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Mundo das aves: anilhar para proteger

Os homens estudam as aves para conhecê-las melhor e, assim, valorizar o ambiente e a vida

Silvestre Gorgulho, de Brasília


No mundo animal, as aves têm lugar de destaque, pois exercem um fascínio fantástico sobre os homens. São elas que mais contribuem para o equilíbrio da natureza. As aves são úteis no dia-a-dia, podem controlar pragas no campo, disseminam sementes e plantas, têm cantos maravilhosos, embelezam e alegram a vida dos deuses e dos homens. Mais: o grupo das aves é um dos de maior distribuição no mundo, podendo ser encontradas do Brasil ao Japão e do Ártico à Antártida. As aves são coloridas, podem ser grandes como o Avestruz ou minúsculas como um Beija-flor. Emitem cantos melodiosos, como o Curió, ou estridente, como o Ferreiro. Adoradas no passado e veneradas no presente, elas chegam a avisar as horas do dia, podem nos indicar quando estamos agindo de forma incorreta com os ambientes em que vivemos e ser utilizadas como indicadores da qualidade ambiental em qualquer parte do mundo, pois trata-se de um dos grupos menos tolerantes às modificações dos seus habitats. Elas refletem de forma direta a riqueza, a abundância, ou mesmo a pobreza do ambiente. Estudar as aves para preservá-las e protegê-las significa dar mais valor à vida como um todo. Se existem homens que caçam e matam, existem também aqueles que fazem de seu trabalho pelas aves um meio de vida. E é neste contexto que vamos conhecer as ornitólogas Inês de Lima Serrano do Nascimento, bióloga do Centro de Pesquisa do Cemave/Ibama, e Andreza Clarinda Araújo do Amaral, bióloga do Proaves, trabalhando no Sistema Nacional de Anilhamento/Cemave. Inês e Andreza vão explicar melhor esse trabalho interessantíssimo. É bom saber que o grupo das aves, entre os animais, é o mais pesquisado no mundo, mas no Brasil essas pesquisas ainda engatinham. Para aprofundar estes estudos, é fundamental conhecer e entender melhor um dos mais belos e eficientes trabalhos dos ornitólogos: o anilhamento das aves.



O que é anilhar
Em 1899, na Holanda, o pesquisador Cristopher Mortensen foi o primeiro a utilizar-se de um método de marcação de aves. Êle queria entender porque aves apareciam e desapareciam em algumas épocas do ano. Começou a usar, então, vários materiais como fitas e até mesmo anéis de ouro para marcar as aves. Foi aí que se descobriu que elas viajavam longas distâncias do seu local de origem. Com esses indícios, Mortensen viu a necessidade de aumentar os esforços de marcação para entender esse fenômeno de deslocamento periódico, conhecido como migração.
“As anilhas (anéis de alumínio ou aço) que utilizamos hoje – explica a bióloga Andreza Amaral – são colocadas no tarso das aves, por pessoas treinadas, servindo como uma carteira de identidade do animal. Nesta plaquinha constam uma letra e cinco números que jamais se repetem”.
Segundo as biólogas do Cemave, a técnica de anilhamento tem sido cada vez mais utilizada pela comunidade científica mundial, demonstrando o amplo espectro de objetivos para os quais se podem empregar as anilhas. “Através do anilhamento de aves é possível realizar diversos estudos relacionados à dispersão, migração, comportamento e estrutura social, dinâmica de populações, sobrevivência, sucesso reprodutivo, monitoramento ambiental, toxicologia e manejo”, explica Andreza Amaral. “Mesmo com a implantação de novas técnicas, como a utilização de rádio-transmissores e a colocação de microchips, pesquisas apontam o anilhamento como técnica de monitoramento primordial para a conservação das aves que possuem alta capacidade de responder às modificações ambientais, caracterizando-se como excelentes indicadores da qualidade de um ambiente”, salienta Inês Serrano do Nascimento.


Os anilhadores utilizam-se de redes ornitológicas, puçás e armadilhas para capturar as aves e em seguida, tomam suas medidas e peso e observam se apresentam algum problema. Chegam a coletar, algumas vezes, até amostras de sangue para análise em laboratório, para identificar a qual espécie a ave pertence. E antes de devolver a ave à natureza, colocam o anelzinho na perna dela.


Brasil: meio milhão de aves anilhadas.
Nestes 24 anos do Cemave, já foram anilhadas mais de meio milhão de aves, com registro de mais de 3.500 recuperações de anilhas brasileiras. Houve também muitas recuperações de anilhas estrangeiras. Aliás, as pessoas que relatam tais recuperações, recebem um certificado nominal de agradecimento, oficial do Cemave, onde constam o nome comum e o científico da ave, bem como os dados de anilhamento e os de recuperação (local e data do anilhamento/recuperação, sexo e idade da ave).


Andreza Amaral gosta de dizer uma verdade: entrar numa mata, percorrer praças e bairros isolados, praias desertas e outros ambientes à procura do maravilhoso mundo das aves, tem sido utilizado como uma válvula de escape e alívio ao estresse das cidades, um canal de religamento do homem com o mundo natural. “Nada mais belo do que ver, ouvir e curtir uma ave em seu habitat natural…”
Aliás, lembra a bióloga Andreza Amaral: “Quem nunca quis estar “livre como um passarinho?” Ou “quem ainda não usou a expressão estou pronto para voar”? A verdade é esta, a sensação que as aves passam: simplicidade e liberdade de ir para onde quiser.
“Vale a pena pensar nisso tudo antes de aprisionar uma ave”, conclui educativamente Andreza.


O que é o Centro Nacional de Pesquisa para Conservação de Aves Silvestres?


O Cemave foi criado em 1977 pelo Ibama com base no compromisso brasileiro em atender a Convenção de Washington (1948), relativa à conservação da fauna, flora e belezas cênicas nas Américas, para a conservação de espécies migrantes entre as Américas. Sua principal missão é subsidiar a conservação das aves silvestres brasileiras e dos ambientes dos quais elas dependem.
Sua sede localiza-se no complexo ambiental da Mata da AMEM, Cabedelo/PB, contando com duas Coordenadorias Regionais: uma para Centro-Oeste e Norte, no Parque Nacional de Brasília/DF, e outra para o Sul e Sudeste, em Porto Alegre/RS , além da Base de Campo em Jeremoabo, Bahia, para os trabalhos com a Arara-azul-de-lear (Anodorynchus leari).
O Cemave conta com parceria diversas de instituições governamentais e privadas, por meio de termos de cooperação técnica e convênios.
Centro pioneiro e único na América Latina, coordena o Sistema Nacional de Anilhamento (SNA), com sistema próprio, possuindo 890 anilhadores cadastrados, cerca de 600 mil aves anilhadas. Todas as informações estão em um Banco de Dados. O sistema tem 187 projetos sob coordenação.
O Cemave realiza ainda a capacitação e treinamento de profissionais através de cursos nacionais e internacionais, participação científica em congressos, publicações especializadas e teses de mestrado e doutorado.


Pesquisa de Campo
Conheça algumas pesquisas do Cemave


Aves Cinegéticas
Monitoramento e controle de populações de aves que sofrem pressão de caça com vistas a garantir o uso sustentável destes recursos. Como exemplo, no controle e análises e elaboração de portarias de caça de perdizes, marrecas e do marrecão-da-patagônia no Rio Grande do Sul.


Aves Ameaçadas, Raras e Endêmicas
Projetos envolvendo o monitoramento das espécies visando a sua recuperação, como o cisne-de-pescoço-negro no Rio Grande do Sul, flamingos no Amapá, trinta-réis-de-bico-amarelo Sterna hirundinacea no Espírito Santo, arara-azul-de-Lear Anodorynchus leari na Bahia.


Aves Migratórias
Projetos desenvolvidos em Áreas Ramsar (Convenção relativa á conservação de ambientes aquáticos de importância internacional) no Brasil em cooperação técnica com outros países tais como o Canadá, Estados Unidos, Holanda, Austrália, Inglaterra e Argentina, visando a conservação de espécies migratórias continentais como os maçaricos e batuíras, bem como dos ambientes dos quais estas dependem.


Problemas relacionados a Aves
Pesquisas de métodos e medidas a serem adotadas para o manejo de espécies que atacam lavouras, como as caturritas Myiopsita monachus no Rio Grande do Sul; colisões com aeronaves (urubus Coragyps atratus) nos aeroportos do Brasil) e mortalidade de albatrozes e petréis pela pesca oceânica com espinhéis.


Aves Coloniais
Monitoramento de aves em ilhas oceânicas brasileiras como nos Arquipélagos e Parques Nacionais de Fernando de Noronha e dos Abrolhos e Reserva Biológica do Atol das Rocas, além da manutenção de banco de dados com os registro de áreas de reprodução colonial no país.


Projetos Especiais
Inventários e estudos da biologia de aves no domínio da caatinga e mata atlântica, como na Reserva Biológica dos Guaribas, na Paraíba.
Mais informações:
www.ibama.gov.br/cemave
cemave@ibama.gov.br
Tel/fax: (61) 465-2009
Tel: (83) 245-2611
Fax: (83) 245-2694


Você Sabia?


Você sabia que as aves se alimentam de pragas que atacam plantações, atuam no combate aos ratos, cobras e insetos, e ainda polinizam flores e espalham sementes?


Você sabia que os maçaricos brancos e os de peito vermelho são espécies migratórias que embora pesem no máximo 100 e 250g respectivamente, conseguem voar longas distâncias, chegando a 7 mil km ininterruptos?


Você sabia que todo ano, entre agosto e outubro, dezenas de milhares de aves do Hemisfério Norte migram para o Brasil à procura de comida e de um clima favorável?


Você sabia que um maçarico anilhado por técnicos do Cemave nas Reentrâncias Maranhenses em 10/05/2001, foi encontrado capturado, apenas 11 dias depois por pesquisadores americanos, em Delaware, EUA?


Você sabia que algumas espécies migratórias chegam a percorrer 20 mil km entre o Canadá (tundras canadenses) e a Terra do Fogo, na Argentina?


Você sabia que durante o vôo migratório as aves se orientam pelas estrelas e pela lua e ainda aproveitam as correntes de ar, chegando a atingir uma velocidade de até 65 Km/hora?


Silvestre Gorgulho, de Brasília

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DF entra em alerta com onda de calor e população deve manter cuidados

Capital registra temperatura 5ºC acima da média prevista para o mês de setembro. Especialistas recomendam muita água, roupas leves e pouco exercício físico ao ar livre nos períodos críticos

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Victor Fuzeira, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger

 

O Distrito Federal está em alerta laranja de perigo para baixa umidade relativa do ar e para altas temperaturas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a capital federal vive uma onda de calor e tem registrado nos últimos dias temperaturas 5ºC acima da média prevista para o mês de setembro. A maior máxima do ano foi registrada nessa terça-feira (19): 34,5°C, no Gama.

Meteorologistas alertam que a próxima semana será ainda mais quente; população deve adotar cuidados como manter uma boa hidratação e não praticar esportes entre 10h e 16h | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O aviso emitido pelo Inmet teve início às 11h desta quarta-feira (20) e está previsto para durar, pelo menos, até o domingo (24). No entanto, os meteorologistas acreditam que a próxima semana será ainda mais quente. “Estamos observando a possibilidade de estender esse alerta para a semana que vem. A expectativa é que tenhamos uma próxima semana ainda mais quente, com temperaturas acima de 35ºC”, explica Cleber Souza, do Inmet.

O especialista explica que o país está sob o domínio do fenômeno El Niño, que altera significativamente a distribuição da temperatura da superfície do Oceano Pacífico. “A atuação desse fenômeno favorece esse episódio de temperaturas mais elevadas. Estamos sofrendo com uma massa de ar seca e quente, atuando como um bloqueio para a formação de nuvens e, consequentemente, de chuvas, e intensificando a incidência de radiação solar”, prossegue.

Em função do calor intenso e da baixa umidade, é preciso que a população se atenha aos cuidados recomendados pela Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil do Distrito Federal. “As orientações são as mesmas tanto para o calor quanto para baixa umidade: que as pessoas utilizem roupas leves e que façam refeições leves, sempre mantendo uma boa hidratação. Outra dica é umedecer com frequência a região dos olhos e das narinas”, enfatiza o tenente-coronel Ricardo Costa Ulhoa, coordenador de Planejamento, Monitoramento e Controle.

Ulhoa também afirma que não é recomendada a prática esportiva ao ar livre entre 10h e 16h. “Esse horário é característico das maiores temperaturas, por isso não é recomendado fazer exercícios no período. O ideal é sempre utilizar hidratantes, protetor solar e labial durante a prática esportiva e no próprio dia a dia”, completa.

A coordenadora de Atenção Primária à Saúde, Fabiana Fonseca, afirma que a população deve ficar atenta aos sinais de desidratação. “Alguns sintomas mais comuns são fraqueza, tontura, mal estar, aquela sensação de: ‘Não sei o que tenho, mas não estou bem’. Por isso, precisamos estar mais atentos; aumentar a ingestão de água, evitar exposição ao sol e redobrar cuidados com crianças, idosos e pessoas que têm doenças crônicas”.

 

 

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Arrendatário leva multa de R$ 8,7 mil após derrubar 29 árvores nativas para plantar soja em fazenda em Santo Anastácio

Homem, de 40 anos, só tinha autorização para o corte de 10 exemplares.

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Um homem, de 40 anos, arrendatário de uma fazenda em Santo Anastácio (SP), recebeu nesta quarta-feira (20) uma multa de R$ 8,7 mil em decorrência da derrubada irregular de árvores nativas na propriedade rural.

Ele tinha autorização para cortar apenas 10 árvores, mas no local a Polícia Militar Ambiental constatou a derrubada de 29 exemplares.

Os policiais compareceram à fazenda para realizar uma fiscalização em área onde houve a supressão de árvores nativas através da emissão de Via Rápida Ambiental (VRA).

Através da comparação de imagens via satélite, foi identificado o corte de 29 árvores nativas isoladas das espécies canafístula, ipê e farinha-seca, ou seja, em desacordo com a autorização obtida, que continha apenas 10.

Segundo a polícia, o homem alegou que havia arrendado a área para o cultivo de soja e ainda admitiu que tinha feito a retirada de “algumas” árvores para realizar o plantio.

Ele recebeu um auto de infração ambiental no valor de R$ 8,7 mil por explorar qualquer tipo de vegetação nativa, mediante supressão isolada de 29 árvores, em área fora de reserva legal, de domínio privado.

 

 

 

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Distritais divergem sobre análise do STF acerca da descriminalização do aborto

Foto: Renan Lisboa/ Agência CLDF

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A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, colocou em pauta a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, que vai analisar a descriminalização do aborto até 12 semanas de gravidez. A decisão repercutiu na sessão ordinária da Câmara Legislativa desta quarta-feira (20) e dividiu a opinião dos deputados distritais.

O deputado Thiago Manzoni (PL) foi o primeiro a abordar o tema e informou que esteve na semana passada numa manifestação contra o aborto e em defesa da vida em frente ao STF, organizada por um grupo católico. Manzoni se manifestou contra a descriminalização e, na tribuna, exibiu pequeno boneco de um feto de 12 semanas. O deputado argumentou que o feto está em formação, mas “já é um ser vivo e está em desenvolvimento”. Manzoni se disse “embasbacado” com as pessoas que defendem o direito ao abordo. “Canalhas, assassinos e covardes” foram algumas palavras usadas pelo deputado para descrever os defensores do aborto.

Na mesma linha, o deputado Pastor Daniel de Castro (PP) destacou ato no qual participou da Frente Parlamentar Evangélica da Câmara dos Deputados e falou contra o aborto. O deputado também exibiu bonecos de fetos e ainda um vídeo, em que o médico e deputado federal Fernando Máximo relata o desenvolvimento do feto com 12 semanas. “Estamos diante da possibilidade da legalização do homicídio, com os homens decidindo quem pode viver ou não”, completou o deputado.

O deputado Iolando (MDB) também ocupou a tribuna e se alinhou aos colegas que o antecederam contra a possível legalização do aborto.

“Quem morre de aborto são as mulheres negras e pobres”

O deputado Fábio Félix (Psol) explicou que a ADPF 442 é uma ação de integrantes do seu partido e que tem como objetivo discutir a política pública do direito reprodutivo no País. Na opinião do deputado, o debate sobre o aborto é sempre polêmico porque a maioria das pessoas não estuda devidamente o tema. “Quando você descriminaliza o aborto, você não estimula uma prática. Você abre o debate sobre essa prática. Quem morre de aborto são as mulheres pobres, negras e periféricas”, argumentou. Para ele, a descriminalização vai possibilitar o acesso a políticas públicas e ao atendimento psicossocial.

O deputado Gabriel Magno (PT) disse que a decisão do STF sobre o tema é de fundamental importância para o País. Para ele, o que está se discutindo é o entendimento sobre normativas já existentes no Brasil. “Discutir o aborto é discutir a vida de meninas e mulheres. Em 2020, 48 meninas entre 10 e 14 anos entraram em trabalho de parto por dia neste País. O debate tem que passar pela vida dessas meninas. A maioria negras e pobres. Se acontecesse com pessoas com melhor condição, não chegaria a este ponto. A morte por aborto inseguro é a quarta causa de morte materna no Brasil”, assinalou.

Para a deputada Paula Belmonte (Cidadania) o tema é importante e “passa sim pelo viés religioso, mas principalmente pela questão educacional”. Para ela, crianças estão fazendo aborto porque existe uma sexualização precoce no País. “Não existe feto, se não houver relação sexual. Mas temos que discutir o que está acontecendo com a sexualização das jovens e a permissividade de muitos pais. Defendemos a vida dentro do ventre, mas também precisamos defender as crianças que nasceram e estão passando fome”, analisou.

Belmonte citou o caso de crianças contaminadas pelo Rio Melchior e outras que estão morrendo de fome e que não merecem a mesma atenção dos deputados. “Este debate é muito mais profundo do que um debate feminista ou religioso. É um debate da dignidade humana”, finalizou.

Luís Cláudio Alves – Agência CLDF

 

 

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