Reportagens
Meio ambiente passa ao largo da eleição
Apenas o programa de governo do PT teve a preocupação de divulgar as diretrizes detalhadas de política ambiental
Silvestre Gorgulho, de Brasília
A verdade é que os candidatos que disputam os 115 milhões de votos dos eleitores nas eleições presidenciais de 6 de outubro se esqueceram do meio ambiente. Apenas o petista Luis Inácio Lula da Silva foi mais fundo na questão. José Serra abordou a questão ambiental, relacionando o setor à saúde e à qualidade de vida, valorizando – no seu programa de governo – os investimentos em saneamento básico. Anthony Garotinho e Ciro Gomes dizem que a questão ambiental está subjacente nos seus programas de políticas sociais. Os demais postulantes praticamente deixaram de lado o meio ambiente para fazer denúncias e combater a ALCA.
Mas os eleitores e leitores estão atentos. A Folha do Meio Ambiente vem recebendo e-mails de irados leitores reclamando contra o desinteresse dos candidatos pela questão ambiental. É o reconhecimento, na prática, de que, na opinião dos elaboradores dos programas de candidatos, não há lugar para o meio ambiente.
No entanto, uma pesquisa on-line organizada pelo jornal, no site www.folhadomeioambiente.com.br mostrou não só que os leitores – e eleitores – acham que um candidato à Presidência da República deve incluir o meio ambiente em seu programa de governo, como opinam sobre o que consideram mais importante para constar do programa e até dizem qual o candidato que lhes parece mais envolvido com meio ambiente.
O desinteresse dos postulantes à Presidência tornou-se mais injustificável porque, no decorrer da campanha eleitoral que está quase no final, dois eventos de importância nacional e internacional mantiveram o meio ambiente na ordem do dia da mídia.
O primeiro foi a definitiva aprovação, pelo governo brasileiro, do Protocolo de Kyoto, o que permitiu ao País pensar nos primeiros projetos de parceria no âmbito do desenvolvimento limpo.
O segundo foi a realização, na África do Sul, da RIO+10, durante a qual o Brasil apresentou a proposta de garantir, nos próximos anos, pelo menos de 10% de geração de energia limpa. Sobre Kyoto e a RIO+10 não se ouviu, durante a campanha eleitoral, uma só palavra de apoio ou de rejeição de nenhum dos candidatos à Presidência da República
Outros candidatos, nenhum compromisso
O manifesto desinteresse dos candidatos à Presidência da República pelo meio ambiente, se repete em relação aos milhares de candidatos a outros cargos eletivos em todo o País, numa demonstração de que é urgente uma campanha nacional de educação ambiental, tendo os políticos como público-alvo.
À exceção de uns poucos candidatos que desempenharam, recentemente, atividades em agências ambientais, e que incluíram em seus currículos essas ações, prometendo repeti-las na esfera legislativa, se eleitos, os demais simplesmente passam ao largo de qualquer preocupação com o desenvolvimento sustentável.
Os temas ambientais cruciais em São Paulo, como a despoluição do rio Tietê e a devastação do que resta da Mata Atlântica, ou no Rio de Janeiro, como a recuperação da baía de Guanabara e da Lagoa Rodrigo de Freitas, simplesmente foram postos de lado pelos candidatos.
O argumento dos marqueteiros dos candidatos, segundo o qual o povo está mais preocupado com o desemprego do que com o meio ambiente, não coincide com as demonstrações de revolta dos leitores, por meio de irados e-mails encaminhados todos os dias à Folha do Meio Ambiente.
O aparente desinteresse do candidato José Serra pelo meio ambiente tem uma explicação oferecida pelos organizadores do seu programa: o que foi divulgado não passa de um sumário das diretrizes. O programa completo, a ser desenvolvido e apresentado à opinião pública se o candidato for eleito, será bem mais amplo e específico.
Qualidade de vida
Mesmo assim, Serra garante que está defendendo o meio ambiente quando, na parte relativa à saúde, do seu programa de governo, anuncia a transferência de R$ 3 bilhões a fundo perdido para os municípios investirem em saneamento básico.
Indagado sobre se estaria disposto a alterar a política tributária do País para permitir que pessoas e empresas doassem recursos a organizações não-governamentais comprometidas com um modelo de sustentabilidade, Serra respondeu, numa entrevista, que estava aberto para analisar “alternativas e sugestões”.
Contudo, deixou claro que, mais do que aporte de dinheiro, “espera que as entidades da sociedade civil tenham atuação estratégica e insubstituível como mobilizadoras e provedoras de recursos humanos. Sobretudo, como geradoras de energia criativa na gestão social”.
Amazônia
Quanto à Amazônia, o candidato do PSDB/PMDB, senador José Serra, prometeu reforçar o combate à biopirataria. Serra disse que pretende usar recursos como o monitoramento por meio de satélites, usando o Sivam – Sistema de Vigilância da Amazônia, para incrementar a fiscalização em todos os níveis na Amazônia.
José Serra promete também criar uma espécie de selo verde que garanta a qualidade e o respeito à natureza para mercadorias produzidas na Amazônia. É a Certificação Independente para exportação de produtos florestais da região. “Não se pode esquecer que se pode usufruir da floresta, em benefício dos 15 milhões de brasileiros que lá vivem, sem destruir a floresta”, salienta.
O candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, foi o único que detalhou, em seu Programa de Governo as diretrizes de uma política de sustentabilidade. Sob o título Políticas Ambientais, Saneamento e Meio Ambiente, o programa do candidato petista propõe, entre outros itens:
1) – Estruturação dos Comitês e Agências de Bacia Hidrográfica, incentivando a implementação da lei de recursos hídricos;
2) – Subsídio ao tratamento de esgotos onde a poluição afetar mananciais necessários ao consumo humano;
3) – Integração das ações de saneamento, desenvolvimento urbano e recursos hídricos, constituindo meios de cooperação entre governos e sociedade;
4) – Cooperação federativa como meio de superar os impasses nas políticas de saneamento. Para tanto, o novo governo desenvolverá uma política nacional participativa, que busque e instrumentalize a universalização dos serviços, a eqüidade e a eficiência;
5) – Modernização dos prestadores públicos de serviços de saneamento, tornando-os sustentáveis e profissionalmente gerenciados;
6) – Revisão dos tributos incidentes sobre prestadores de serviços de saneamento, provendo igualdade tributária entre as diversas formas de prestação de serviços;
7) – Incentivo à gestão associada dos serviços, como a formação de consórcios, associações e empresas regionais;
Segundo o programa de Lula, “ao considerar o ambiente (água, ar, solo) como recursos, deve-se trabalhar com o conceito de economia ambiental. Assim, gerenciar adequadamente esses recursos significa utilizá-los com critério, de modo a que possamos satisfazer as nossas necessidades sem esgotá-los, preservando-os para os usos das gerações futuras. A consciência de que os recursos naturais são limitados diante das necessidades humanas fez com que em vários países (principalmente nos mais desenvolvidos) se criassem mecanismos para administrar esses recursos da melhor maneira possível”.
Em outro trecho, diz o programa que “o novo governo, aproveitando o conhecimento acumulado pelos organismos responsáveis pela administração dos recursos hídricos, pelas empresas responsáveis por hidrelétricas, pelas organizações ribeirinhas e por outras tantas organizações que vivem em função de nossos rios, vai dar prioridade à revitalização de bacias, numa visão de integração nacional, entendendo que os rios são corredores de desenvolvimento fundamentais.”
Em relação à água, um eventual governo Lula consideraria os seguintes aspectos, segundo o programa do PT:
a) – definição do recurso hídrico como um bem de domínio público;
b) – entendimento de que se trata de um recurso natural limitado, que possui valor econômico e que deverá ter uso racional e utilização mais preservacionista;
c) – respeito ao uso múltiplo do recurso dando condições igualitárias de acesso a todas as categorias usuárias (saneamento, pesca, lazer e outros).”
Energia
Com relação à energia, o programa do PT promete dar ênfase às fontes alternativas, como eólica, solar e biomassa, e em relação ao transporte hidroviário, a orientação é no sentido de capacitar e buscar maior integração da agência regulatória do setor com os órgãos diretamente responsáveis pela preservação ambiental”.
Inclusão social
Um item do programa de Lula chamado Inclusão Social com Justiça Ambiental promete adotar critérios “socioambientais de sustentabilidade para as políticas públicas, fortalecendo os sistemas de meio ambiente, recursos hídricos e defesa do consumidor”.
Propõe, também, “o estabelecimento de metas de melhoria dos indicadores socioambientais – desmatamento, focos de incêndio, CO2 e CFC, esgotamento e tratamento sanitário, abastecimento de água, controle de vetores, tratamento de resíduos, da poluição do ar, acesso aos bens naturais, consumo de energia e tecnologias limpas”.
Outro item, é o “controle social por meio da participação popular, da educação e da informação ambientais, e da valorização de iniciativas da população e da sociedade civil organizada.”
Os compromissos de Ciro e Garotinho
Os programas dos candidatos Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (Frente Trabalhista) também não detalham diretrizes de meio ambiente, mas os assessores dos dois candidatos afirmam que a questão ambiental está subjacente nas políticas sociais de combate à miséria, de aumento da oferta de serviços de saneamento básico, de ataque à pobreza, de ampliação da oferta de educação e de superação das desigualdades regionais.
Além disso, tanto os assessores de Ciro como os de Garotinho garantem que serão mantidos os compromissos de ambos com a programação de gastos de R$ 1 bilhão em meio ambiente, no próximo ano, incluída no Orçamento Geral da União, cujo projeto está em tramitação no Congresso. De um modo geral, os dois candidatos consideram que a questão ambiental já está sendo adequadamente tratada pelo atual Governo. Ainda assim, se eleitos, ambos prometem reexaminar a questão ambiental.
Os candidatos têm uma justificativa para o aparente descaso com a questão ambiental: numa campanha eleitoral de curta duração e marcada pela intensidade no propósito de ganhar o apoio do eleitor, é preciso concentrar as atenções naquilo que é mais crucial. E as pesquisas qualitativas, feitas antes de começar a campanha eleitoral, apontaram o desemprego como a principal preocupação dos eleitores.
Por essa razão é que todos prometem acabar com o desemprego, uns oferecendo mais dez milhões de empregos (Lula); outros, mais oito milhões (Serra) e Ciro e Garotinho, sem citar números, garantindo que também eles oferecerão milhões de oportunidades de trabalho aos desempregados.
Quanto à Amazônia, Garotinho prometeu criar o Ministério Estratégico da Amazônia, para coordenar todas as políticas públicas para a região. Também promete rever todos os programas de desenvolvimento em curso para avaliar seu impacto ambiental, atingindo sobre tudo o programa Avança Brasil.
Ciro Gomes diz que vai incrementar o ecoturismo, criando parques nacionais que possam atrair turistas. Ciro sugere o uso de financiamentos estrangeiros para manter esses parques. Diz que vai reorientar os assesntamentos de famílias beneficiadas pela reforma agrária, para evitar o desmatamento deregrado.
Enquete da Folha do Meio mostra o que o povo diz e quer
A enquete promovida pela Folha do Meio Ambiente on-line com os seus leitores indagou se eles acham que um candidato a Presidente da República deve ter em seu programa de governo uma política objetiva sobre meio ambiente. Até o fechamento desta edição, 89,78% dos entrevistados haviam respondido ser muito importante.
Apenas 8,36% disseram ser importante; 0,62% pouco importante; e 1,24% disseram que não é importante.
A segunda indagação, sobre qual a questão ambiental mais importante que deve constar do programa de governo de um candidato a Presidente da República foi assim respondida: 12,54% responderam que é acabar com os desmatamentos; 42,65% afirmaram que é incentivar financeiramente e diminuir os tributos de quem protege o ambiente e a maioria, 44,80% preferiu a opção de fiscalizar mais e multar com rigor quem agride o ambiente.
Os candidatos
Finalmente, à indagação sobre qual destes candidatos está mais preocupado com a questão ambiental, as respostas foram as seguintes:
Garotinho = 5,87%
Ciro Gomes = 8,21%
José Serra = 37,24%
Lula = 48,68%
Reportagens
CLDF celebra Dia Nacional do Surdo com homenagens acessíveis
Foto: Renan Lisboa/ Agência CLDF

O Dia Nacional do Surdo, comemorado nesta terça-feira (26), foi celebrado antecipadamente hoje em sessão solene na Câmara Legislativa, promovida pelo gabinete do deputado Iolando (MDB). O distrital é autor da Lei 7279/2023, que torna indeterminada a validade dos laudos médicos às pessoas com deficiência, o que as desobriga a apresentarem novos laudos para terem acesso a serviços públicos, benefícios fiscais e assistência social.
O parlamentar enfatizou a importância de garantir acesso à políticas públicas voltadas para a inclusão produtiva e social, como a educação de qualidade, oportunidade de empregos, atendimento de saúde adequada mas, acima de tudo, o respeito.
“A inclusão produtiva é essencial para que os surdos possam contribuir ativamente para a economia e para a sociedade. Precisamos criar ambientes de trabalho acessíveis, promover a capacitação profissional e incentivar a contratação de pessoas surdas”, explicou o Iolando.
O secretário da Pessoa com Deficiência, Flávio Pereira dos Santos, comentou sobre os projetos dentro da Secretaria, como a Central de Interpretação de Libras, que atende a parcela da população surda on-line sobre os serviços do GDF, e as centrais de emprego e do esporte.
“É importante mudar a história da comunidade surda, mas para isso precisamos, principalmente, ouvir essa comunidade. Queremos uma Brasília de todos e para todos”, relatou o secretário.
Igualdade no lazer
Para dar início aos trabalhos da sessão, foi chamado o diretor de acessibilidade comunicacional da Secretaria da Pessoa com Deficiência do DF, Valdemar Carvalho, que fez uma apresentação na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), com tom satírico sobre os diferentes tipos de deficiência e as problematizações que sofrem, como as promessas de cura.
Também se apresentaram alunos da Escola Bilíngue, Libras e Português Escrito de Taguatinga, com uma interpretação, também em Libras, do conto Cachinhos Dourados. A Companhia de Dança Libras em Cena também fez sua participação com três apresentações ao final da sessão.
Elogiando as apresentações e defendendo que a população surda também deve ter respeitada sua maneira de aproveitar o lazer, o deputado Iolando ressaltou: “É preciso lembrar que a língua de sinais não é apenas uma forma de comunicação, mas também uma expressão cultural rica e diversificada”.
Dentre outros que estiveram no evento, marcaram presença o secretário-executivo da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Reisman; a subsecretária da Secretaria de Educação; professores de Libras da Escola Bilíngue de Brasília, da Universidade de Brasília; e um representante do Ministério da Educação.
Vinícius Vicente (estagiário) – CLDF
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15 anos da Lei Seca: Brasília está entre capitais com mais motoristas embriagados
Apenas Belo Horizonte (MG) tem maior número de flagrantes. Em 90% dos dias, durante 15 anos, houve pelo menos uma infração no DF, totalizando 36 mil notificações.

Em 15 anos da Lei Seca, Brasília ficou em segundo lugar em relação às capitais com o maior número de infrações. Foram 36.386 flagrantes registrados.
Brasília só perde para Belo Horizonte. A capital mineira somou 47.561 infrações.
Os dados, divulgados nesta segunda-feira (25), são da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), vinculada ao Ministério dos Transportes. Segundo o levantamento, a capital federal também somou o maior número de dias com registro de motoristas embriagados flagrados ao volante.
Conforme os dados, em 90,2% dos dias compreendidos no período de 15 anos, houve, ao menos, uma notificação na capital federal. Ou seja, em 4.943 dias houve uma infração à Lei Seca no DF, o equivalente a cerca de 13 anos.
Veja o ranking nacional das capitais com maior número de infrações:
- Belo Horizonte (MG)
- Brasília (DF)
- São Paulo (SP)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Porto Velho (RO)
- Curitiba (PR)
- Rio Branco (AC)
- Manaus (AM)
- Goiânia (GO)
- Cuiabá (MT)
- Recife (PE)
- Macapá (AP)
- Campo Grande (MS)
- Porto Alegre (RS)
- Boa Vista (RR)
- Natal (RN)
- São Luiz (MA)
- Fortaleza (CE)
- Maceió (AL)
- Teresina (PI)
- João Pessoa (PB)
- Salvador (BA)
- Florianópolis (SC)
- Aracaju (SE)
- Belém (PA)
- Vitória (ES)
- Palmas (TO)
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Ministro Carlos Fávaro pede apoio da Embrapa para fortalecer a imagem da agricultura brasileira
Da esquerda para direita: Selma Beltrão, Carlos Favaro, Silvia Massruhá, Ana Euler e Alderi Araújo

Em reunião na sede da Empresa em Brasília, ele conversou com gestores das 43 Unidades de pesquisa de todo o Brasil
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou da abertura da segunda reunião de gestores com a nova Diretoria da Embrapa nesta segunda-feira (25/9) na Sede da Empresa, em Brasília, DF. Na oportunidade, ele solicitou aos 43 chefes de Unidades presentes ao evento apoio para enfrentar o maior desafio imposto hoje à agricultura brasileira: a valorização da sua imagem em nível mundial. Segundo o ministro, é fundamental mostrar aos outros países que as práticas adotadas por 80% dos produtores no Brasil são desenvolvidas sob bases sustentáveis e tecnológicas, graças ao aporte científico da Embrapa.
Fávaro destacou que fortalecer a imagem do agro brasileiro é fundamental para aumentar as exportações do País. Nesse sentido, ele apontou ainda como demanda fundamental continuar investindo em ações de PD&I voltadas à rastreabilidade e em métricas que mensurem a emissão de carbono. “O mercado hoje é pautado por exigências que comprovem a origem e a sustentabilidade das nossas entregas”, pontuou.
O ministro citou como exemplo a cadeia produtiva do algodão, que une sustentabilidade, tecnologia e qualidade, garantindo ao Brasil o segundo lugar no ranking de exportação mundial. “A certificação ao longo de toda a cadeia e a qualidade da fibra podem fazer com que o País ultrapasse os Estados Unidos na exportação do produto em nível mundial. É esse modelo que temos que estender às outras cadeias produtivas”, observou Fávaro.
Outro exemplo de sucesso é a carne de frango, mercado no qual o Brasil se destaca como o maior exportador mundial. A sustentabilidade dessa cadeia é o diferencial, como explicou o ministro, lembrando que o País se mantém como segundo maior produtor, utilizando metade da água e da energia utilizadas nos países europeus.
Fávaro destacou ainda que está em negociação com o Vietnam e Israel para aumentar os mercados de exportação para os produtos agrícolas brasileiros. Israel é hoje o maior consumidor de carne de frango do mundo, com 60 kg por habitante/ano.
Os próximos 50 anosO ministro destacou a relevância da pesquisa agropecuária para o crescimento desse setor ao longo dos últimos 50 anos. Graças à Embrapa e às instituições de pesquisa e ensino, saímos de importador de alimentos na década de 1970 para um dos maiores players do agro mundial. A ciência por trás do agro garantiu um aumento de 580% na produtividade brasileira. “Nosso desafio para os próximos 50 anos é manter esse alto nível de produção sob bases cada vez mais sustentáveis, com foco em automação e outras tecnologias que levem as soluções com qualidade e rapidez ao setor produtivo”, ressaltou Fávaro. Outro foco é em tecnologias capazes de transformar áreas degradadas em produtivas. Os sistemas que integram lavoura, pecuária e florestas são estratégias de produção sustentáveis que vêm despertando a atenção de outros países. De acordo com o ministro, a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica, sigla em inglês) quer investir cerca de 1 bilhão de dólares em arranjos produtivos desse tipo na Amazônia. |
Bioeconomia e COPDurante a abertura, os chefes-gerais das Unidades levantaram questões prementes no cenário atual, como a bioecnonomia na Amazônia. Segundo eles, a realização da COP30 na região será uma vitrine para mostrar ao mundo as ações de PD&I da Embrapa em prol da bioeconomia no bioma. A diretora de Negócios, Ana Euler, destacou as iniciativas da Embrapa voltadas à preparação para o evento, como o Pré-COP e o Café Amazônico, entre outras. O objetivo é discutir eixos estratégicos para o desenvolvimento sustentável, envolvendo cooperação com as demais instituições de pesquisa e ensino que atuam no bioma. Segundo Euler, de agora até a COP, precisamos mostrar ao mundo a força da ciência na região amazônica. “Temos 220 tecnologias desenvolvidas para 50 cadeias produtivas”, ressaltou a diretora. Hoje, a Embrapa mantém nove Unidades de pesquisa na Amazônia legal, com 337 pesquisadores, sendo 89% com pós-doutorado. Outros temas, como PAC, concurso e a sustentabilidade das cadeias do leite e da carne, também foram levantados durante o evento. Os diretores Clenio Pillon, Selma Beltrão e Alderi Araújo, além de muitos dos chefes de Unidades presentes, agradeceram pela volta do PAC. Segundo Pillon, essa estratégia será fundamental para revitalizar os campos experimentais da Embrapa distribuídos por todo o Território Nacional, inclusive com tecnologias de automação. A importância do fortalecimento das ações de assistência técnica e extensão rural em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar foi outro ponto debatido. |
Fernanda Diniz (MtB 4685/DF)
Superintendência de Comunicação (Sucom)
Contatos para a imprensa
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Telefone: (61) 3448-4364
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