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Piauí constrói as primeiras mil barraginhas

O projeto é construir 3.600 barraginhas em 12 municípios. Cada uma delas transfere para o solo o equivalente a 150 caminhões-pipa

Fotos:
Glauco Souza Gomes


As barraginhas começam
a mudar a face do Semi-Árido

Silvestre Gorgulho
O projeto das barraginhas alçou
um longo vôo, para além do Semiárido
de Minas Gerais. Cruzou fronteiras e ganhou
definitivamente o semiárido do Piauí,
onde já foram construídas mil
barraginhas, das 3.600 previstas, em 12 municípios.
Para o idealizador deste projeto, o agrônomo
da Embrapa Luciano Cordoval, a vitória
deste projeto significa uma vitória
de parcerias do bem “e todas feitas com
muito sacrifício e suor. Muitas vezes
virando o jogo no último segundo”.

Os primeiros municípios
beneficiados com as barraginhas foram Anísio
de Abreu e Jurema do Piauí. Em cada
um deles foram construídas 300 unidades
de apoio à convivência com a
seca.
O projeto das barraginhas nasceu há
11 anos na Embrapa Milho e Sorgo, de Sete
Lagoas-MG, e visa a criação
de áreas úmidas para facilitar
o plantio de verduras, grãos e mudas
frutíferas e melhorar as condições
de vida da população.
12 municípios – Lançado em fevereiro
deste ano pelo governo do Piauí, com
apoio da Embrapa e do Programa Permanente
de Convivência com o Semi-Árido
(PPCSA), está prevista a construção
de 3.600 barraginhas na zona rural de 12 municípios:
Oeiras, Paulistana, Paes Landim, Guaribas,
São Lourenço, Anísio
de Abreu, Caracol, Acauã, Santa Luz,
Coronel José Dias, Jurema do Piauí
e João Costa.
Para o idealizador do projeto, o pesquisador
Luciano Cordoval, o sucesso no Piauí
vai dar força para que as barraginhas
sejam adotadas em outros estados nordestinos.

Onde as barraginhas foram implantadas, em
Minas Gerais, segundo a Embrapa, houve o enriquecimento
do lençol freático, proporcionando
condições de agricultura, aguadas,
cacimbas com água de boa qualidade
para consumo humano e animal.
“É a forma de libertar o nordestino
do sertão da dependência dos
caminhões pipas. Cada barraginha transfere
para o solo o equivalente a 150 caminhões
pipa”, garante Cordoval.
Segundo o técnico Antonio Carlos Gomes
de Macedo, diretor da Cootapi, até
junho, a expectativa é de que os 12
municípios sejam atendidos com as barraginhas.

Nesses locais, serão desenvolvidas
plantações de árvores
frutíferas com adaptabilidade ao Semi-árido,
como manga, caju, umbu e outras.

O que é uma
barraginha?

Barraginhas são mini-barramentos
construídos na frente de cada enxurrada,
em forma de meia-lua com 15 metros de diâmetro
por 1,5 a 2,0m de profundidade. Esses mini-barramentos
podem ser espalhados nas pastagens e beiras
de estradas. Assim, as barraginhas vão
recolher toda chuva que cai. Elas vão
se encher de água e a água vai
infiltrar na terra. Daí, com uma nova
frente de chuvas, elas voltam a encher. Isso
vai se repetir 10 a 12 vezes durante o ciclo
chuvoso.
A vantagem é que as barraginhas, além
de segurar as enxurradas e conter o processo
erosivo, vão alimentar o lençol
freático e os aqüíferos,
tornando a terra úmida e agricultável.
Só no Semi-Árido de Minas foram
construídas mais de 80 mil barraginhas.

FALA,
LUCIANO!

Explode coração: depoimento
emocionado

O agrônomo Luciano
Cordoval de Barros, pesquisador da Embrapa
e responsável pela tecnologia das barraginhas,
dá um depoimento emocionante sobre
o sucesso do projeto das barraginhas implantado
no início deste ano no Piauí.

Tem
que ter tecnologia, mas tem que ter sobretudo
amor e paixão.

O agrônomo Luciano Cordoval
está tomado de emoção.
Há 11 anos ele ensina produtores rurais
a plantar barraginhas e a colher água.
Água boa! Água que dá
de comer e de vender. Água que no Jequitinhonha-MG
está até trazendo os retirantes
de volta para sua família. Por isso,
Luciano não se contém com as
boas notícias que chegam do Piauí
e desabafa: “É muito emocionante,
é enlouquecedor ver o fruto de seu
plano se instalar a 2.500 quilômetros
de distância”.
A emoção de Luciano contamina
todo mundo. Mas ele tenta ser racional na
sua explicação: “Há
toda uma estratégia na implantação
das barraginhas. São quatro fases que
temos que seguir, da mobilização
para dar conhecimento, ao treinamento, à
motivação e ao envolvimento
e comprometimento. Tem que ter tecnologia,
mas tem que ter sobretudo amor e paixão.
Só assim, quando o projeto começa
a andar sozinho, podemos cortar o cordão
umbilical. Cada produtor passa a caminhar
com os próprios pés”.

Afastando resistências

“Quando
eles vêem as barraginhas cheias, aquela
coisa tão simples, tão óbvia,
o povo se entusiasma”.

E Luciano continua: “Tudo
é muito dinâmico e deixa a gente
arrepiado. O povo, no começo, é
mais curioso. Muitos nem assistem ao treinamento,
nem participam das reuniões dos multiplicadores.
Mas quando eles vêem as barraginhas
cheias, aquela coisa tão simples, tão
óbvia, o povo se entusiasma. É
mesmo de arrepiar! Aí passam a transmitir
confiança. Passam a acreditar. Levam
aos coordenadores, generais da linha de frente,
aquele aval necessário, como que dizendo:
– vão em frente, onde vocês descobriram
isto não importa. Com a chuva ajudando
a encher as barraginhas, eles passam a ver
logo, que o projeto deu certo. Se alguma coisa
conspira contra o projeto, os resultados finais,
com água boa e terra úmida,
derruba qualquer resistência”.

Flagrante de vida

“É
o cio da água que vai engravidar o
lençol freático”.

“Quando fomos ao Piauí
mobilizar as pessoas e ensinar a instalação
das barraginhas – continua Luciano Cordoval
– muitos diziam: – Ei moço, aqui não
chove. De onde vai vir água para encher
esses buracos? As fotos mostram uma nova realidade.
Documentam o contrário. Lá chove
e a terra agradece a água armazenada.
As fotos são de enlouquecer! É
um flagrante de vida. A enxurrada escorrendo
e a barraginha transbordando os caminhos daquela
terra seca. É como diz o Zezinho Brandão
lá no Semi-Árido do Jequitinhonha:
– Cadê as vasilhas, as gamelas,
as bacias, as latas, cadê mais barraginhas
para segurar tanta água”.
E continua Luciano na sua lúcida utopia:
“É o cio da água que vai
engravidar o lençol freático.
A esperança chegou e vamos esverdear
as baixadas com tanta água!”

Diploma da libertação

“Ninguém
entrega diploma. Entrega é a chave
da libertação”.

E o pai das barraginhas bate
pesado no coração dos que vivem
no Semi-Árido e dos gestores públicos:
“Quando se termina um treinamento para
implantação das barraginhas,
ninguém entrega diploma. Entrega é
a chave da libertação. Entrega
uma tecnologia simples que ajuda a plantar
água. A água que vai ajudar
contornar caminhos tortuosos da sobrevivência
e vai levar um pouco de esperança a
quem vive na seca”.

Menu de mil ovos

“Transmitimos
não somente a tecnologia, mas uma coisa
contagiante que se chama esperança”.

Recado, quando a gente recebe,
tem que passar para frente. Para concluir,
um recado de Luciano Cordoval: “Meu amigo
jornalista: a galinha quando bota, grita.
Grita para dizer que cumpriu o seu dever.
Que já podem buscar o fruto de seu
trabalho. Por favor, grite aí na Folha
do Meio Ambiente que “botamos”
nossos primeiros mil ovos dos 3.600 que serão
botados até julho, no Piauí.
E o mais fascinante: descobrimos um menu em
que transmitimos não somente os conhecimentos
da tecnologia, mas uma coisa contagiante que
se chama alma. Que se chama esperança.
Que se chama vida!”.

“Os
agricultores estão animados e acreditando
nas barraginhas.
Muitos já cuidaram de proteger suas
paredes com vegetação.
Nossa equipe é pequena, mas temos garantido

qualidade na construção, na
mobilização
e na sensibilização das comunidades”.

Glauco Souza Gomes, coordenador
do projeto no Piauí

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CLDF celebra Dia Nacional do Surdo com homenagens acessíveis

Foto: Renan Lisboa/ Agência CLDF

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O Dia Nacional do Surdo, comemorado nesta terça-feira (26), foi celebrado antecipadamente hoje em sessão solene na Câmara Legislativa, promovida pelo gabinete do deputado Iolando (MDB). O distrital é autor da Lei 7279/2023, que torna indeterminada a validade dos laudos médicos às pessoas com deficiência, o que as desobriga a apresentarem novos laudos para terem acesso a serviços públicos, benefícios fiscais e assistência social.

O parlamentar enfatizou a importância de garantir acesso à políticas públicas voltadas para a inclusão produtiva e social, como a educação de qualidade, oportunidade de empregos, atendimento de saúde adequada mas, acima de tudo, o respeito.

“A inclusão produtiva é essencial para que os surdos possam contribuir ativamente para a economia e para a sociedade. Precisamos criar ambientes de trabalho acessíveis, promover a capacitação profissional e incentivar a contratação de pessoas surdas”, explicou o Iolando.

O secretário da Pessoa com Deficiência, Flávio Pereira dos Santos, comentou sobre os projetos dentro da Secretaria, como a Central de Interpretação de Libras, que atende a parcela da população surda on-line sobre os serviços do GDF, e as centrais de emprego e do esporte.

“É importante mudar a história da comunidade surda, mas para isso precisamos, principalmente, ouvir essa comunidade. Queremos uma Brasília de todos e para todos”, relatou o secretário.

Igualdade no lazer

Para dar início aos trabalhos da sessão, foi chamado o diretor de acessibilidade comunicacional da Secretaria da Pessoa com Deficiência do DF, Valdemar Carvalho, que fez uma apresentação na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), com tom satírico sobre os diferentes tipos de deficiência e as problematizações que sofrem, como as promessas de cura.

Também se apresentaram alunos da Escola Bilíngue, Libras e Português Escrito de Taguatinga, com uma interpretação, também em Libras, do conto Cachinhos Dourados. A Companhia de Dança Libras em Cena também fez sua participação com três apresentações ao final da sessão.

Elogiando as apresentações e defendendo que a população surda também deve ter respeitada sua maneira de aproveitar o lazer, o deputado Iolando ressaltou: “É preciso lembrar que a língua de sinais não é apenas uma forma de comunicação, mas também uma expressão cultural rica e diversificada”.

Dentre outros que estiveram no evento, marcaram presença o secretário-executivo da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Reisman; a subsecretária da Secretaria de Educação; professores de Libras da Escola Bilíngue de Brasília, da Universidade de Brasília; e um representante do Ministério da Educação.

Vinícius Vicente (estagiário) – CLDF

 

 

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15 anos da Lei Seca: Brasília está entre capitais com mais motoristas embriagados

Apenas Belo Horizonte (MG) tem maior número de flagrantes. Em 90% dos dias, durante 15 anos, houve pelo menos uma infração no DF, totalizando 36 mil notificações.

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Em 15 anos da Lei Seca, Brasília ficou em segundo lugar em relação às capitais com o maior número de infrações. Foram 36.386 flagrantes registrados.

Brasília só perde para Belo Horizonte. A capital mineira somou 47.561 infrações.

Os dados, divulgados nesta segunda-feira (25), são da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), vinculada ao Ministério dos Transportes. Segundo o levantamento, a capital federal também somou o maior número de dias com registro de motoristas embriagados flagrados ao volante.

Conforme os dados, em 90,2% dos dias compreendidos no período de 15 anos, houve, ao menos, uma notificação na capital federal. Ou seja, em 4.943 dias houve uma infração à Lei Seca no DF, o equivalente a cerca de 13 anos.

Veja o ranking nacional das capitais com maior número de infrações:

  1. Belo Horizonte (MG)
  2. Brasília (DF)
  3. São Paulo (SP)
  4. Rio de Janeiro (RJ)
  5. Porto Velho (RO)
  6. Curitiba (PR)
  7. Rio Branco (AC)
  8. Manaus (AM)
  9. Goiânia (GO)
  10. Cuiabá (MT)
  11. Recife (PE)
  12. Macapá (AP)
  13. Campo Grande (MS)
  14. Porto Alegre (RS)
  15. Boa Vista (RR)
  16. Natal (RN)
  17. São Luiz (MA)
  18. Fortaleza (CE)
  19. Maceió (AL)
  20. Teresina (PI)
  21. João Pessoa (PB)
  22. Salvador (BA)
  23. Florianópolis (SC)
  24. Aracaju (SE)
  25. Belém (PA)
  26. Vitória (ES)
  27. Palmas (TO)
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Ministro Carlos Fávaro pede apoio da Embrapa para fortalecer a imagem da agricultura brasileira

Da esquerda para direita: Selma Beltrão, Carlos Favaro, Silvia Massruhá, Ana Euler e Alderi Araújo

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Em reunião na sede da Empresa em Brasília, ele conversou com gestores das 43 Unidades de pesquisa de todo o Brasil

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou da abertura da segunda reunião de gestores com a nova Diretoria da Embrapa nesta segunda-feira (25/9) na Sede da Empresa, em Brasília, DF. Na oportunidade, ele solicitou aos 43 chefes de Unidades presentes ao evento apoio para enfrentar o maior desafio imposto hoje à agricultura brasileira: a valorização da sua imagem em nível mundial. Segundo o ministro, é fundamental mostrar aos outros países que as práticas adotadas por 80% dos produtores no Brasil são desenvolvidas sob bases sustentáveis e tecnológicas, graças ao aporte científico da Embrapa.

Fávaro destacou que fortalecer a imagem do agro brasileiro é fundamental para aumentar as exportações do País. Nesse sentido, ele apontou ainda como demanda fundamental continuar investindo em ações de PD&I voltadas à rastreabilidade e em métricas que mensurem a emissão de carbono. “O mercado hoje é pautado por exigências que comprovem a origem e a sustentabilidade das nossas entregas”, pontuou.

O ministro citou como exemplo a cadeia produtiva do algodão, que une sustentabilidade, tecnologia e qualidade, garantindo ao Brasil o segundo lugar no ranking de exportação mundial. “A certificação ao longo de toda a cadeia e a qualidade da fibra podem fazer com que o País ultrapasse os Estados Unidos na exportação do produto em nível mundial. É esse modelo que temos que estender às outras cadeias produtivas”, observou Fávaro.

Outro exemplo de sucesso é a carne de frango, mercado no qual o Brasil se destaca como o maior exportador mundial. A sustentabilidade dessa cadeia é o diferencial, como explicou o ministro, lembrando que o País se mantém como segundo maior produtor, utilizando metade da água e da energia utilizadas nos países europeus.

Fávaro destacou ainda que está em negociação com o Vietnam e Israel para aumentar os mercados de exportação para os produtos agrícolas brasileiros. Israel é hoje o maior consumidor de carne de frango do mundo, com 60 kg por habitante/ano.

Os próximos 50 anos

O ministro destacou a relevância da pesquisa agropecuária para o crescimento desse setor ao longo dos últimos 50 anos. Graças à Embrapa e às instituições de pesquisa e ensino, saímos de importador de alimentos na década de 1970 para um dos maiores players do agro mundial. A ciência por trás do agro garantiu um aumento de 580% na produtividade brasileira.

“Nosso desafio para os próximos 50 anos é manter esse alto nível de produção sob bases cada vez mais sustentáveis, com foco em automação e outras tecnologias que levem as soluções com qualidade e rapidez ao setor produtivo”, ressaltou Fávaro.

Outro foco é em tecnologias capazes de transformar áreas degradadas em produtivas. Os sistemas que integram lavoura, pecuária e florestas são estratégias de produção sustentáveis que vêm despertando a atenção de outros países. De acordo com o ministro, a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica, sigla em inglês) quer investir cerca de 1 bilhão de dólares em arranjos produtivos desse tipo na Amazônia.

Bioeconomia e COP

Durante a abertura, os chefes-gerais das Unidades levantaram questões prementes no cenário atual, como a bioecnonomia na Amazônia. Segundo eles, a realização da COP30 na região será uma vitrine para mostrar ao mundo as ações de PD&I da Embrapa em prol da bioeconomia no bioma.

A diretora de Negócios, Ana Euler, destacou as iniciativas da Embrapa voltadas à preparação para o evento, como o Pré-COP e o Café Amazônico, entre outras. O objetivo é discutir eixos estratégicos para o desenvolvimento sustentável, envolvendo cooperação com as demais instituições de pesquisa e ensino que atuam no bioma.

Segundo Euler, de agora até a COP, precisamos mostrar ao mundo a força da ciência na região amazônica.  “Temos 220 tecnologias desenvolvidas para 50 cadeias produtivas”, ressaltou a diretora. Hoje, a Embrapa mantém nove Unidades de pesquisa na Amazônia legal, com 337 pesquisadores, sendo 89% com pós-doutorado.

Outros temas, como PAC, concurso e a sustentabilidade das cadeias do leite e da carne, também foram levantados durante o evento.

Os diretores Clenio Pillon, Selma Beltrão e Alderi Araújo, além de muitos dos chefes de Unidades presentes, agradeceram pela volta do PAC. Segundo Pillon, essa estratégia será fundamental para revitalizar os campos experimentais da Embrapa distribuídos por todo o Território Nacional, inclusive com tecnologias de automação.

A importância do fortalecimento das ações de assistência técnica e extensão rural em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar foi outro ponto debatido.

Fernanda Diniz (MtB 4685/DF)
Superintendência de Comunicação (Sucom)

Contatos para a imprensa

Telefone: (61) 3448-4364

 

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