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Aritana Yawalapiti
15 de julho de 1949 – 5 de agosto de 2020

Foto: Antonio Carlos Banavita
Nessa Semana dos Povos Indígenas 2021, a homenagem maior da Folha do Meio Ambiente é para o Chefe Indígena do Xingu: Aritana Yawalapiti, nas palavras de seu amigo o Cacique Marcos Terena:
Nos conhecemos no final dos anos 70.
Creio que ele deveria ter entre 67 e 70 anos, mas não ficou careca e nem tem cabelo branco. Campeão da luta tradicional do Quarup, o Huka Huka, sempre prestigiou com sua Autoridade as iniciativas indígenas em silêncio, mas atento.
Não gostava de sair de sua Aldeia. Sempre foi chamado para as reuniões com autoridades do governo brasileiro.
Em 1992, junto com Pedrinho Kaingang, nos ajudou a conceber a Kari-Oca no fundo de uma área abandonada do Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, em Jacarepaguá-RJ.
Aritana tinha condição física de campeão. Era Guerreiro! Tinha a tranquilidade de um Comandante. Aos olhos de seus amigos índios e brancos, nunca ficaria doente.
Há cerca de dois anos, Aritana chegou ao HUB – Hospital Universitário de Brasília para um tratamento devido a um princípio de AVC. Tinha diabetes… Ao visitá-lo, senti um Aritana triste. Com saudades de sua gente, queria voltar logo para a sua Aldeia…
Aí veio a terrível notícia: o COVID’19 chegou ao Xingu, inclusive para o Grande Chefe.
O que fazer nessas horas? A quem recorrer?
Como índio Terena, como irmão de lutas e como seu admirador incondicional, afirmo e reafirmo: é preciso fazer nossas preces e mostrar ao mundo que campanhas para arrecadar dinheiro não fazem parte dos princípios indígenas.
Em nome da História de Aritana queremos respeito, respeito e muito respeito. Raça, pele, etnia, linhagem, sangue, tribo e família não podem ser mais importantes que brilho nos olhos. O espírito tem que falar mais alto.





Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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