadeia e a qualidade da fibra podem fazer com que o País ultrapasse os Estados Unidos na exportação do produto em nível mundial. É esse modelo que temos que estender às outras cadeias produtivas”, observou Fávaro.

Outro exemplo de sucesso é a carne de frango, mercado no qual o Brasil se destaca como o maior exportador mundial. A sustentabilidade dessa cadeia é o diferencial, como explicou o ministro, lembrando que o País se mantém como segundo maior produtor, utilizando metade da água e da energia utilizadas nos países europeus.

Fávaro destacou ainda que está em negociação com o Vietnam e Israel para aumentar os mercados de exportação para os produtos agrícolas brasileiros. Israel é hoje o maior consumidor de carne de frango do mundo, com 60 kg por habitante/ano.

Os próximos 50 anos

O ministro destacou a relevância da pesquisa agropecuária para o crescimento desse setor ao longo dos últimos 50 anos. Graças à Embrapa e às instituições de pesquisa e ensino, saímos de importador de alimentos na década de 1970 para um dos maiores players do agro mundial. A ciência por trás do agro garantiu um aumento de 580% na produtividade brasileira.

“Nosso desafio para os próximos 50 anos é manter esse alto nível de produção sob bases cada vez mais sustentáveis, com foco em automação e outras tecnologias que levem as soluções com qualidade e rapidez ao setor produtivo”, ressaltou Fávaro.

Outro foco é em tecnologias capazes de transformar áreas degradadas em produtivas. Os sistemas que integram lavoura, pecuária e florestas são estratégias de produção sustentáveis que vêm despertando a atenção de outros países. De acordo com o ministro, a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica, sigla em inglês) quer investir cerca de 1 bilhão de dólares em arranjos produtivos desse tipo na Amazônia.

Bioeconomia e COP

Durante a abertura, os chefes-gerais das Unidades levantaram questões prementes no cenário atual, como a bioecnonomia na Amazônia. Segundo eles, a realização da COP30 na região será uma vitrine para mostrar ao mundo as ações de PD&I da Embrapa em prol da bioeconomia no bioma.

A diretora de Negócios, Ana Euler, destacou as iniciativas da Embrapa voltadas à preparação para o evento, como o Pré-COP e o Café Amazônico, entre outras. O objetivo é discutir eixos estratégicos para o desenvolvimento sustentável, envolvendo cooperação com as demais instituições de pesquisa e ensino que atuam no bioma.

Segundo Euler, de agora até a COP, precisamos mostrar ao mundo a força da ciência na região amazônica.  “Temos 220 tecnologias desenvolvidas para 50 cadeias produtivas”, ressaltou a diretora. Hoje, a Embrapa mantém nove Unidades de pesquisa na Amazônia legal, com 337 pesquisadores, sendo 89% com pós-doutorado.

Outros temas, como PAC, concurso e a sustentabilidade das cadeias do leite e da carne, também foram levantados durante o evento.

Os diretores Clenio Pillon, Selma Beltrão e Alderi Araújo, além de muitos dos chefes de Unidades presentes, agradeceram pela volta do PAC. Segundo Pillon, essa estratégia será fundamental para revitalizar os campos experimentais da Embrapa distribuídos por todo o Território Nacional, inclusive com tecnologias de automação.

A importância do fortalecimento das ações de assistência técnica e extensão rural em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar foi outro ponto debatido.

Fernanda Diniz (MtB 4685/DF)
Superintendência de Comunicação (Sucom)

Contatos para a imprensa

Telefone: (61) 3448-4364

 

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