Reportagens
Incêndios florestais
É tempo de combater queimadas e incêndios florestais
Silvestre Gorgulho, de Brasília
É tempo d e reduzir a prática da queimada no manejo da terra e combater intensamente os incêndios florestais. Com a seca, aumentam os incêndios nas florestas e campos, provocando desequilíbrio ambiental, perda de fertilidade do solo, poluição, destruição das redes de eletricidade e de cercas, acidentes rodoviários e outros problemas mais. Todos os anos esses e outros reflexos das queimadas causam prejuízos para o Brasil, para os estados, para fazendeiros e, sobretudo, para a natureza. O Ibama tem promovido uma intensa campanha de controle do uso do fogo na agricultura, mas ainda é muito pouco. Há que haver um mutirão contra as queimadas, com a participação de governos estaduais, prefeituras, fazendeiros e da sociedade, sobretudo onde as queimadas têm acontecido com mais intensidade nessa época da seca. Existem tecnologias alternativas para reduzir a prática da queimada no manejo da terra e garantir a produtividade. Por que é importante conhecer essas tecnologias alternativas que a Embrapa tem para oferecer? Simples! Porque, na verdade, as queimadas são métodos arcaicos amplamente utilizados na agricultura brasileira, praticadas por indígenas e caboclos para facilitar a limpeza das áreas, sobretudo na cultura de cana-de-açucar e do algodão.
Além da limpeza de resíduos, ele elimina pragas, queima dejetos de serrarias, lixo e, incrível, é usado até como técnica de caça. Mas esses benefícios são muito pequenos para o impacto que causa, por isso preocupa a comunidade científica, ambientalistas e os governos, pois as queimadas podem gerar incêndios florestais devastadores e afetam diretamente os processos físico-químicos e biológicos dos solos. Além disso, deteriora a qualidade do ar, reduz a biodiversidade e prejudica a saúde humana. Isso sem falar na alteração da composição química da atmosfera, com o aumento do efeito estufa, e a maior penetração da radiação ultravioleta, com a destruição da camada de ozônio. Ao escapar do controle, o fogo atinge tanto o patrimônio público quanto o privado (florestas, cercas, linhas de transmissão e de telefonia e construções).
Os números das queimadas no Brasil
· 300 mil queimadas ocorrem por ano no Brasil;
· 85% das queimadas ocorrem na Amazônia Legal (Acre, Rondônia, Roraima, Amazonas, Amapá, Pará, parte do Maranhão, do Mato Grosso e do Tocantins);
· 90% ocorrem em áreas desmatadas;
· Os estados que mais fizeram queimadas nos últimos três anos foram Mato Grosso (38% do total), Pará (27%), Maranhão (10%) e Tocantins (7%).
Para entender melhor
O que é o fogo?
O fogo é o desenvolvimento simultâneo de calor e luz, produzido pela combustão de certos corpos. Fogo é fenômeno natural. Toda a biomassa da floresta consiste de acúmulo de energia produzida pela fotossíntese. O dióxido de carbono, a água e a energia solar combinam-se para produzir celulose e outros carboidratos. Esse material é armazenado em todas as plantas verdes. O fogo reverte rapidamente esse processo, liberando a energia armazenada. É fácil visualizar essa relação básica ao se comparar as fórmulas da fotossíntese: CO2 + H2 O + ENERGIA SOLAR – (C6 H10 O5) + O e a combustão: (C6 H10 O5)N + O + IGNIÇÃO – CO2 + H2 O + CALOR
Pode-se observar que as fórmulas são quase idênticas, mas em direções opostas.
O que é queimada?
A queimada é prática agropastoril ou florestal que utiliza o fogo de forma controlada para viabilizar a agricultura. A queimada deve ser regida pela aplicação controlada do fogo à vegetação natural ou plantada, sob determinadas condições ambientais que permitam que o fogo mantenha confinada a área, dentro de uma intensidade de calor e uma velocidade de propagação compatíveis com os objetivos do manejo. A queima deve ser autorizada pelo Ibama ou pelo órgão estadual competente.
O que é incêndio florestal?
É o fogo sem controle que incida sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem quanto por uma causa natural.
Onde é proibido usar fogo
· Nas florestas e demais formas de vegetação;
· Para queima pura e simples de aparas de madeira, resíduos florestais e material lenhoso;
· Também não se pode usar fogo numa faixa de 15m dos limites de segurança das linhas de transmissão de energia elétrica;
· 100m ao redor da área de domínio de subestação de energia elétrica;
· 25m ao redor da área de domínio de estações de telecomunicações;
· 50m a partir do aceiro existente nas Unidades de Conservação;
· 15m de cada lado das rodovias estaduais e federais e das ferrovias, medidos a partir da faixa de domínio;
· Em área definida pela circunferência de raio igual a onze mil metros, tendo como referência o centro geométrico da pista de pouso dos aeroportos.
Como fazer a queima controlada
O interessado na obtenção de autorização para a queima deverá:
1) Definir as técnicas, os equipamentos e a mão-de-obra a serem utilizados;
2) Fazer o reconhecimento da área e avaliar o material a ser queimado;
3) Promover o enleiramento dos resíduos de vegetação, de forma a limitar a ação do fogo;
4) Preparar aceiros de no mínimo três metros de largura, ampliando essa faixa quando as condições climáticas, ambientais e topográficas assim o permitirem;
5) Providenciar pessoal treinado pra atuar no local da operação, com equipamentos apropriados;
6) Comunicar formalmente aos vizinhos a intenção de realizar a queimada controlada;
7) Prever a realização da queima em dia e horário apropriados, evitando os períodos de temperatura mais elevada;
8) Providenciar o oportuno acompanhamento de toda a operação de queima, para adotar, se necessário e a tempo, medidas de contenção do fogo.
Saiba como reduzir queimadas nas áreas de pastagens
Conheça diversas tecnologias da Embrapa para evitar o fogo e ainda aumentar a produtividade
Na história da pecuária nacional, é comum utilizar queimadas nas pastagens, principalmente na região dos Cerrados e da Amazônia, para renovar ou recuperar as áreas de pastoreio, eliminar plantas daninhas e agregar nutrientes ao solo, oriundos do material vegetal queimado. À primeira vista, a pastagem rebrotada surge com mais força e melhor aparência. Mas, ao longo dos anos, essa prática provoca a degradação físico-química do solo e traz enormes prejuízos ao ambiente. Em pastagens cultivadas, a queima pode, inclusive, eliminar as forrageiras leguminosas. Essa queima pode ser substituída, com vantagens, pelo uso de tecnologias alternativas. A melhor forma de utilizar a massa produzida pelas forrageiras é por intermédio do manejo de animais. Ele é um grande aliado no planejamento e na utilização da massa produzida pelas forrageiras. Com a tecnologia certa, o produtor melhora o consumo da matéria seca disponível nas pastagens, estendendo sua utilização até os períodos mais críticos, evitando assim o risco de queimadas. Conheça algumas soluções que, além de evitar o fogo, podem aumentar o desfrute do rebanho e a renda do produtor.
1 – Misturar uréia pecuária ao sal mineral é uma boa solução
Para que essa tecnologia dê resultado, é fundamental dispor de pastagens com boa disponibilidade de forragem, ou seja, bastante pasto seco. Ela é simples e de baixo custo. A mistura da uréia pecuária ao sal mineral fornece a proteína de que o animal precisa e não encontra na pastagem seca (cujo teor protéico é baixo) e ainda estimula o animal a aumentar o consumo de forragem. Com esse manejo, os animais podem ter ganho de peso. Além disso, se eles consomem maior quantidade de forragem na estação seca, menos ficará de sobra, e o pasto não mais precisará ser queimado para eliminar o excesso de material morto.
2 – Uso da “mistura múltipla”
A “mistura múltipla” é um suplemento alimentar para gado bovino, composto pela mistura de sal mineral com ingredientes que servem como fonte de energia (milho), fonte de proteína natural (farelo de soja) e fonte de nitrogênio não protéico (uréia). Para usar essa tecnologia também é necessário dispor de bastante pasto seco. Ela é mais completa do que a tecnologia da uréia, pois busca atender mais plenamente às exigências nutricionais dos animais. O ganho de peso obtido pelos produtores do Cerrado, dá um retorno de cerca de R$24,00 por ha. em 120 dias.
3 – Pastagem nativa complementada com Banco de Proteína
O Banco de Proteína é um sistema integrado, onde uma porção da área da pastagem nativa ou cultivada é reservada para leguminosas forrageiras de alto valor nutritivo. O acesso dos animais aos bancos de proteína pode ser livre ou limitado ao longo do ano ou em determinadas épocas. Ele corrige a deficiência de proteína e fornece forragem de melhor qualidade aos animais. Com o emprego do banco de proteínas, a área de pastagem pode ser reduzida, sem haver prejuízos acentuados no peso final dos animais. Mas as duas maiores vantagens são: as pastagens nativas não precisam ser queimadas (com a carga animal adequada não ocorre acúmulo de macega ou forragem) e o aumento da produção (as fêmeas podem ser cobertas aos dois anos de idade e os machos têm maior ganho de peso).
4 – Melhorando a pastagem sem o fogo
As alternativas tecnológicas desenvolvidas para restabelecer a capacidade produtiva das pastagens contemplam, em sua grande maioria, correção e fertilização do solo, associadas à sua movimentação, com implementos agrícolas. O uso das culturas de milho, milheto, arroz e soja, implantadas em pastagens degradadas e dentro de recomendações técnicas específicas, tem possibilitado a melhoria das pastagens e a produção de grãos durante um ou mais ciclos de cultivo. Na recuperação de pastagens, sem o uso de culturas anuais, deve-se incluir uma leguminosa forrageira, que incrementa a produção de forragem nas chuvas, pela maior oferta de nitrogênio, e elimina a perda de peso dos animais. A queimada destrói as leguminosas e essa é uma alternativa que impede a utilização do fogo.
5 – Adubação de manutenção + manejo de pastagens
Pode ser aplicada para pastagens cultivadas de Brachiaria e de Panicum. Consiste na aplicação anual (ou a cada dois anos) de fertilizantes solúveis de fósforo e potássio, em cobertura, no início da estação chuvosa. As quantidades de fertilizantes a serem aplicadas devem ser calculadas com base na análise do solo e recomendadas por um técnico da região, que conheça as características do solo e das condições de manejo animal da propriedade.
6 – Pastejo rotacionado intensivo + adubação + diversificação
A intensificação da pecuária via adubação possibilita o aproveitamento do excesso de forragem que, em outras situações, seria queimado. Permite, ainda, que a forrageira domine as ervas daninhas da pastagem, outra justificativa para as queimas.
7 – Diversificando espécies forrageiras
Outra tecnologia simples e interessante é a diversificação de espécies forrageiras na propriedade. Ela permite ofertar maior quantidade de forragem, durante as chuvas, e ainda preserva aquelas que mantêm sua qualidade ao longo da estação do ano, para uso no período seco. Proporciona maior racionalização no processo de produção da forragem e são também reduzidos os riscos de pragas e doenças que podem assolar os cultivos de uma espécie. É uma prática que precisa ser amplamente difundida entre os produtores de todo o país. A forragem constitui-se em fonte alimentar indispensável para os rebanhos e pode ser convertida em produtos como carne, leite e lã, prevenindo e reduzindo a prática das queimadas.
8 – Como reduzir queimadas nos sistemas de agricultura familiar
A queimada também é muito utilizada no preparo do solo para a prática da agricultura. Muitos produtores, principalmente os pequenos, são responsáveis por grandes quantidades de focos de incêndio que ocorrem no país. O hábito de utilizar as queimadas traz sérias conseqüências, já que o solo, com o passar do tempo, torna-se pobre, diminuindo a produtividade. O pequeno produtor geralmente pratica o sistema de agricultura familiar (caracterizado pela área reduzida das propriedades e utilização de mão-de-obra familiar) sem uso de tecnologia moderna e assistência técnica. Somente na região amazônica, o sistema engloba cerca de 600 mil estabelecimentos agropecuários.
Segundo técnicos da Embrapa, como o sistema de agricultura familiar possibilita variadas formas de cultivo, é impraticável desenvolver tecnologias próprias para cada tipo de sistema. Por isso, abaixo seguem algumas alternativas que podem substituir as queimadas, tornando o solo mais produtivo e possibilitando ao pequeno produtor colocar no mercado um produto mais competitivo.
O Sistema agroflorestal
O sistema agroflorestal é a técnica de plantio de culturas alimentares e madeireiras em uma mesma área. A sua vantagem é proporcionar ao agricultor um fluxo de renda durante todo o ano, além de preservar a vegetação nativa. Nesse sistema, pode-se utilizar diversas culturas. No entanto, é importante que o agricultor tenha uma noção das preferências do mercado consumidor local, optando pelas variedades que possam lhe trazer retorno financeiro.
A utilização do manejo florestal
No Pará, o comércio madeireiro é a segunda fonte de renda do estado. Além de gerar mais empregos que a pecuária, a exploração racional da madeira pode trazer mais quatro benefícios: geração de renda para o estado e o país; geração de empregos; controle do uso e do desmatamento da floresta; e diminuição dos focos de incêndio.
Para tanto, é necessário seguir alguns princípios básicos, como fazer o inventário florestal e mapear o estoque de árvores; conhecer a legislação vigente; conhecer o mercado para as madeiras existentes; replantar as árvores retiradas; realizar os tratos silviculturais, favorecendo a regeneração e o aumento de produtividade; planejar trilhas para o transporte das árvores derrubadas; aproveitamento de todas as partes da árvore retirada; realizar o controle contábil da exploração econômica e ambiental; e tomar precauções para evitar incêndios.
O reflorestamento social
Cerca de 55 milhões de hectares da Amazônia brasileira são compostos de áreas alteradas, onde é possível realizar o plantio de espécies madeireiras, de crescimento rápido, para produção de celulose, madeira, laminados e carvão vegetal.
Em áreas em condições de pleno Sol, algumas espécies são mais indicadas, como o parapará, o morototó, o taxi-branco, a castanha-do-pará, a paricá e a araracanga. Também é interessante a utilização de espécies fruteiras, para atender o consumo familiar como a manga, o caju, a taperebá, a pupunha, o dendê, o cupuaçu, o açaí, o coco, o café e diversas plantas medicinais.
9 – O alerta da meteorologia
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, tem um sistema de alerta de risco de queimadas. O sistema pode ser acessado via internet em tempo real (www.inmet.gov.br) e seu segredo é a utilização não somente de imagens de satélite, indicando onde há focos de calor, mas a combinação desses dados com vários outros mapas meteorológicos, como os de umidade relativa do ar, cobertura de nuvens e bacias hidrográficas. Antes, o satélite identificava apenas as áreas que estavam quentes. Isso dava origem a vários erros, porque o reflexo do sol nos rios ou em nuvens era interpretado como perigo de queimada.
A expressão focos de calor é utilizada para interpretar o registro de calor captado na superfície do solo pelo sensor AVHRR, que viaja a bordo dos satélites da série NOAA. Este sensor capta e registra qualquer temperatura acima de 47°C e a interpreta como sendo um foco de calor, o que não é necessariamente um foco de fogo ou incêndio. A combinação dos dados permite agora um alerta de alta confiabilidade.
O sistema do INMET mapea a situação de todos os estados brasileiros. Os usuários da rede podem saber quais as áreas de risco de combustão a cada 12 horas, o que ajuda na prevenção de queimadas para fins agrícolas e propagação de incêndios prejudiciais à biodiversidade.
Pelo site www.inmet.gov.br o Instituto apresenta outras novidades como o modelo de previsão numérica do tempo, o Modelo Brasileiro de Alta Resolução (MBAR). Ele consiste em um dos mais avançados métodos utilizados em meteorologia, possibilitando maior detalhamento da área em estudo e o aumento de acerto nas previsões do tempo. O modelo oferece prognósticos de chuva, cobertura de nuvens, pressão, ventos e temperatura para até 48 horas. Por isso, a tomada de decisões fica facilitada, auxiliando também na confecção de previsão de tempo. Além disso, os meteorologistas podem obter informações de determinada região em estudo a cada 25km.
10 – Quem pode ajudar na prevenção dos incêndios florestais?
São vários os organismos brasileiros que ajudam na prevenção e combate de incêndios florestais. Além do Ibama, das Secretarias de Meio Ambientes dos estados, das Polícias Florestais e do Corpo de Bombeiro, a Embrapa e o INPE monitoram os focos de calor e ajudam a espalhar informações que possam ser usadas no combate ao fogo, Além das diversas tecnologias e do trabalho dos organismos estatais, a grande ajuda para o combate de queimadas deve vir da sociedade, especialmente da área rural. Vem do esforço consciente do proprietário rural no uso do fogo, preocupado com seus vizinhos e com seu patrimônio. E como fazer isso? Simples. Primeiro, tomando as precauções; segundo, mobilizando os vizinhos para que todos compartilhem desse esforço nos dias de queimada, fazendo um mutirão para evitar que o fogo gere muita perda. Cada propriedade rural, dependendo do tamanho, perde 10% de sua renda com prejuízo resultante do fogo que foge ao controle. É o fogo que queima cerca, que queima paiol, pastagem fora de época, que consome pomares. Isso pode ser alterado se todos estiverem atentos para eliminar o fogo que vem do vizinho com medidas de precaução.
11 – Outras tecnologias para evitar queimadas em pequenas propriedades
Rotação de culturas
Além do uso de fertilizantes e de sementes selecionadas, a intensificação da agricultura traz benefícios para as pastagens dos pequenos produtores. Ao realizar a rotação das áreas utilizadas para agricultura intensiva com as pastagens, o produtor terá pastagens mais duradouras e produtivas. Como conseqüência, o agricultor não precisará utilizar a queimada para limpeza das pastagens, trazendo benefícios para o solo, o meio ambiente, além de fixar o homem no campo.
Os produtos a serem utilizados numa agricultura intensiva dependem de vários fatores, como análise de mercado, assistência técnica, controle de qualidade, constância na oferta e crédito garantido.
O zoneamento agroecológico
Outra técnica que permite a utilização racional do recurso solo é o zoneamento agrícola. Por meio dessa tecnologia, o produtor saberá o melhor período para plantar, o local mais adequado para agricultura e pecuária, a localização de reservas florestais, proteção de fontes e mananciais e como diminuir os riscos de degradação do solo. Essa estratégia deve ser utilizada pelos estados e municípios em seu planejamento agrícola.
A queimada controlada
A produção da agricultura familiar na Amazônia exige, em muitas propriedades, a remoção da floresta ou da vegetação secundária, o que significa derrubar e queimar. A queimada é uma prática barata para limpeza das pastagens nativas e, por isso, muito utilizada. No entanto, vale lembrar que queimada não significa incêndio. Por isso, para se fazer uma queimada controlada é necessário seguir alguns passos.
A queima controlada somente deve ser realizada em áreas definidas e com autorização do órgão competente. Por meio dessa técnica, o fogo orientado é utilizado como ferramenta para consumir a macega ou o excesso de material combustível. Para executar uma queimada controlada deve-se procurar o Ibama.
Os aceiros
Os aceiros são faixas onde a vegetação foi completamente removida da superfície do solo, geralmente localizada ao longo de cercas ou divisas, cujo objetivo é prevenir e impedir a passagem do fogo e a ocorrência de incêndios indesejáveis. Os aceiros devem ser feitos no início do período seco.
Mais informações:
Algumas recomendações devem ser seguidas para realizar a queimada controlada. Embrapa Gado de Corte (67-768-2000), Embrapa Cerrados (61-388-9953), Embrapa Meio-Norte (86-225-1141), Embrapa Amazônia Oriental (91-276-8170), Embrapa Amazônia Ocidental (92-622-2012), Embrapa Rondônia (69-222-3080), Embrapa Acre (68-224-3932), Embrapa Roraima (95-626-7125) ou Embrapa Amapá (96-241-1551), Secretarias de Estado do Meio Ambiente, Brigadas do Corpo de Bombeiros e Brigadas Civis dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais e com o próprio Ibama, Inmet – (61) 344-7743 – www.inmet.gov.br
Reportagens
CLDF celebra Dia Nacional do Surdo com homenagens acessíveis
Foto: Renan Lisboa/ Agência CLDF

O Dia Nacional do Surdo, comemorado nesta terça-feira (26), foi celebrado antecipadamente hoje em sessão solene na Câmara Legislativa, promovida pelo gabinete do deputado Iolando (MDB). O distrital é autor da Lei 7279/2023, que torna indeterminada a validade dos laudos médicos às pessoas com deficiência, o que as desobriga a apresentarem novos laudos para terem acesso a serviços públicos, benefícios fiscais e assistência social.
O parlamentar enfatizou a importância de garantir acesso à políticas públicas voltadas para a inclusão produtiva e social, como a educação de qualidade, oportunidade de empregos, atendimento de saúde adequada mas, acima de tudo, o respeito.
“A inclusão produtiva é essencial para que os surdos possam contribuir ativamente para a economia e para a sociedade. Precisamos criar ambientes de trabalho acessíveis, promover a capacitação profissional e incentivar a contratação de pessoas surdas”, explicou o Iolando.
O secretário da Pessoa com Deficiência, Flávio Pereira dos Santos, comentou sobre os projetos dentro da Secretaria, como a Central de Interpretação de Libras, que atende a parcela da população surda on-line sobre os serviços do GDF, e as centrais de emprego e do esporte.
“É importante mudar a história da comunidade surda, mas para isso precisamos, principalmente, ouvir essa comunidade. Queremos uma Brasília de todos e para todos”, relatou o secretário.
Igualdade no lazer
Para dar início aos trabalhos da sessão, foi chamado o diretor de acessibilidade comunicacional da Secretaria da Pessoa com Deficiência do DF, Valdemar Carvalho, que fez uma apresentação na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), com tom satírico sobre os diferentes tipos de deficiência e as problematizações que sofrem, como as promessas de cura.
Também se apresentaram alunos da Escola Bilíngue, Libras e Português Escrito de Taguatinga, com uma interpretação, também em Libras, do conto Cachinhos Dourados. A Companhia de Dança Libras em Cena também fez sua participação com três apresentações ao final da sessão.
Elogiando as apresentações e defendendo que a população surda também deve ter respeitada sua maneira de aproveitar o lazer, o deputado Iolando ressaltou: “É preciso lembrar que a língua de sinais não é apenas uma forma de comunicação, mas também uma expressão cultural rica e diversificada”.
Dentre outros que estiveram no evento, marcaram presença o secretário-executivo da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Reisman; a subsecretária da Secretaria de Educação; professores de Libras da Escola Bilíngue de Brasília, da Universidade de Brasília; e um representante do Ministério da Educação.
Vinícius Vicente (estagiário) – CLDF
Reportagens
15 anos da Lei Seca: Brasília está entre capitais com mais motoristas embriagados
Apenas Belo Horizonte (MG) tem maior número de flagrantes. Em 90% dos dias, durante 15 anos, houve pelo menos uma infração no DF, totalizando 36 mil notificações.

Em 15 anos da Lei Seca, Brasília ficou em segundo lugar em relação às capitais com o maior número de infrações. Foram 36.386 flagrantes registrados.
Brasília só perde para Belo Horizonte. A capital mineira somou 47.561 infrações.
Os dados, divulgados nesta segunda-feira (25), são da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), vinculada ao Ministério dos Transportes. Segundo o levantamento, a capital federal também somou o maior número de dias com registro de motoristas embriagados flagrados ao volante.
Conforme os dados, em 90,2% dos dias compreendidos no período de 15 anos, houve, ao menos, uma notificação na capital federal. Ou seja, em 4.943 dias houve uma infração à Lei Seca no DF, o equivalente a cerca de 13 anos.
Veja o ranking nacional das capitais com maior número de infrações:
- Belo Horizonte (MG)
- Brasília (DF)
- São Paulo (SP)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Porto Velho (RO)
- Curitiba (PR)
- Rio Branco (AC)
- Manaus (AM)
- Goiânia (GO)
- Cuiabá (MT)
- Recife (PE)
- Macapá (AP)
- Campo Grande (MS)
- Porto Alegre (RS)
- Boa Vista (RR)
- Natal (RN)
- São Luiz (MA)
- Fortaleza (CE)
- Maceió (AL)
- Teresina (PI)
- João Pessoa (PB)
- Salvador (BA)
- Florianópolis (SC)
- Aracaju (SE)
- Belém (PA)
- Vitória (ES)
- Palmas (TO)
Reportagens
Ministro Carlos Fávaro pede apoio da Embrapa para fortalecer a imagem da agricultura brasileira
Da esquerda para direita: Selma Beltrão, Carlos Favaro, Silvia Massruhá, Ana Euler e Alderi Araújo

Em reunião na sede da Empresa em Brasília, ele conversou com gestores das 43 Unidades de pesquisa de todo o Brasil
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou da abertura da segunda reunião de gestores com a nova Diretoria da Embrapa nesta segunda-feira (25/9) na Sede da Empresa, em Brasília, DF. Na oportunidade, ele solicitou aos 43 chefes de Unidades presentes ao evento apoio para enfrentar o maior desafio imposto hoje à agricultura brasileira: a valorização da sua imagem em nível mundial. Segundo o ministro, é fundamental mostrar aos outros países que as práticas adotadas por 80% dos produtores no Brasil são desenvolvidas sob bases sustentáveis e tecnológicas, graças ao aporte científico da Embrapa.
Fávaro destacou que fortalecer a imagem do agro brasileiro é fundamental para aumentar as exportações do País. Nesse sentido, ele apontou ainda como demanda fundamental continuar investindo em ações de PD&I voltadas à rastreabilidade e em métricas que mensurem a emissão de carbono. “O mercado hoje é pautado por exigências que comprovem a origem e a sustentabilidade das nossas entregas”, pontuou.
O ministro citou como exemplo a cadeia produtiva do algodão, que une sustentabilidade, tecnologia e qualidade, garantindo ao Brasil o segundo lugar no ranking de exportação mundial. “A certificação ao longo de toda a cadeia e a qualidade da fibra podem fazer com que o País ultrapasse os Estados Unidos na exportação do produto em nível mundial. É esse modelo que temos que estender às outras cadeias produtivas”, observou Fávaro.
Outro exemplo de sucesso é a carne de frango, mercado no qual o Brasil se destaca como o maior exportador mundial. A sustentabilidade dessa cadeia é o diferencial, como explicou o ministro, lembrando que o País se mantém como segundo maior produtor, utilizando metade da água e da energia utilizadas nos países europeus.
Fávaro destacou ainda que está em negociação com o Vietnam e Israel para aumentar os mercados de exportação para os produtos agrícolas brasileiros. Israel é hoje o maior consumidor de carne de frango do mundo, com 60 kg por habitante/ano.
Os próximos 50 anosO ministro destacou a relevância da pesquisa agropecuária para o crescimento desse setor ao longo dos últimos 50 anos. Graças à Embrapa e às instituições de pesquisa e ensino, saímos de importador de alimentos na década de 1970 para um dos maiores players do agro mundial. A ciência por trás do agro garantiu um aumento de 580% na produtividade brasileira. “Nosso desafio para os próximos 50 anos é manter esse alto nível de produção sob bases cada vez mais sustentáveis, com foco em automação e outras tecnologias que levem as soluções com qualidade e rapidez ao setor produtivo”, ressaltou Fávaro. Outro foco é em tecnologias capazes de transformar áreas degradadas em produtivas. Os sistemas que integram lavoura, pecuária e florestas são estratégias de produção sustentáveis que vêm despertando a atenção de outros países. De acordo com o ministro, a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica, sigla em inglês) quer investir cerca de 1 bilhão de dólares em arranjos produtivos desse tipo na Amazônia. |
Bioeconomia e COPDurante a abertura, os chefes-gerais das Unidades levantaram questões prementes no cenário atual, como a bioecnonomia na Amazônia. Segundo eles, a realização da COP30 na região será uma vitrine para mostrar ao mundo as ações de PD&I da Embrapa em prol da bioeconomia no bioma. A diretora de Negócios, Ana Euler, destacou as iniciativas da Embrapa voltadas à preparação para o evento, como o Pré-COP e o Café Amazônico, entre outras. O objetivo é discutir eixos estratégicos para o desenvolvimento sustentável, envolvendo cooperação com as demais instituições de pesquisa e ensino que atuam no bioma. Segundo Euler, de agora até a COP, precisamos mostrar ao mundo a força da ciência na região amazônica. “Temos 220 tecnologias desenvolvidas para 50 cadeias produtivas”, ressaltou a diretora. Hoje, a Embrapa mantém nove Unidades de pesquisa na Amazônia legal, com 337 pesquisadores, sendo 89% com pós-doutorado. Outros temas, como PAC, concurso e a sustentabilidade das cadeias do leite e da carne, também foram levantados durante o evento. Os diretores Clenio Pillon, Selma Beltrão e Alderi Araújo, além de muitos dos chefes de Unidades presentes, agradeceram pela volta do PAC. Segundo Pillon, essa estratégia será fundamental para revitalizar os campos experimentais da Embrapa distribuídos por todo o Território Nacional, inclusive com tecnologias de automação. A importância do fortalecimento das ações de assistência técnica e extensão rural em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar foi outro ponto debatido. |
Fernanda Diniz (MtB 4685/DF)
Superintendência de Comunicação (Sucom)
Contatos para a imprensa
fernanda.diniz@embrapa.br
Telefone: (61) 3448-4364
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