Reportagens
Quinta das Lágrimas
A Fonte dos Amores, em Coimbra
“Coimbra do Choupal
Ainda és capital
Do amor em Portugal,
Ainda…
Coimbra, onde uma vez,
Com lágrimas se fez
A história dessa Inês
Tão linda!”
Silvestre Gorgulho, de Coimbra
A história é longa, antiga, bonita e emocionante. Estive na Quinta das Lágrimas na Páscoa de 2002, com o jornalista Sebastião Nery, minha mulher e meu irmão João Vitor Gorgulho e minha cunha Jovelina Cabral. Vimos com nossos próprios olhos a beleza do lugar e aprendemos que o amor quanto mais intenso e quanto mais trágico, mais ele se eterniza na mente dos homens.
Os casais apaixonados fazem nossa cabeça. E, se há tragédia, fazem História. É o caso de Tristão e Isolda, Romeu e Julieta que vem encantando gerações com livros, poesias e filmes. Mas, nada mais emocionante, mais arrebatador e mais comovente do que o amor de Pedro (Príncipe filho de Afonso IV) e Inês de Castro. Simplesmente porque, além de fascinante, comovente, bonito e trágico, essa é uma história real. Não tem nada de imaginário. História e tragédia estão documentadas. O próprio Camões referiu-se ao romance em Os Luzíadas. Até Victor Hugo e Pound também falaram do romance de Pedro e Inês de Castro. Pedro era filho de D. Afonso IV e foi o oitavo rei de Portugal. Reinou por dez anos, ou seja, de 1357 a 1367. Não confundir com nosso Pedro I que, ao abdicar ao trono do Brasil e ao passar o reino ao filho D. Pedro II, voltou para Portugal. Lá venceu uma guerra com seu irmão D. Miguel e se tornou D. Pedro IV.
Vale a pena conhecer um pouco da história do Príncipe Pedro, filho de D. Afonso IV. O Príncipe se casou com dona Constança, Infanta de Castela, em núpcias arranjadas pela família de ambos. Já no dia do casamento, porém, o coração do futuro rei de Portugal começou a bater por outra mulher. Apaixonou-se pela bela galega Inês de Castro, dama de companhia de dona Constança. Os dois se tornaram amantes e tiveram quatro filhos. Após a morte de dona Constança, ocorrida em 1349, a ligação entre eles se estreitou. É bom lembrar que as cortes fechavam os olhos para os casos de adultério masculino, interpretados como incontroláveis manifestações da virilidade.
O romance entre o Príncipe Pedro e Inês de Castro nunca foi tranqüilo. O pai do príncipe, D. Afonso IV, a nobreza e o clero, opuseram-se tenazmente, desde o início, ao relacionamento. Temiam que um dos filhos de Pedro com Inês, na época chamados de bastardos, pudesse reivindicar o trono, em lugar da linhagem julgada legítima. Criticavam a influência dos três irmãos da dama galega, estrangeiros como ela, nas ações do Príncipe, julgando-a prejudicial aos interesses de Portugal. O trio efetivamente procurou convencer D. Pedro a tomar para si o trono de Castela.
A expedição conquistadora foi suspensa na última hora, sob pressão de D. Afonso IV. A nobreza e o clero invejavam a receptividade concedida pelo herdeiro do trono português a outros fidalgos castelhanos. A saída encontrada pelos opositores do relacionamento foi o assassinato de Inês de Castro.
O crime aconteceu em 1355. Ela foi morta na Fonte dos Amores, da Quinta das Lágrimas, onde o casal se encontrava para namorar. Os assassinos eram os fidalgos Pero Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco.
Ao ser degolada pelos punhais de Coelho, Gonçalves e Pacheco, Inês de Castro teria manchado as pedras da fonte com seu sangue. Até hoje as pedras da fonte são avermelhadas. Hoje se saiba que o fenômeno ocorre em virtude de um mineral presente na composição da rocha.
Quando D. Pedro recebeu a notícia da morte de sua Inês, quase enlouqueceu. Pegou em armas contra o pai e avançou em direção da cidade do Porto. Mas a mãe, dona Beatriz, e o bispo de Braga, seu amigo, convenceram-no a desistir da vingança. Guardando a dor, o Príncipe teria exclamado: “Agora Inês é morta”. Daí que a expressão até hoje usada como resignação por uma situação irremediável.
Os assassinos fugiram para Castela (Espanha). Mas quando D. Pedro assumiu o Reino Português, sua primeira iniciativa foi combinar com o rei de Castela a troca de refugiados.
Entregou ao rei de Castela três fidalgos estrangeiros, exilados em Portugal, e recebeu em troca Coelho e Gonçalves. O terceiro assassino de Inês de Castro, o tal de Pacheco, escapou a tempo para Aragão e dali para a França. Coelho, líder do grupo, teve o coração arrancado pelo peito. Gonçalves teve o coração arrancado pelas costas.
O amor de D. Pedro era tanto que ele deu a seguinte ordem: mandou exumar a ossada de Inês de Castro. A cerimônia foi terrivelmente patética. E mais: D. Pedro I fez questão de coroar sua Inês como Rainha de Portugal. Então, os restos mortais da amada de D. Pedro I foram colocados numa liteira de luxo e, em procissão, levados do Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, onde se encontravam sepultados, até Alcobaça. No trajeto, a nobreza e o clero, que se opuseram ao romance, tiveram que reverenciá-la como Rainha de Portugal.
Houve até coroação. O novo rei ordenou que os presentes ajoelhassem diante do cadáver e beijassem os ossos da mão. Dizem que muitos saíram dali e passaram dias enxaguando a boca. Suspeitava-se que os cadáveres transmitissem a peste.
A Quinta das Lágrimas, às margens do rio Mondego, cenário dos amores proibidos entre o Príncipe Pedro e Inês de Castro, é uma espécie de Jardim Botânico de Coimbra. Hoje funciona ali um belíssimo Hotel da rede Relais Chateaux e casais apaixonados estão sempre visitando o local.
Lá, à beira da fonte no jardim, está gravada dois versos de Os Luzíadas, de Camões. Veja que maravilha!
“As filhas do Mondego a morte escura
Longo tempo chorando memoraram,
E, por memória eterna, em fonte pura
As lágrimas choradas transformaram;
O nome lhe puseram, que inda dura,
Dos amores de Inês que ali passaram.
Vede que fresca fonte rega as flores,
Que lágrimas são a água, e o nome amores.”
« Estavas , linda Inês, posta em sossego,
de teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano de alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos de Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
Os Lusíadas (Inês de Castro) – Luís de Camões
Visitar Coimbra e não ir à Universidade é uma insciência. Não conhecer a Quinta das Lágrimas é, no mínimo, insensibilidade.
Coimbra é capital do Distrito de Coimbra, situada na região Centro e subregião do Baixo Mondego. É a terceira metrópole portuguesa e tem cerca de 140 mil habitantes. Está a 200 km de Lisboa e a 100 km do Porto. Banhada pelo rio Mondego, Coimbra foi capital nacional da cultura em 2003. O município é limitado a norte pelo município de Mealhada, a leste por Penacova, Vila Nova de Poiares e Miranda do Corvo, a sul por Condeixa-a-Nova, a oeste por Montemor-o-Velho e a noroeste por Cantanhede. |
Reportagens
Programa de Incentivo Fiscal à Cultura abre inscrições para 2023
Agentes culturais podem inscrever, até 1º de dezembro, projetos que visem o apoio mediante renúncia fiscal do ICMS e do ISS

Agência Brasília* | Edição: Claudio Fernandes
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) publicou, no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta quarta-feira (22), regulamentação que estabelece prazos e procedimentos para a execução do Programa de Incentivo Fiscal à Cultura do Distrito Federal em 2023. O programa é equivalente à antiga Lei de Incentivo Fiscal (LIC).
R$ 13.211.994É o valor total do Programa de Incentivo Fiscal à Cultura deste ano, com limite para pessoa jurídica de R$ 660.599,70 e, para pessoa física, de R$ 200 mil
Pela Portaria nº 54, fica estabelecido o prazo de 8h de 22 de março até as 18h de 1º de dezembro de 2023 para inscrição de projetos culturais que visem o incentivo mediante renúncia fiscal do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
Já a Portaria nº 55, de 20 de março de 2023, altera a norma anterior, que regulamenta os limites e os procedimentos do programa de incentivo fiscal. O valor total do Programa de Incentivo Fiscal à Cultura deste ano é de R$ 13.211.994,00, com limite para pessoa jurídica de R$ 660.599,70, e para pessoa física continua em R$ 200 mil. Para planos anuais e plurianuais, que incluem projetos culturais que contemplem períodos de 12, 24 ou 36 meses, o valor pode chegar a R$ 1,8 milhão.

Entre as mudanças, também está o prazo de inscrição dos projetos, que agora devem ser apresentados com, no mínimo, 60 dias corridos anteriores à data de sua execução. Antes, esse prazo era de 45 dias antes da pré-produção do projeto. Também fica estabelecido que o agente cultural não pode inscrever novo projeto enquanto não apresentar a prestação de contas final de outro anteriormente incentivado.
Os percentuais de isenção podem variar de 40% a 100% e, entre as novidades está o fato de que projetos que tenham reserva de espaço para ações de marketing ou instalação de estandes, camarotes, palco ou outros espaços que levem o nome, marca ou identidade visual da empresa incentivadora terão o percentual de isenção reduzido para 75%.
Como participar
A empresa deve demonstrar interesse no projeto por meio de uma carta de intenção de incentivo, e o agente cultural inscreve sua proposta por meio de formulário online. A partir daí, o projeto é avaliado em etapas de análise de documentação, técnica e de mérito, até que seja autorizado a captar os recursos e, posteriormente, partir para a execução.
O agente cultural deve exercer, necessariamente, pelo menos uma função de relevância no projeto, tanto no aspecto artístico-cultural quanto na direção, produção, coordenação e gestão artística. Fica ainda estabelecido que o agente cultural é responsável por protocolar na Secec uma via do Termo de Compromisso de Incentivo, até cinco dias úteis antes do início da primeira atividade prevista no projeto, que, por sua vez, só pode ter início após o protocolo de um ou mais termos de compromisso, devidamente assinados pelo incentivador, indicando a captação de pelo menos 50% do valor.
Programa de Incentivo Fiscal à Cultura
Mecanismo de apoio à produção e difusão da arte, das manifestações culturais, do entretenimento de qualidade e de estímulo ao mercado criativo, o Programa de Incentivo Fiscal trabalha em parceria com a iniciativa privada, por meio de isenção fiscal. Com o incentivo, parte dos valores de ICMS ou ISS que seriam arrecadados por atividade de pessoas jurídicas do DF é revertido em financiamento de projetos culturais previamente aprovados pela Secec.
Podem apresentar projetos culturais para o programa pessoas físicas ou jurídicas estabelecidas no DF, com Ceac válido e que sejam diretamente responsáveis pela proposição e execução do projeto. Já para o patrocínio, podem participar pessoas jurídicas contribuintes do ICMS ou ISS, habilitadas para apoiar a realização de projetos culturais.
*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Reportagens
Excesso de telas entre jovens pode causar dores e puberdade precoce
Alerta é de estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de SP

O uso prolongado de telas é um dos fatores de risco para a saúde da coluna, mostra estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e publicado na revista científica Healthcare.
Entre os fatores de risco está o uso de telas por mais de três horas por dia, a pouca distância entre o equipamento eletrônico e os olhos, a utilização na posição deitada de prono (de barriga para baixo) e na posição sentada. O foco do estudo foi a chamada dor no meio das costas (thoracic back pain, ou TSP).
Foram avaliados 1.628 estudantes de ambos os sexos entre 14 e 18 anos de idade, matriculados no primeiro e segundo ano do ensino médio no período diurno, na área urbana do município de Bauru (SP), que responderam a questionário entre março e junho de 2017.
Desses, 1.393 foram reavaliados em 2018. A pesquisa constatou que de todos os participantes, a prevalência de um ano foi de 38,4%, o que significa que os adolescentes relataram TSP tanto em 2017 quanto em 2018. A incidência em um ano foi de 10,1%; ou seja, não notificaram TSP em 2017, mas foram encaminhados como casos novos em 2018. As dores na coluna ocorrem mais nas meninas do que nos meninos.
“A diferença entre os sexos pode ser explicada pelo fato de as mulheres relatarem e procurarem mais apoio para dores músculo-esqueléticas, estarem mais expostas a fatores físicos, psicossociais e de stress, terem menos força do que os homens, apresentarem alterações hormonais resultantes da puberdade e baixos níveis de atividade física”, diz um dos autores do artigo, Alberto de Vitta, doutor em educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com pós-doutorado em saúde pública pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu.
Pandemia
TSP é comum em diferentes grupos etários na população mundial. Estima-se que afete de 15% a 35% dos adultos e de 13% a 35% de crianças e adolescentes. Com a pandemia do covid-19, crianças e adolescentes têm usado celulares, tablets e computadores por um tempo maior, seja para atividades escolares ou para o lazer. Com isso, é comum adotarem posturas inadequadas por tempo prolongado, causando dores na coluna vertebral.
O tempo gasto com dispositivos eletrônicos (por exemplo ver televisão, jogar videogames, utilizar o computador e smartphones, incluindo comunicações electrônicas, e-games, e internet) pode ser classificado da seguinte forma: baixo (menos de 3 horas/dia), médio (acima de 3 horas/dia até 7 horas/dia) e alto (acima de 7 horas/dia), considera o pesquisador.
Segundo De Vitta, é possível que a incidência da TSP tenha aumentado com a pandemia, mas ainda não há estudos. “Podemos supor que aumentou, devido à atividade escolar em casa, no entanto não há dados sobre isso. Estamos organizando um estudo multicêntrico que será realizado em cidades de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e do Rio Grande do Sul”, informou o pesquisador, que atualmente leciona e pesquisa no Departamento de Fisioterapia da Faculdade Eduvale de Avaré (SP) e no programa de pós-graduação em Educação, Conhecimento e Sociedade da Universidade do Vale do Sapucaí (Pouso Alegre, MG).
Fatores
A TSP tem tratamento, diz o professor. “Há vários tipos de tratamentos como, por exemplo, a reeducação postural global, o pilates e a fisioterapia baseada em recursos eletrotermofototerapêuticos: ultrasom, laser, entre outros”.
Fatores de risco físicos, fisiológicos, psicológicos e comportamentais ou uma combinação deles podem estar associados à TSP. “As dores musculoesqueléticas, como na coluna torácica, lombar e cervical, são multidimensionais”, explica o pesquisador.
“Os fatores físicos (carteiras inadequadas, mochilas com peso acima do recomendado e outros), comportamentais (utilizar os equipamentos eletrônicos acima de três horas por dia, posturas inadequadas) e os fatores de saúde mental (sintomas emocionais, stress etc) estão associados a essas dores”.
A conjugação de físicos e comportamentais gera um aumento da força de compressão dos discos intervertebrais, levando à desnutrição dos discos, comprometendo a integridade do sistema músculo-esquelético, predispondo o indivíduo à fadiga e a níveis de dor mais elevados.
“Parece haver uma relação entre sintomas emocionais e manifestações físicas, como o aumento da secreção do cortisol hormonal e alterações na regulação hormonal do glândulas supra-renais, que geram efeitos inibidores sobre o sistema imunitário, a digestão e sintomas de desgaste corporal excessivo, cansaço, fadiga, dores musculares e articulares. Todos esses fatores estiveram relacionados aos dados das nossas pesquisas relacionadas às dores lombares, cervicais e torácicas em estudantes do ensino médio”.
Puberdade precoce
A puberdade é um estado natural do corpo humano que, por consequência de alterações hormonais, tende a se apresentar a partir dos 8 anos de idade em meninas e 9 anos em meninos
Entretanto, as crianças estão entrando nessa fase cada vez mais cedo. Ganho de peso, consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e sedentarismo estão entre as principais causas. Mas, outro fator tem chamado a atenção dos pesquisadores.
De acordo com o resultado de uma pesquisa apresentada durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica, a puberdade precoce pode estar sendo estimulada pela alta exposição às telas, como tablets e celulares.
“Estudos mostram que a luz azul das telas diminui a produção de melatonina, hormônio relacionado ao ciclo do sono. A menor produção de melatonina pode ser um sinal para o corpo de que já está na hora de entrar na puberdade. Além disso, o ganho de peso e a ansiedade que podem estar associados ao excesso no uso de telas também alteram a produção de determinados hormônios como a leptina e a serotonina, que podem ocasionar a puberdade de forma precoce”, explica a endocrinopediatra do Sabará Hospital Infantil, Paula Baccarini.
A especialista afirma que, devido ao isolamento durante o período pandêmico, as crianças passaram a se alimentar de forma menos saudável, gerando outros efeitos colaterais que também alteram os hormônios: “O estresse e a ansiedade também são fatores que podem adiantar o início da puberdade, somados ao sedentarismo, à piora do padrão alimentar e ao ganho de peso”, acrescenta.
Rotina
O ideal é que a criança mantenha uma rotina com hábitos saudáveis de vida, com atividade física, sono adequado e alimentação natural, com consumo reduzido de produtos industrializados, o que naturalmente já reduz o tempo livre para uso de telas, aconselha a médica. “É importante lembrar que a criança aprende com o exemplo dos pais. Então, é fundamental que o controle do tempo de tela seja de toda a família e não apenas da criança,” completa.
Outras atividades podem ajudar a dimunuir esse tempo. “Criar rotinas como hábito de leitura, brincadeiras recreativas, jogos de tabuleiro, desenho, quebra-cabeças. Além disso, usar o fim de semana para reunir a família fora de casa, se possível em contato com o sol e a natureza podem ajudar”, sugere a endocrinopediatra.
Caso os pais identifiquem sinais de puberdade precoce – como aparecimento do broto mamário, desenvolvimento de pelos pubianos, crescimento acelerado, acne, eles devem procurar um endocrinologista pediátrico para fazer o diagnóstico, identificar a causa e avaliar a necessidade de tratamento.
“O tratamento é indicado nos casos em que a puberdade ocorre precocemente ou evolui em ritmo muito acelerado, com risco de a primeira menstruação acontecer cedo ou de ocorrer parada do crescimento antes da idade prevista, com perspectiva da criança crescer menos do que a previsão genética. Consiste em um tratamento hormonal que bloqueia a produção desses hormônios associados ao desenvolvimento da puberdade”, explica a especialista.
Uma vez iniciada a puberdade, não há como reverter o quadro, apenas tratar com o bloqueio puberal quando indicado, aponta a médica. “Por isso, a importância do estabelecimento de hábitos saudáveis de vida durante a infância, como forma de tentar reduzir o risco de a puberdade ocorrer precocemente. Importante dizer que essas mudanças do hábito de vida também estão relacionadas à diminuição de outras condições, como a obesidade”.
É considerada precoce a puberdade que surge antes dos 8 anos em meninas e dos 9 anos em meninos; e atrasada, a puberdade que tem início após os 13 anos em meninas e após os 14 anos, em meninos.
A médica considera o risco de adiantamento da menstruação e da parada precoce do crescimento, com prejuízo da altura final da criança, além dos riscos psicossociais associados à puberdade precoce. Se necessário, indicará tratamento para bloquear, por um tempo, o desenvolvimento puberal.
Edição: Graça Adjuto
Reportagens
PL proíbe venda de sacolas biodegradáveis pelos estabelecimentos comerciai
Foto: Agência Senado

Tramita na Câmara Legislativa do Distrito Federal, o projeto de lei nº 163/2023, do deputado Wellington Luiz (MDB), que proíbe a venda de sacolas descartáveis do tipo biodegradável ou biocompostável para o acondicionamento e o transporte de mercadorias adquiridas em estabelecimentos comerciais, permitida a sua distribuição gratuita para este fim quando recicláveis.
O PL 163/2023 tem o propósito de proteger o consumidor do DF em face da atuação comercial local que passou a cobrar pelo fornecimento de sacolas biodegradáveis e biocompostáveis para o acondicionamento e o transporte de mercadorias adquiridas.
O projeto estabelece ainda que os estabelecimentos comerciais são obrigados a fornecer gratuitamente aos consumidores, sacolas biodegradáveis e biocompostáveis para o acondicionamento e transporte das compras.
“A iniciativa não só beneficia o meio ambiente, mas também alivia a carga financeira dos menos favorecidos, que não precisarão pagar pelas sacolas, além de incentivar práticas mais sustentáveis no comércio local. A medida segue uma tendência mundial de redução do uso de sacolas plásticas e estimula a conscientização da população sobre a importância da preservação do meio ambiente e na busca da garantia de qualidade de vida”, afirma o deputado Wellington Luiz.
Caso os estabelecimentos comerciais descumpram a lei, poderão sofrer advertência, multa simples, multa diária, apreensão e inutilização do produto e sanções restritivas ao direito, como suspensão ou cancelamento de registro, licença ou autorização; perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito, e proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos.
O projeto tramita na Casa, inicialmente pelas comissões permanentes, depois segue para o Plenário. Após a aprovação em dois turnos, segue para sanção do governador.
Agência CLDF
-
Artigos4 meses ago
DIARIO DE BORDO E MINHA FORÇA AO REI PELÉ
-
Artigos4 meses ago
Orquestra Sinfônica de Brasília apresenta último concerto didático de 2022
-
Reportagens3 semanas ago
Instituto do Câncer reforça campanha contra o HPV e câncer do colo do útero
-
Artigos4 meses ago
Contra Sérvia, Brasil inicia jornada pelo hexa na Copa do Catar
-
Reportagens4 meses ago
Escolas técnicas de Santa Maria e Paranoá abrem as portas em 2023
-
Artigos4 meses ago
Inovação verde
-
Artigos4 meses ago
Brasil, falta de Neymar e resultado das urnas
-
Reportagens4 meses ago
Princípios ESG aliados ao marketing beneficiam empresas