Entrevistas
Maria Clara Albuquerque – Entrevista sobre bioética
Bioética: Recife vai sediar V Congresso
Bioética: Recife vai sediar congresso
De 13 a 15 de maio, o V Congresso de Bioética vai debater meio ambiente, cidadania, fome, clonagem, transgênicos e os valores para construção de uma vida solidária
Silvestre Gorgulho, de Brasília
Nunca se falou tanto em ética, em cidadania e transparência. Mas muito há ainda o que falar e, sobretudo, em aprender para praticar. Para o jornalista Paulo José Cunha a ética está na moda. “Em qualquer discussão, do verdureiro ao presidente da República, do estudante ao catedrático, a questão mais debatida é se alguém agiu de forma ética ou aética. Se existe obediência à ética ou se alguém atenta contra a ética”, diz ele. E na biologia, na pesquisa, na medicina, então, é assunto para toda hora. Do dia 13 ao dia 15 de maio, em Recife, profissionais de todo o Brasil terão oportunidade de se aprofundar mais no tema durante o V Congresso Brasileiro de Bioética. Segundo a professora Maria Clara Albuquerque, presidente do Congresso, o evento vai contar com convidados, brasileiros e estrangeiros que participarão dos diversos painéis sobre os mais importantes temas éticos da atualidade. “Desde a construção solidária da vida e seus valores fundamentais, sobretudo a cidadania, tema central do encontro, até questões persistentes referentes à fome, a miséria e a exclusão social, questões emergentes relativas aos avanços da biotecnociência como reprodução assistida, clonagem e transgênicos”, explica Maria Clara (foto) para concluir: “Vamos abordar a ética da responsabilidade com o meio ambiente e sua preservação, além da ética na pesquisa com seres humanos. Tudo num contexto multidisciplinar que dê suporte na construção de um novo estatuto para a vida humana no século 21I”.
O que você entende por bioética?
Maria Clara – Traduzido ao pé da letra, a palavra bioética tem o significado de ética da vida. Podemos fazer analogia com as palavras gregas bios -vida – conhecimento da biologia dos seres viventes e ethos – ética. Bioética seria o conhecimento dos valores humanos.
Qual conceito se aplica a Bioética?
MC – Embora o termo bioethics tenha recebido várias críticas, foi o termo que ficou, que foi difundido. Segundo a Encyclopedia of cioethics, pode-se defini-la como o estudo sistemático das dimensões morais – das ciências da vida e do cuidado da saúde utilizando uma variedade de metodologia éticas num contexto interdisciplinar.
Vista como ciência, pode-se dizer que a bioética busca estabelecer um diálogo inter, multi e trans cultural entre o conhecimento científico e o conhecimento dos valores humanos. Esse diálogo é essencial para a sobrevivência da humanidade.
Onde e como surgiu esse movimento?
MC – Surgiu em decorrência de movimentos nos Estados Unidos na década de 60, ganhando credibilidade na década de 70. Foi a partir, do livro de Potter intitulado Bioethics bridge to the future. Depois tomou rumos acadêmicos através do Instituto Kennedy com vasta difusão pelo mundo todo.
No Brasil foi oficialmente constituída em 18 de fevereiro de 1995, com a criação da Sociedade Brasileira de Bioética, que conta hoje com mais de 500 sócios e já promoveu quatro congressos nacionais e um internacional. Esse V Congresso, em Recife, é muito importante, pois pela primeira vez a discussão ganha o Norte e Nordeste. Os congressos anteriores foram no centro-sul.
Quais são os temas de interesse da bioética?
MC – São muitos. Estão na nossa vida. Veja alguns: ética religiosa. Por exemplo: situações de conflitos entre as religiões que terminam envolvendo as nações. Filosofia da biologia. Exemplo: origem e evolução das espécies. Ciência e tecnologia. Exemplo: reprodução assistida, clonagem, engenharia genética. Sociologia. Exemplo: relação profissional-paciente, multiprofissional. Assistência à saúde, acesso à saúde, distribuição de recursos escassos e assistência para doenças específicas como pacientes terminais, soropositivos para HIV, dependentes químicos etc. Na dimensão política aborda temas genocídios, torturas, guerras, pluralismo cultural, armas químicas e biológicas. Na economia, abrange temas como o desenvolvimento sustentável. Na veterinária preocupa-se com o tema experimentação com animais entre outros. No jornalismo, a ética na busca e divulgação da notícia.
A Bioética, como disciplina, deve ter um compromisso?
MC – Deve sim. Favorecer a construção do senso crítico, instrumento do livre arbítrio, para capacitar decisões responsáveis e livres de situações conflituosas que as ciências da vida e da saúde apresentam no dia a dia.
Desta forma a bioética presta a sua contribuição para a conscientização e prática da cidadania.
É bom explicar que cidadania deve ser entendida como eqüidade, igualdade de oportunidades, relações de justiça, solidariedade e respeito ao diferente, traduzindo-se em dignidade e qualidade de vida para os mais vulneráveis.
Quais são os pontos considerados mais polêmicos nesta discussão?
MC – Eutanásia, aborto e transplantes. São situações que têm crescido dentro do sistema de produção capitalista que é o mercado pela vida. As questões que envolvem o transplante de órgãos é bem típico nesta discussão.
Como isso envolve dinheiro e poder, por estar em jogo a perspectiva de vida de ricos e pobres, há um conflito muito grande. Muitas vezes estatal, às vezes particular, o problema é que a pergunta fica no ar: existe moralidade no comércio de órgãos?
E tem mais, as questões morais envolvendo manipulação genética, o caso dos patenteamentos. Enfim, transgênicos, economia, seguros, saúde e escravidão são temas polêmicos e sempre em discussão.
Mais informações:
www.cro-pe.org.br/bioetica
Fone: (81) 34689780
Entrevistas
John Elkington: A Vanguarda da Sustentabilidade Empresarial e Global
Explorando a Vida e o Legado do Arquiteto da Tripla Linha de Base e Defensor Incansável da Responsabilidade Corporativa

Na arena global da sustentabilidade, poucos nomes ressoam com a mesma reverência que o de John Elkington. Conhecido como o arquiteto da “Tripla Linha de Base”, Elkington emergiu como um pioneiro na integração de preocupações ambientais, sociais e financeiras no mundo dos negócios. Sua jornada como defensor incansável de práticas sustentáveis e responsáveis é um testemunho vivo de sua influência e impacto duradouro.
As Raízes da Visão de Elkington
Nascido com uma consciência intrínseca do poder transformador da sustentabilidade, John Elkington começou sua jornada na Universidade de Londres, onde se formou em Economia e Estudos de Engenharia. Desde o início, seu interesse abrangente pelas interseções entre o mundo dos negócios e as questões ambientais e sociais o levou a explorar novos paradigmas de desenvolvimento econômico que priorizassem não apenas o lucro, mas também o bem-estar coletivo.
A Tripla Linha de Base e Seu Legado Duradouro
É inegável que o maior legado de John Elkington é a popularização do conceito de “Tripla Linha de Base”. Sua inovadora abordagem de avaliação de desempenho empresarial não apenas com base em lucros financeiros, mas também em impactos ambientais e sociais, foi revolucionária. Essa estrutura conceitual permitiu que as empresas repensassem suas práticas e redefinissem o sucesso empresarial, levando em consideração não apenas os resultados financeiros, mas também o impacto em comunidades e ecossistemas.
O Compromisso Contínuo com a Mudança Sistêmica
Além de suas contribuições teóricas, Elkington é conhecido por seu compromisso contínuo com a mudança sistêmica. Ele trabalhou incansavelmente para influenciar políticas e práticas corporativas, promovendo a sustentabilidade como um imperativo central para o crescimento econômico e o bem-estar social. Sua atuação como autor prolífico e palestrante renomado ampliou ainda mais o alcance de suas ideias e inspirou uma geração de líderes a repensar o papel das empresas na sociedade.
O Legado Duradouro e o Caminho à Frente
À medida que o mundo enfrenta desafios cada vez mais complexos, o legado de Elkington permanece como um farol de esperança e um lembrete constante de que a sustentabilidade não é apenas uma opção, mas uma necessidade urgente. Sua visão e dedicação incansável continuam a orientar não apenas empresas, mas também formuladores de políticas e defensores da sustentabilidade em direção a um futuro mais equitativo e próspero.
John Elkington personifica a noção de que a sustentabilidade não é apenas um conceito acadêmico, mas uma filosofia de vida e uma abordagem essencial para moldar um mundo mais resiliente e sustentável. Sua jornada continua a inspirar e a moldar a narrativa global da responsabilidade empresarial e do ativismo sustentável.
Entrevista
John Elkington: Bem, ao longo das últimas décadas, testemunhamos um crescente reconhecimento da importância da sustentabilidade, tanto a nível empresarial quanto global. As empresas estão percebendo que devem abordar não apenas suas operações, mas também sua cadeia de suprimentos e impacto social. Vemos um movimento contínuo em direção a práticas mais responsáveis e transparentes, mas ainda há muito trabalho a ser feito.
Com certeza. Quais são os principais desafios que você identifica atualmente em termos de implementação de práticas sustentáveis em larga escala?
John Elkington: Um dos principais desafios é a integração da sustentabilidade no cerne dos modelos de negócios. Muitas empresas ainda veem a sustentabilidade como uma iniciativa isolada, em vez de uma parte fundamental de sua estratégia. Além disso, a falta de regulamentações e políticas sólidas em muitas partes do mundo dificulta a adoção generalizada de práticas sustentáveis. Também é fundamental envolver os consumidores e criar uma demanda por produtos e serviços mais sustentáveis.
Concordo plenamente. Considerando o cenário atual, como você visualiza a importância da inovação e da tecnologia na promoção da sustentabilidade?
John Elkington: A inovação e a tecnologia desempenham um papel crucial na transição para práticas mais sustentáveis. Novas tecnologias podem aumentar a eficiência, reduzir desperdícios e permitir o uso mais inteligente dos recursos. Da energia renovável aos avanços na agricultura sustentável e na gestão de resíduos, a tecnologia tem o potencial de impulsionar mudanças positivas significativas. No entanto, é importante garantir que essas inovações sejam acessíveis e amplamente adotadas, especialmente em comunidades com recursos limitados.
Definitivamente. Quais conselhos você daria para os líderes empresariais e os formuladores de políticas que desejam impulsionar práticas mais sustentáveis?
John Elkington: Para os líderes empresariais, eu enfatizaria a importância de incorporar a sustentabilidade em toda a cadeia de valor, desde a concepção do produto até o descarte responsável. Isso não apenas beneficia o planeta, mas também pode gerar eficiências operacionais e melhorar a reputação da marca. Para os formuladores de políticas, é fundamental criar um ambiente regulatório favorável e incentivar a inovação e o investimento em práticas sustentáveis. Além disso, é crucial promover a conscientização e a educação sobre a importância da sustentabilidade em todas as esferas da sociedade.
Entrevistas
Kátia Queiroz Fenyves fala a respeito de sustentabilidade e meio ambiente

Kátia Fenyves é Mestre em Políticas Públicas e Governança pela Sciences Po Paris e formada em Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo. Ao longo de sua trajetória profissional, acumulou experiências em cooperação internacional para o desenvolvimento sustentável no terceiro setor e na filantropia. Atualmente é Gerente do Programa de Finanças Verdes da Missão Diplomática do Reino Unido no Brasil.
1. Você estudou e tem trabalhado com a questão de sustentabilidade e o meio ambiente. Pode nos falar um pouco a respeito desses temas?
Meio ambiente é um tema basilar. Toda a vida do planeta depende de seu equilíbrio. A economia, da mesma forma, só se sustenta a partir dos recursos naturais e de como são utilizados. Sustentabilidade, portanto, foi o conceito que integrou as considerações aos aspectos ambientais, sociais e econômicos, revelando de forma mais sistêmica esta inter-relação e, sobretudo, colocando o meio ambiente como eixo estratégico do desenvolvimento, para além de seu valor intrínseco.
2. Quando se fala em sustentabilidade, pensa-se no tripé social, ambiental e econômico. Como você definiria esses princípios? Qual deles merece maior atenção, ou todos são interligados e afetam nossa qualidade de vida integralmente?
Exatamente, sustentabilidade é o conceito que revela as interligações entre os três pilares – social, ambiental e econômico e, portanto, são princípios interdependentes e insuficientes se tomados individualmente. Talvez, o ambiental seja realmente o único que escapa a isso. A natureza não depende da economia ou da sociedade para subsistir, mas, por outro lado, é impactada por ambos. Por isso, sustentabilidade é um conceito antrópico, ou seja, é uma noção que tem como referencial a presença humana no planeta.
3. Questões relacionadas à sustentabilidade, preservação do meio ambiente e consumo consciente são discutidas nas escolas e universidades?
Há entre as Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação, que são normas obrigatórias, as específicas para Educação Ambiental que devem ser observadas pelos sistemas de ensino e suas instituições de Educação Básica e de Educação Superior a partir da Política Nacional de Educação Ambiental. Estas contemplam todos os temas citados na pergunta. Não sou especialista na área então é mais difícil avaliar a implementação, mas em termos de marco institucional o Brasil está bem posicionado.
4. Quando se fala em preservação do meio ambiente, pensa-se também nos modelos de descarte que causam tantos danos ao meio ambiente. Existe alguma política de incentivo ao descarte consciente?
Mais uma vez, o Brasil tem um marco legal bastante consistente para o incentivo ao descarte consciente que é a Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010, que é inclusive uma referência internacionalmente. Na verdade, mais que um incentivo ela é um desincentivo ao descarte inconsciente por meio do estabelecimento da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a logística reversa. Isso significa que a PNRS obriga as empresas a aceitarem o retorno de seus produtos descartados, além de as responsabilizar pelo destino ambientalmente adequado destes. A inovação fica sobretudo na inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis tanto na logística reversa como na coleta seletiva, algo essencial para um país com nosso contexto social.
5. Você acha que os modelos de descarte atuais serão substituídos por novos modelos no pós-pandemia? O que fazer, por exemplo, para incentivar as pessoas a descartar de forma consciente as máscaras antivírus?
Sempre é preciso se repensar e certamente a pandemia deu destaque a certas fragilidades da implementação da PNRS. Grande parte dos hospitais brasileiros ainda não praticam efetivamente a separação e adequada destinação de seus resíduos e, na pandemia, este problema é agravado tanto pela maior quantidade de resíduos de serviços de saúde gerados como por uma maior quantidade de geradores, uma vez que a população também começa a produzir este tipo de resíduo em escala. Falta ainda muita circulação da informação, então talvez este seja o primeiro passo: uma campanha de conscientização séria que jogue luz nesta questão.
6. Na sua opinião, o mundo está mais consciente das necessidades de preservação do meio ambiente e dos recursos naturais para que gerações futuras possam deles usufruir?
Acredito que tenhamos passado do ponto em que estas necessidades de preservação eram uma questão de consciência e chegamos a um patamar de sobrevivência. Também não se trata apenas das gerações futuras, já estamos sofrendo as consequências do desequilíbrio ambiental provocado pela ação humana e do esgotamento dos recursos naturais desde já. A própria pandemia é resultado de relações danosas entre o ser humano e o meio ambiente e os conflitos por fontes de água, por exemplo, são uma realidade.
7. Quais as ações que mais comprometem e degradam o meio ambiente?
Nosso modelo produtivo e de consumo como um todo é baseado em uma relação predatória com o meio ambiente: retiramos mais do que necessitamos, sem respeitar os ciclos naturais de reposição e, além disso, quando descartamos os resíduos e rejeitos não cumprimos com os padrões adequados estabelecidos. Já temos conhecimento suficiente para evitar grande parte dos problemas, mas ainda não conseguimos integrá-lo nas nossas práticas efetiva e definitivamente.
8. O que na sua opinião precisa ser feito para que as sociedades conheçam mais a respeito de sustentabilidade, preservação do meio ambiente e consumo consciente?
Acredito que para avançarmos como sociedade precisamos tratar a questão das desigualdades socioeconômicas que estão intrinsicamente relacionadas a desigualdades ambientais, inclusive no que diz respeito às informações, ao conhecimento. A educação é, portanto, um componente estratégico para este avanço, mas é preciso ter um entendimento amplo que traga também os saberes tradicionais para esta equação. Além disso é preciso cada dia mais abordar o tema da perspectiva das oportunidades, pois a transição para modos de vida mais sustentáveis, que preservam o meio ambiente e que se baseiem em consumo conscientes alavancam inúmeras delas; por exemplo, um maior potencial de geração de empregos de qualidade e menos gastos com saúde.
9. A questão climática está relacionada com a sustentabilidade? Como?
A mudança do clima intensificada pela ação antrópica tem relação com nossos padrões de produção e consumo em desequilíbrio com o meio ambiente: por um lado, vimos emitindo uma quantidade de gases de efeito estufa muito significativa e, por outro, vimos degradando ecossistemas que absorvem estes gases, diminuindo a capacidade natural do planeta de equilibrar as emissões. Assim, a questão climática está relacionada com um modo de vida insustentável. A notícia boa é que práticas sustentáveis geram diretamente um impacto positivo no equilíbrio climático do planeta. Por exemplo, o Brasil tem potencial para gerar mais de 25 mil gigawatts em energia solar, aproveitando sua excelente localização geográfica com abundância de luz solar, uma medida sustentável que, ao mesmo tempo, é considerada uma das melhores alternativas para a diminuição das emissões de CO2 na atmosfera, que é um dos principais gases intensificadores do efeito estufa.
Entrevistas
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