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É tempo de Piracema

Os cuidados pela regeneração e pela multiplicação dos peixes

Silvestre Gorgulho, de Brasília


Está começando a época da piracema. É tempo de respeitar o defeso. Incompreendida muitas vezes por turistas e também pelos próprios ribeirinhos, o tempo de piracema é de essencial importância para revitalização dos rios e lagos. Mas qual a importância do defeso da piracema? É justamente para preservar a vida nos rios. Defeso é o período de restrição da pesca em águas interiores imposto pelo poder público. É uma medida de comando e controle que visa a colaborar com a proteção e manutenção dos estoquespesqueiros nos rios brasileiros, uma vez que mais de 80% das espécies de peixes nativos das bacias hidrográficas brasileiras são reofílicas, ou seja, realizam as migrações para se reproduzirem. E, nesta migração os peixes se tornam presas fáceis de pescadores que interrompem o processo reprodutivodas espécies.


Defeso é fundamental para
sobrevivência das espécies

A viagem de muitos quilômetros deixa os peixes extenuados e aí os pescadores aproveitam-se dessa fragilidade para capturá-los facilmente


No verão, quando as chuvas se tornam mais freqüentes e intensas, com o aquecimento e o aumento das águas dos rios, o instinto natural leva os peixes a iniciar a grande aventura de migração para reprodução. Isso acontece em grande parte do Brasil entre os meses de novembro e fevereiro. “Pode ter uma pequena variação nesse período, dependendo de região para região, em razão das características climáticas e ambientais” – explica Rômulo Mello, diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama – e conclui: “E é assim que se configura a piracema”.


A palavra piracema vem do Tupi-guarani: pira = peixe, cema = agitação. A explicação é fácil. Esse é o período em que os peixes nadam contra a correnteza buscando nas cabeceiras dos rios ambientes propícios para a reprodução, como águas mais limpas e mais tranqüilas, onde liberam e fecundam seus óvulos.


“Nessa viagem de risco, os peixes se agitam ruidosamente na linha da água, passando por momentos de grandes perigos. Além dos obstáculos naturais, precisam sobrepor as ameaças criadas pelo homem como a poluição, barragens e a pesca predatória. Ou seja, nós do Ibama temos que agir para evitar as armadilhas dos homens, com redes, tarrafas, puçás e tantos outros artifícios que interrompem esse processo de procriação, comprometendo a vida sustentável nos nossos rios”, acrescenta Rômulo Mello.








Silvestre Gorgulho


Rômulo Mello: “Nós do Ibama temos que agir para evitar as armadilhas dos homens, com redes, tarrafas, puçás e tantos outros artifícios que interrompem esse processo
de procriação, comprometendo a vida sustentável nos
nossos rios

Instinto animal
O instinto animal luta pela sobrevivência e faz um esforço fantástico para perpetuar a espécie. Esse é um instinto muito forte que começa antes, muito antes da reprodução propriamente dita acontecer. Assim, os animais interpretam os sinais ambientais de que a estação favorável está para chegar. São justamente os dias mais quentes, as chuvas mais freqüentes, a água mais oxigenada. Tudo isso é um sinal que o instinto deles sabe captar. E o que acontece? Os machos e as fêmeas dispersos em pontos diferentes dos rios como os lagos, baías e áreas de alimentação deixam esses pontos de sossego e vão para as calhas dos rios. Deslocam-se milhares de quilômetros formando cardumes que se dirigem às áreas de desova, onde estarão próximos, maduros, prontos para o acasalamento. A fecundação dos peixes migradores é externa, e a elevada concentração de machos e fêmeas aumenta as chances de fertilização no ambiente aquático.


E a lei da natureza continua: os milhões de ovos e larvas, como nuvens suspensas na coluna d’água, serão vítimas de predadores, da escassez de alimentos e de muitas outras condições adversas. Na verdade poucos chegarão à fase adulta. A dispersão dos ovos, embriões e larvas para as margens dos rios, feita pelas correntes, concorre para que encontrem maior quantidade de alimento e proteção, reduzindo essa perda.


E por que existem restrições à pesca?
O instinto de perpetuar a espécie fala mais alto, por isso durante a piracema, o apelo para reprodução é tão intenso que os peixes se descuidam de suas estratégias de proteção e ficam muito vulneráveis. Tornam-se presa fácil. “A viagem de centenas de quilômetros os deixa extenuados. Aí os pescadores aproveitam-se dessa fragilidade para capturá-los facilmente. Pior: em grandes quantidades”, explica Rômulo Mello. “Agindo desse modo, interferem em todo o processo de perpetuação da espécie e renovação dos estoques, que será sentido na diminuição do tamanho dos peixes e na quantidade disponível para a pesca nos anos subseqüentes. Por isso é tão importante a proteção dos peixes na época da piracema”, acrescenta o diretor do Ibama e alerta: “Até a viagem de barco – só a passeio pelo rio – já é prejudicial. Os motores das embarcações não só dispersam cardumes, como provocam movimento das águas que acabam por influenciar no número de ovos fecundados, evidente que prejudicando terrivelmente a reprodução”.


A piracema no contexto legal, biogeográfico e social


A conscientização ambiental e a atuação dos governos estaduais e federal para preservação das espécies levaram a sociedade brasileira a situar a piracema no contexto legal, biogeográfico e social.


Contexto legal
O capítulo II, artigo 20, estabelece os bens da União. E o parágrafo III coloca por bens de domínio da União “os rios, lagos e quaisquer correntes de água situadas em terrenos de seu domínio, ou que sirvam de limites entre dois ou mais estados ou que banhem mais de um estado ou que sirvam de limite com outros países ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais, as praias fluviais, as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países”.


O Decreto-Lei nº 221, de 28 de fevereiro de 1967 que dispõe sobre a proteção e estímulo à pesca, define o que é a pesca, reconhece as diferentes categorias da atividade (profissional, amadora e científica) e estabelece as normas gerais para o seu exercício em águas dominiais.


A Lei nª 7.679, de 23 de novembro de 1988, impõe ao poder público o dever de estabelecer os tamanhos mínimos de captura, os aparelhos, petrechos, técnicas, métodos e artes de pesca permitidas, espécies que devem ser preservadas, bem como definir, anualmente, os períodos de defeso para cada bacia hidrográfica, onde ocorrem fenômenos migratórios para reprodução.


Atendendo a essas disposições, o Ibama edita portarias normativas onde são estabelecidos períodos e restrições à pesca, em cada temporada de piracema. Essa restrições referem-se a limitações de áreas, petrechos a serem utilizados e quantidade de pescado/pescador.


Durante esse período, pescadores profissionais que são aqueles que têm na pesca seu principal meio de vida, que estejam devidamente registrados, recebem o seguro desemprego, em atendimento ao disposto na Lei nª 8.287, de 20/12/91.


Contexto biogeográfico
A bacia hidrográfica é a unidade territorial utilizada para a implementação da política nacional de gestão dos recursos pesqueiros e compreende, além do rio principal, os rios formadores, os afluentes, os lagos e lagoas marginais, os reservatórios e demais coleções de água sob domínio da União. É na bacia hidrográfica que convergem os efeitos de fenômenos climáticos naturais, impactos positivos e negativos de ações antrópicas, bem como é o espaço onde se definem as comunidades, populações e espécies de peixes. Também nesta unidade territorial se caracterizam as técnicas e artes de pesca, intimamente relacionadas à história e cultura regional. Por tudo isso, o estabelecimento dos períodos de defeso se faz por bacias hidrográficas.


Contexto social
Neste contexto, entende-se a importância e a necessidade da compreensão e participação dos pescadores no cumprimento e respeito ao defeso da piracema. e houver o efetivo respeito às normas estabelecidas pelos órgãos ambientais, aumentam as chances de termos peixes nos rios brasileiros para suprir as necessidades da geração atual e das futuras.


Os órgãos ambientais, além de fiscalizar, vêm implementando dentro de sua nova filosofia de trabalho, diversas atividades voltadas para a Educação Ambiental, visando a proporcionar aos brasileiros o acesso à informação e ao conhecimento necessários para viabilizar o comprometimento da sociedade na preservação do meio ambiente.


A solução dos problemas ambientais não é obrigação de uma única instituição ou esfera de governo e sim da ação responsável que se inicia com o indivíduo e necessita de toda a sociedade.


A cada ano, próximo ao período da piracema, o Ibama negocia, define e publica as portarias que definem as datas de início e fim do defeso em cada bacia hidrográfica.


Sempre com o apoio dos órgãos estaduais de Meio Ambiente e representantes da sociedade civil. Estas portarias também definem normas específicas, quando necessário, para o exercício da pesca nesse período.


O diretor Rômulo Mello é enfático ao dizer que a atividade pesqueira, quando praticada de acordo com a legislação, contribui de forma significativa para o bem estar da população brasileira e para o equilíbrio da natureza. Para isso é importante a utilização racional dos recursos pesqueiros. “No entanto, existe uma parcela da comunidade constituída de pescadores clandestinos, profissionais e amadores que insiste em descumprir a legislação, em busca do lucro privado e imediato”, lembra Rômulo Mello e conclui: “E o pior é que, compartilhando com a sociedade o prejuízo e os impactos gerados, a pesca clandestina acaba por ameaçar a sobrevivência das espécies e da própria atividade pesqueira. Se não formos rígidos quem acaba sofrendo serão os próprios profissionais conscientes”.


Tocantins defende Piracema
Portaria proíbe pesca em tempo de defeso de novembro a 28 de fevereiro


Da redação
O governo do Tocantins também luta para fazer valer a fiscalização em tempo de piracema e o presidente do Instituto Natureza do Tocantins, Isac Braz da Cunha, assinou dia 29 de outubro a portaria da piracema, que proíbe a pesca predatória no período de desova dos peixes no período 1º de novembro a 28 de fevereiro. A assinatura da portaria aconteceu na antiga cascalheira, próximo ao Palacinho, no mesmo local onde foram incinerados materiais apreendidos pelo instituto. Vale lembrar que a pesca esportiva e para o consumo imediato continua liberada. Para Isac Braz da Cunha, a piracema é o período em que os cardumes se deslocam para reprodução. “Pescar nesta época pode interromper a procriação dos peixes, comprometendo a manutenção dos estoques pesqueiros nos rios. Normalmente, a desova ocorre de novembro a fevereiro, podendo variar em cada bacia hidrográfica”.


Naturatins luta pela multiplicação dos peixes


Todo o material apreendido em fiscalizações feitas, desde julho deste ano, pelo Naturatins – Instituto Natureza do Tocantins, e pelo Cipama – Companhia da Policia do Meio Ambiente, foram incinerados na quarta-feira, dia 29 de outubro, em Palmas.


O material é resultado de apreensões feitas nas regionais de Palmas, Araguaína e Gurupi. A queima foi feita na antiga cascalheira, na presença do presidente do Instituto Isac Braz Cunha, e do comandante do Cipama, Glauber de Oliveira Santos.


O material apreendido corresponde a cerca de 15.818 metros de rede, 7.088 quilos de pescado, 420 metros cúbicos de madeira, 68 animais silvestres, 109 tarrafas, dez barcos de madeira, 56 molinetes, 141 carretéis, 46 varas simples, 20 espingardas caseiras, 90 espinhais, 102 armas brancas, 18 caixas de isopor, 15 gaiolas e cinco cativeiros. A informação é do coordenador da Fiscalização do Naturatins, Idalto Vespúcio, que promete rigor na fiscalização, associado a um programa de educação ambiental para turistas e pescadores.


Canal da Piracema, o elo da vida
Um rio artificial de 7,5 km em Itaipu







Na foto acima, vista panorâmica do Canal da Piracema no Lago de Itaipu. Abaixo, o canal – um rio artificial de 7,5 km – e muita correnteza por vencer um desnível de 120 metros

A verdade é que qualquer construção de uma hidrelétrica tem impacto direto no ecossistema. A energia é importante e, por isso, a tecnologia busca formas de minimizar esses impactos. Assim aconteceu com a Usina de Itaipu, uma barragem que evidentemente teve forte reflexo na ictiofauna da região da bacia do rio Paraná.


Com o grande lago, no lugar dos peixes de corredeiras, cresceu a quantidade de espécies mais acostumadas às águas calmas. Além disso, a barragem passou a impedir que os peixes migrassem na época crucial para sua reprodução, a piracema.


Para corrigir ou pelo menos amenizar essas distorções, Itaipu construiu em parceria com o governo do estado do Paraná, o Canal da Piracema, um rio artificial de 7,5 quilômetros que liga o rio Paraná ao reservatório da usina.


Autêntico elo da vida, o Canal da Piracema ajuda os peixes a vencerem o desnível de 120 metros entre a superfície do lago e o rio. A obra ficou pronta em dezembro de 2002 e, por isso, ainda não há dados que comprovem o sucesso do investimento.


No entanto, agora em novembro já é possível acompanhar visualmente a migração de algumas espécies.


De quebra, as corredeiras do Canal da Piracema servirão também para competições internacionais de canoagem, uma das finalidades para as quais foram construídas. Mais informações: Canal da Piracema (0xx45) 520-6984, 520-6985 e 520-6988 ou www.itaipu.gov.br


Discriminação por bacias hidrográficas dos
períodos de proteção durante a piracema















O que é Piracema? O que é Defeso? Denúncia

Piracema (do Tupi-guarani: pira = peixe, cema = agitação) é o período em que os peixes nadam contra a correnteza, buscando nas cabeceiras dos rios, ambientes propícios para a reprodução, onde liberam e fecundam seus óvulos. Nessa viagem de risco, os peixes se agitam ruidosamente na linha d’água, passando por momentos de grandes perigos. Além dos obstáculos naturais, precisam sobrepor a poluição, as barragens e a pesca predatória.

Defeso é a ação de proteção às espécies de Piracema, que consiste em fiscalizar a pesca no período em que a piracema acontece, ou seja, de outubro a maio, tendo como principal objetivo coibir a pesca predatória, principalmente através de utensílios de pesca em grande quantidade, como as redes, as tarrafas, os puçás, bombas, os paris e até espingarda de pesca submarina.

Como é feita a denúncia – O Ibama mantém o telefone da LINHA VERDE 0800-61 80 80 para receber denúncias que serão verificadas por um dos três escritórios regionais envolvidos na campanha. A ligação é gratuita. Se quiser entre em contato direto com a Ouvidoria do Ibama ou com os uperintendentes em cada estado pelo site do órgão: www.ibama.gov.br
Fone em Brasília: (61) 316-1002 e 316-1015 Fax em Brasília: (61) 322-1058
Seguro Desemprego
Tão logo foram publicadas pelo Ibama as portarias de defeso da Piracema, foi aberto o direito ao seguro desemprego para os pescadores profissionais. Eles devem fazer a solicitação ao Ministério Trabalho, de acordo com a lei 8.287, de 20/12/91. Para a Confederação Nacional dos Pescadores, o Brasil têm cerca de 77 mil pescadores (artesanais/profissionais) recebendo seguro desemprego. O seguro desemprego dura de três a quatro meses, enquanto ficar proibida a pesca. Pescador profissional é o que exerce a atividade de forma artesanal, individualmente ou em regime de economia familiar, sem contratação de terceiros, ou seja, o que faz da pesca seu principal meio de vida.

O valor do seguro desemprego é de um salário mínimo. Para recebê-lo o pescador deverá comprovar o pagamento de pelo menos duas contribuições previdenciárias anterior a data do início do defeso.


Para a comprovação do grupo familiar, o pescador artesanal deverá apresentar certidão de casamento, ou designação de companheira, certidão de nascimento dos filhos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo familiar respectivo. Essa situação se aplica aos componentes do grupo familiar (filhos e cônjuge) maiores de 14 anos. Também deve comprovar não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário.

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Cine Brasília fará exibição especial de reabertura no dia 22 de abril

Na data em que celebra 60 anos de história, espaço tradicional da cultura brasiliense terá filme sobre JK na telona

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Por Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader

 

No marco dos 60 anos de história do Cine Brasília e em meio às comemorações do 64º aniversário da capital, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF) traz uma grande novidade para os amantes do cinema. No dia 22 de abril, às 11h, o Cine Brasília reabrirá as portas com uma sessão especial, apresentando pela primeira vez nas telonas o longa-metragem JK – O Reinventor do Brasil.

O Cine Brasília será reentregue à população | Foto: Lúcio Bernardo Jr/ Agência Brasília

Produzido pela TV Cultura, o filme resgata e celebra a vida e o legado do ex-presidente Juscelino Kubitschek, responsável pela fundação da jovem capital brasileira. Narrado no estilo podcast, o documentário integra um projeto amplo da emissora dedicado ao ex-presidente, incluindo exposições e uma fotobiografia com imagens inéditas de Juscelino, figura central na história do Brasil como o fundador de Brasília e líder do país entre 1956 e 1961.

Além da exibição do filme, os visitantes do Cine Brasília poderão visitar a exposição e a fotobiografia exclusiva do ex-presidente. O evento marca não apenas a reabertura do Cine Brasília, mas também oferece aos brasilienses uma oportunidade única de explorar a trajetória inspiradora de JK e sua influência no cenário político e cultural do país.

*Com informações da Secec

 

 

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TV Câmara Distrital leva aos brasilienses o melhor da música instrumental

Lançado no dia do aniversário de Brasília, o programa será um tributo aos músicos locais. A estreia será com o Duo Mandrágora.

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Foto: Reprodução/ TV Câmara Distrital

A partir deste domingo – 21 de abril –, a TV Câmara Distrital levará ao ar o programa “Brasília Instrumental”, série de pocket shows que apresentará, a cada edição, músicos do DF em performances exclusivas. A estreia será com o Duo Mandrágora, que traz, como convidada especial, a percursionista Bety Vinyl.

Formado pelos violonistas Daniel Sarkis e Jorge Brasil, o dueto tem uma trajetória de mais de duas décadas, com temporadas em cidades brasileiras e de outros países. Na estreia do “Brasília Instrumental”, os músicos vão tocar composições autorais: “Sideral” (Brasil); “Paralelo 31” (Sarkis e Brasil); “Espiral” (Sarkis e Brasil), além de “Pega mata e come”, também da dupla.

O programa vai ao ar sempre às 21h30 de domingo e, a cada semana, será lançado um novo episódio, com duração de 30 minutos. Haverá reprises diárias – segunda, quarta e sexta, às 18h30; terças e quintas, 23h; e aos sábados, com início às 14h50.

Próximas atrações

Depois do Duo Mandrágora, será a vez do teclado de José Carrera e do contrabaixo de Paulo Dantas (28/4); de Oswaldo Amorim e Paulo André Tavares (5/5), contrabaixo e guitarra, respectivamente; Félix Junior, com seu violão 7 cordas (12/5); da gaita de Pablo Fagundes e do violão de Marcus Moraes (19/5); e da apresentação de Reco do Bandolim acompanhado do Grupo Choro Livre (26/5).

A TV Câmara Distrital é acessada pelo canal 9.3 (aberto), 11 da NET/Claro e 9 da Vivo. Também está disponível no YouTube.https://www.youtube.com/channel/UCq1lyhE02Q9I0x8gBDM9lOQ

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Programa “Brasília Instrumental”
Duo Mandrágora e Bety Vinyl
TV Câmara Distrital
Domingo (21/4), às 21h30 (com reprises)

Agência CLDF

 

 

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Anvisa discute nesta sexta regulamentação de cigarro eletrônico

Fabricação e comercialização são proibidas no país desde 2009

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A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) discute nesta sexta-feira (19) a regulamentação de cigarros eletrônicos no Brasil. A reunião estava prevista para a última quarta-feira (17), mas foi adiada por causa de problemas técnicos e operacionais identificados no canal oficial de transmissão da agência no YouTube.

Desde 2009, uma resolução da agência proíbe a fabricação, comercialização, importação e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, popularmente conhecidos como vape. No ano passado, a diretoria colegiada aprovou, por unanimidade, relatório técnico que indicava a necessidade de se manter a proibição dos dispositivos e a adoção de medidas adicionais para coibir o comércio irregular, como ações de fiscalização e campanhas educativas.

Entenda

Os dispositivos eletrônicos para fumar são também conhecidos como cigarros eletrônicos, vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Embora a comercialização no Brasil seja proibida, eles podem ser encontrados em diversos estabelecimentos comerciais e o consumo, sobretudo entre os jovens, tem aumentado.

Desde 2003, quando foram criados, os equipamentos passaram por diversas mudanças: produtos descartáveis ou de uso único; produtos recarregáveis com refis líquidos (que contém, em sua maioria, propilenoglicol, glicerina, nicotina e flavorizantes), em sistema aberto ou fechado; produtos de tabaco aquecido, que possuem dispositivo eletrônico onde se acopla um refil com tabaco; sistema pods, que contém sais de nicotina e outras substâncias diluídas em líquido e se assemelham a pen drives, entre outros.

Consulta pública

Em dezembro, a Anvisa abriu consulta pública para que interessados pudessem participar do debate sobre a situação de dispositivos eletrônicos para fumar no Brasil, “com argumentos científicos e relatos relevantes relacionados ao tema”. A proposta de resolução colocada em discussão pela agência foi a de manutenção da proibição já existente. A consulta foi encerrada em fevereiro. Pouco antes do prazo ser encerrado, a Anvisa havia recebido 7.677 contribuições sobre o tema.

Perigo à saúde

Com aroma e sabor agradáveis, os cigarros eletrônicos chegaram ao mercado com a promessa de serem menos agressivos que o cigarro comum. Entretanto, a Associação Médica Brasileira (AMB) alerta que a maioria absoluta dos vapes contém nicotina – droga psicoativa responsável pela dependência e que, ao ser inalada, chega ao cérebro entre sete e 19 segundos, liberando substâncias químicas que trazem sensação imediata de prazer.

De acordo com a entidade, nos cigarros eletrônicos, a nicotina se apresenta sob a forma líquida, com forte poder aditivo, ao lado de solventes (propilenoglicol ou glicerol), água, flavorizantes (cerca de 16 mil tipos), aromatizantes e substâncias destinadas a produzir um vapor mais suave, para facilitar a tragada e a absorção pelo trato respiratório. “Foram identificadas centenas de substâncias nos aerossóis, sendo muitas delas tóxicas e cancerígenas.”

Ainda segundo a AMB, o uso de cigarro eletrônico foi associado como fator independente para asma, além de aumentar a rigidez arterial em voluntários saudáveis, sendo um risco para infarto agudo do miocárdio, da mesma forma que os cigarros tradicionais. Em estudos de laboratório, o cigarro eletrônico se mostrou carcinógeno para pulmão e bexiga.

Surto de doença pulmonar

Entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, foi registrado um surto de doença pulmonar em usuários de cigarros eletrônicos. Apenas nos Estados Unidos, foram notificados quase 3 mil casos e 68 mortes confirmadas.

Congresso Nacional

Além do debate no âmbito da Anvisa, tramita no Senado o Projeto de Lei (PL) 5008/2023, de autoria da senadora Soraya Thronicke, que permite a produção, importação, exportação e o consumo dos cigarros eletrônicos no Brasil.

Jovens

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, 22,6% dos estudantes de 13 a 17 anos no país disseram já ter experimentado cigarro pelo menos uma vez na vida, enquanto 26,9% já experimentaram narguilé e 16,8%, o cigarro eletrônico.

O estudo ouviu adolescentes de 13 a 17 anos que frequentavam do 7º ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio das redes pública e privada.

Controle do tabaco

O Brasil é reconhecido internacionalmente por sua política de controle do tabaco. Em julho de 2019, tornou-se o segundo país a implementar integralmente todas as medidas previstas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no intuito de reduzir o consumo do tabaco e proteger as pessoas das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).

Edição: Graça Adjuto

ebc

 

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