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Scale-ups de toda a América Latina com projetos sustentáveis são selecionadas para participar do Greentech América Latina

O evento GreenTech América Latina 2021 selecionou 20 scale-ups (pequenas empresas com potencial de crescimento) da região que apresentaram soluções tecnológicas inovadoras, sustentáveis e rentáveis para empresas. Além de prêmios, capacitação e mentorias, as scale-ups terão oportunidades de negócios ampliadas durante o “Bootcamp” do evento.

 

Empresas conectadas a soluções sustentáveis com alto potencial de retorno financeiro. Esse é um dos objetivos centrais do programa que ganha continuidade com a terceira edição do GreenTech América Latina. A iniciativa selecionou 20 pequenas empresas com potencial de crescimento, as chamadas scale-ups. Na grande maioria, são latino-americanas e responsáveis por projetos de tecnologia sustentáveis escaláveis e ideais para a solução estratégica de problemas de governos e corporações dos mais diversos segmentos.

“Escolhemos as empresas pensando em impacto sustentável,redução de poluição e emissão de gases de efeito estufa, e potencial de crescimento, duas urgências que convivem sob a mesma atmosfera. A tecnologia trouxe novas oportunidades para o contexto de responsabilidade ambiental, possibilitando resolver problemas reais e as grande empresas e governos aproveitar oportunidades rentáveis”, destacou Tiago Brasil Rocha, fundador da Build from Scratch, uma das organizadoras do evento.

As propostas são eficazes para atender as novas demandas ambientais do mercado e se encaixam nos cinco temas escolhidos pela GreenTech este ano: Biotecnologia, Economia Azul, Energias Renováveis, Finanças Verdes e Mercados de Carbono.

Selecionadas

As startups que conquistaram vaga no fórum de Biotecnologia são: a Biotecland (Brasil), que possui patente e tem como objetivo solucionar a baixa eficiência na adubação,  degradação e desertificação de solo, combater pragas e doenças e a baixa produtividade agrícola; a Glow (Brasil) que possui patente e apresenta soluções para o setor agroindustrial por meio da tecnologia de descarga ionizante, desde a germinação de sementes até a manutenção da qualidade de frutos e folhas; a MDL Eco (Brasil), que possui patente e propõe utilizar o resíduo da indústria do couro como matéria prima para a produção de placas para confecção de móveis, painéis e divisórias. Tal aproveitamento reduz a deposição dos resíduos da indústria coureira em lugares impróprios ou aterros, que contaminam o solo; por fim, a Mush (Brasil), que desenvolveu uma tecnologia que utiliza resíduos, em especial da produção de alimentos e do agronegócio, como nutrientes para o crescimento de um fungo. Esse fungo cresce no resíduo e atua como uma cola natural que agrega partículas, formando um biocompósito capaz de substituir materiais de origem não-renovável nas áreas de construção civil e acústica (p.ex.  poliestireno expandido, lã de vidro e lã de rocha), entre muitas outras possibilidades.

No campo da Economia Azul estão a Bioart (Brasil), que possui patente desenvolvida com a Universidade de Santa Catarina, produz cosméticos com fórmulas e protetor solar orgânico que nāo agridem o oceano, tratam e embelezam as pessoas sem ferir a pele; a Ensembletec (Brasil), com patente e nova tecnologia de dessalinização da água do mar para obter água e energia sem produzir resíduos, um processo 100% verde que resolve o problema do abastecimento de água; a SDW (Brasil), que desenvolveu o Aqualuz, um dispositivo que potabiliza a água captada por cisternas utilizadas por famílias de baixa renda em regiões áridas. O Aqualuz resolve o problema de contaminação microbiológica da água, que causa doenças e mortes em crianças; a Surf Cleaner (Suécia), que produz equipamentos para despoluir óleo e iodo, em segmentos como água, mineração e portos; e a SWARM (Colômbia), que apresenta uma solução tecnológica inteligente e sustentável, com base em sensores de IoT (Internet of Things), para aumentar em sete vezes a produção pesqueira, reduzir em 20% o consumo de energia e reduzir em 50% a taxa de mortalidade de peixes.

No segmento Energias Renováveis foram selecionadas: a Energy Source (Brasil), que propõe resolver o problema global do descarte inadequado das baterias de lítio, com o reuso e a reciclagem através de uma plataforma de controle e monitoramento de baterias por assinatura; a FNM Elétricos+Óbvio (Brasil), que deseja encerrar a poluição por diesel ao propor que se adote caminhões elétricos na logística e comprova essa possibilidade com sua plataforma de TCO positiva (TCO – custo total de propriedade, no caso de frotas, a soma de vários valores como veículos,  manutenções, combustível, softwares, entre outros); a Soldomeiodia (Brasil), que  desenvolveu o produto Balaio de Guisar, um fogão solar e fogāo sem fogo, com bateria de calor. Os aparelhos simples e portáteis continuam a cozinhar alimentos – que foram levados a ferver pelos métodos convencionais – por até 8 horas, sem o uso de eletricidade, gás, sol ou outro combustível adicional; e a Suney (Brasil), que oferece crédito para que famílias e empresas possam adquirir sistemas de energia solar e reduzir os custos com as contas de luz, considerando que grande parte da população não consegue gerar sua própria energia em função do alto custo de investimento requerido.

No campo das Finanças Verdes se destacaram: a Coletando Soluções (Brasil), que criou um programa para capacitar pessoas envolvidas com a reciclagem de resíduos a gerar renda para si e para a comunidade onde vivem. O valor apurado em reciclagem é creditado em uma conta digital do participante do programa. O crédito fica disponível para uso através de cartão pré-pago, ativo para compras, pagamento de contas e saques, e assim, o modelo promove a inclusão social através da bancarização; a Epioneers (Colombia), startup que desenhou uma carteira climática que permite acumular outras carteiras climáticas a cada transação; a Mandala Energy (Brasil), que foca em instituições que realizam trabalhos sociais e poderiam se valer de um sistema de energia solar fotovoltaico, porém não dispõem de recursos financeiros para instalá-lo. Para democratizar esse acesso à energia renovável, a scale-up propõe a tokenização de ativos; e a Suyana (Chile), que aproveita diferentes fontes de informação, incluindo imagens de satélite, clima, fontes e pesquisas no campo e os combina com modelos de aprendizado de máquina e ciência do clima para gerar produtividade climática de alta resolução.

Finalmente, da temática Mercados de Carbono participam: a Alvora (Brasil), com tecnologia que permite quantificar e monitorar o carbono orgânico retido em solo agrícola de uma forma totalmente remota e escalável, sem necessidade de coleta local de amostras de solo. Assim, a empresa consegue certificar créditos de carbono das propriedades rurais através de certificadora independente e vendê-los no atacado às grandes empresas poluidoras; a AMAbank (Brasil), com captação de recursos para a sustentabilidade ambiental na preservação da floresta, e a Carbonx (Brasil), que faz a tokenização de créditos de carbono em plataforma de blockchain.

Programa de aceleração

Cada produto ou serviço desenhado pelos empreendimentos emergentes será discutido, desenvolvido e os responsáveis passarão por treinamentos para ampliar e dar musculatura à base de negócios, antes do evento on-line de apresentação formal nos dias 22, 23 e 24 de novembro, com votação e júri das melhores colocadas, seguindo os critérios técnicos do programa.

Realizado pela Build From Scratch (BFS), em parceria com a Green Innovation Group A/S, a GreenTech América Latina 2021 escolheu projetos que possam trazer impacto sustentável e econômico rápido para outras organizações, negócios, investidores e corporações. As empresas captadas terão mentorias preparatórias – “Bootcamp” com os patrocinadores do evento, na categoria Bronze: Kearney, Heineken, ESG Risk Guard, Barn Investimentos, Mosimann Horn, Green Bridge Films; na categoria Silver: Tozzini Freire Advogados; e a patrocinadora Gold Ambipar.

As startups receberão ainda capacitações em Inteligência Artificial com o Instituto Federal do Paraná e, em Captação de Recursos Não Reembolsáveis, com a Value Weaver. Terão acesso, também, a uma assinatura de um ano da Head Energia – escola de formação em energy tech. As três melhores avaliadas, ao final do processo, ganham direito a um MBA completo em Empreendedorismo e mais dois cursos de curta duração na Brain Business School. Por fim, a multinacional americana Oracle concederá um pacote de US$ 3 mil em créditos a cada empresa, 70% de desconto nos serviços por dois anos e o programa de conexões Oracle for Start ups para ajudar os participantes a crescer.

Resumo do programa

  • Treinamento preparatório para o pitch (apresentação formal) da GreenTech;
  • Mentorias preparatórias – “Bootcamp” com os patrocinadores do evento;
  • Capacitações em Inteligência Artificial e Captação de Recursos Não Reembolsáveis
  • Assinatura de um ano da Head Energia;
  • Para as três scale ups melhor avaliadas: um MBA completo em Empreendedorismo e dois cursos de curta duração na Brain Business School;
  • Pacote de US$ 3 mil em créditos da Oracle, 70% de desconto nos serviços por dois anos e o programa de conexões Oracle for Startups para todas as selecionadas.

 

Sobre Tiago Brasil Rocha

Fundador e CEO da Build from Scratch e GreenTech América Latina, Tiago Brasil Rocha é representante do Green Innovation Group A/S para América Latina e membro do Conselho Fiscal Suplente da Klabin S/A e do Banco do Brasil S/A.

Formado em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie, Tiago fez pós-graduação em Economia de Negócios na Universidade de São Paulo – USP, mestrado em Administração na Fundação Getúlio Vargas – FGV e MBA Executivo na Universidade de Oxford, Inglaterra.

Sobre a Build From Scratch:

Organizadora do GreenTech América Latina, a Build from Scratch propõe o investimento no desenvolvimento sustentável, estrutura projetos, ideias e organiza negócios para receberem investimentos e crescer. Tem como visão ajudar as empresas a tornarem suas ideias e sonhos em um sucesso empresarial.

Acesse:

https://www.buildfromscratch.co/

https://www.linkedin.com/company/build-from-scratch

https://www.greentechamericalatina.com

 

Informações para a Imprensa:

Thais Cipollari
Tel: 11 99864 8524
E-mail: thais@comunicacaoconectada.com.br

 

 

 

 

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“DE CASACA E CHUTEIRA – A ERA DOS GRANDES DRIBLES NA POLÍTICA, CULTURA E HISTÓRIA”.

Cacá Diegues: “Na Era JK e Pelé tínhamos de correr atrás do Brasil. JK com sua energia e ousadia conseguiu substituir o ato do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima”.

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em

 

SILVESTRE GORGULHO – ENTREVISTA

 

“De Casaca e Chuteiras” – Lançamento em Brasília para comemorar os 63 da Capital e uma homenagem a JK e ao Rei Pelé.

 

O livro “De Casaca e Chuteira – A Era dos Grandes Dribles na Política, Cultura e História – JK-BRASÍLIA-PELÉ” vai ser lançado dia 22 de abril, sábado às 11 horas, no Memorial JK, em Brasília.

 

Folha do Meio Ambiente – PELÉ já está no dicionário. E JK?

Silvestre Gorgulho – Verdade! Após sua morte, Pelé em dezembro do ano passado, houve uma campanha e a justificativa foi porque o apelido para Edson Arantes se tornou sinônimo de perfeição no Brasil e em todos os países de Língua Portuguesa. Aliás, em todos as línguas faladas no mundo. Nada mais justo e oportuno. Na verdade, apenas foi referendado um jargão que já estava no cotidiano das pessoas das mais diversas nacionalidades. Este é mais um legado do Rei Pelé. Símbolo de excelência nos esportes, não só no futebol, Pelé é uma lenda eternizada de muitas maneiras possíveis. O substantivo virou adjetivo e até, quem sabe, verbo: Peleou muito bem! O fato é que agora já temos o Pelé da Ciência, que pode ser o Einstein ou o Vital Brazil; o Pelé da Literatura, que pode ser o Machado de Assis; e até o Pelé da música, que pode ser o Villa-Lobos ou o Rei Roberto Carlos.

 

FMA – Mas, e JK?

SG – Bem, JK ainda não está no dicionário, mas tem uma coisa. O escritor e jornalista Élio Gáspari tem razão quando diz: “Todo político brasileiro quer JK quando crescerem. Um dia, talvez, algum consiga, desde que aprenda uma coisa simples: Juscelino Kubitschek jamais disse uma só palavra má, uma palavra negativa tanto do Brasil quanto dos brasileiros. Foi um visionário que acreditou nos dois.”

 

Privilégio viver a Era JK e Pelé, porque tínhamos de correr atrás do Brasil. JK com sua energia e ousadia conseguiu substituir o ato do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima. (Cacá Diegues)

 

FMA – “De Casaca e Chuteira – A Era dos Grandes Dribles na Política, Cultura e História” – Que acontecimentos fazem o conteúdo do livro?

SG – São muitos e em todas as áreas da vida: política, esportes, economia, música, literatura e costumes. O livro tem 28 capítulos, 448 páginas, e aborda um tempo considerado Anos Dourados do Brasil. Brasília, Pelé e JK são os fios condutores dessa história maravilhosa, quando os brasileiros sentiram que poderiam realizar o impossível. Como disse Cacá Diegues, foi um privilégio viver essa época, porque tínhamos de correr atrás do Brasil. JK com sua energia e ousadia conseguiu substituir o ato do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima.

 

FMA – Por que seu livro foi lançado em 2020, em São Paulo, e só agora será em Brasília?

SG – Verdade! Em 2020 lancei em São Paulo e em 2022 em São Lourenço, Sul de Minas. Motivo simples: O livro só ficou pronto na segunda semana de outubro de 2020. O então governador João Doria, que fez a apresentação, queria lançar o livro no Museu do Futebol lá no Pacaembu, no dia 23 de outubro, quando o Pelé fez 80 anos. Aliás, por isso o selo que tem na capa desenhada por KÁCIO: Brasília 60 anos e Pelé 80 anos. Mas o que aconteceu? Plena Pandemia. O protocolo dizia que só poderiam estar presentes no Museu do Futebol 50 pessoas e tinha de se inscrever pela internet. Havia controle rígido na entrada. Não pude convidar nem minha família. O médico do Pelé proibiu que ele fosse. Pronto, apesar da grande divulgação, pouca gente participou do evento.

 

FMA – Planeja uma segunda edição?

SG – Sim, vou ter que fazer uma segunda edição que será mais ampla ainda. Na verdade, eu já tinha desistido de lançar o livro aqui. Como a gráfica só tem 98 exemplares da primeira edição, que foi quase toda vendida no Mercado Livre, estava pensando em lançar em Brasília apenas a segunda edição.

 

FMA – E por que essa mudança?

SG –  Não disse que a vida é o que acontece com a gente enquanto fazemos planos? Por dois motivos. Primeiro porque o Pelé não foi ao lançamento em São Paulo, mas me ligou dizendo que viria ao lançamento em Brasília tão logo acabasse a pandemia. E aí veio a doença dele. Foi muito triste. Nem queria mais lançar.

E o segundo motivo porque três grandes amigos pediram. Até insistiram. O Jack Corrêa, o Paulo Octávio e a Anna Christina Kubitschek. Eles me convenceram. Seria uma homenagem ao Rei Pelé, que faleceu há 4 meses. E, também, homenagem a JK nos 63 anos de Brasília.

 

O livro “De Casaca e Chuteira – A Era dos Grandes Dribles na Política, Cultura e História – JK-BRASÍLIA-PELÉ” vai ser lançado dia 22 de abril, sábado às 11 horas, no Memorial JK, em Brasília.

 

Folha do Meio Ambiente – PELÉ já está no dicionário. E JK?

Silvestre Gorgulho – Verdade! Após sua morte, Pelé em dezembro do ano passado, houve uma campanha e a justificativa foi porque o apelido para Edson Arantes se tornou sinônimo de perfeição no Brasil e em todos os países de Língua Portuguesa. Aliás, em todos as línguas faladas no mundo. Nada mais justo e oportuno. Na verdade, apenas foi referendado um jargão que já estava no cotidiano das pessoas das mais diversas nacionalidades. Este é mais um legado do Rei Pelé. Símbolo de excelência nos esportes, não só no futebol, Pelé é uma lenda eternizada de muitas maneiras possíveis. O substantivo virou adjetivo e até, quem sabe, verbo: Peleou muito bem! O fato é que agora já temos o Pelé da Ciência, que pode ser o Einstein ou o Vital Brazil; o Pelé da Literatura, que pode ser o Machado de Assis; e até o Pelé da música, que pode ser o Villa-Lobos ou o Rei Roberto Carlos.

 

FMA – Mas, e JK?

SG – Bem, JK ainda não está no dicionário, mas tem uma coisa. O escritor e jornalista Élio Gáspari tem razão quando diz: “Todo político brasileiro quer JK quando crescerem. Um dia, talvez, algum consiga, desde que aprenda uma coisa simples: Juscelino Kubitschek jamais disse uma só palavra má, uma palavra negativa tanto do Brasil quanto dos brasileiros. Foi um visionário que acreditou nos dois.”

 

Privilégio viver a Era JK e Pelé, porque tínhamos de correr atrás do Brasil. JK com sua energia e ousadia conseguiu substituir o ato do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima. (Cacá Diegues)

 

FMA – “De Casaca e Chuteira – A Era dos Grandes Dribles na Política, Cultura e História” – Que acontecimentos fazem o conteúdo do livro?

SG – São muitos e em todas as áreas da vida: política, esportes, economia, música, literatura e costumes. O livro tem 28 capítulos, 448 páginas, e aborda um tempo considerado Anos Dourados do Brasil. Brasília, Pelé e JK são os fios condutores dessa história maravilhosa, quando os brasileiros sentiram que poderiam realizar o impossível. Como disse Cacá Diegues, foi um privilégio viver essa época, porque tínhamos de correr atrás do Brasil. JK com sua energia e ousadia conseguiu substituir o ato do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima.

 

FMA – Por que seu livro foi lançado em 2020, em São Paulo, e só agora será em Brasília?

SG – Verdade! Em 2020 lancei em São Paulo e em 2022 em São Lourenço, Sul de Minas. Motivo simples: O livro só ficou pronto na segunda semana de outubro de 2020. O então governador João Doria, que fez a apresentação, queria lançar o livro no Museu do Futebol lá no Pacaembu, no dia 23 de outubro, quando o Pelé fez 80 anos. Aliás, por isso o selo que tem na capa desenhada por KÁCIO: Brasília 60 anos e Pelé 80 anos. Mas o que aconteceu? Plena Pandemia. O protocolo dizia que só poderiam estar presentes no Museu do Futebol 50 pessoas e tinha de se inscrever pela internet. Havia controle rígido na entrada. Não pude convidar nem minha família. O médico do Pelé proibiu que ele fosse. Pronto, apesar da grande divulgação, pouca gente participou do evento.

 

FMA – Planeja uma segunda edição?

SG – Sim, vou ter que fazer uma segunda edição que será mais ampla ainda. Na verdade, eu já tinha desistido de lançar o livro aqui. Como a gráfica só tem 98 exemplares da primeira edição, que foi quase toda vendida no Mercado Livre, estava pensando em lançar em Brasília apenas a segunda edição.

 

FMA – E por que essa mudança?

SG –  Não disse que a vida é o que acontece com a gente enquanto fazemos planos? Por dois motivos. Primeiro porque o Pelé não foi ao lançamento em São Paulo, mas me ligou dizendo que viria ao lançamento em Brasília tão logo acabasse a pandemia. E aí veio a doença dele. Foi muito triste. Nem queria mais lançar.

E o segundo motivo porque três grandes amigos pediram. Até insistiram. O Jack Corrêa, o Paulo Octávio e a Anna Christina Kubitschek. Eles me convenceram. Seria uma homenagem ao Rei Pelé, que faleceu há 4 meses. E, também, homenagem a JK nos 63 anos de Brasília.

FMA – Interessante essa relação JK, Pelé, Brasília, Cultura e Política…

SG – Na vida, nada é por acaso. O livro foi nascendo aos poucos e acabei encontrando este formato. Imagina que Pelé, Brasília e JK nasceram para o mundo no mesmo ano de 1956. JK toma posse na Presidência em 31 de janeiro e Pelé faz seu primeiro jogo profissional pelo Santos em 7 de setembro, com apenas 15 anos, disputando a Taça Independência. E começa com gol. Foi o primeiro dos 1.285. Ambos marcaram época e entraram na vida de brasileiros, deixando um forte legado. O livro começou como uma espécie de almanaque. Era um trabalho para compor um projeto de Monumento a Pelé que Oscar Niemeyer fez para ser colocado em Santos, em frente ao Museu Pelé. Isso foi em 2010. Mas, em 10 anos houve uma evolução muito grande desse trabalho que acabou virando um livro.

 

FMA – Política, música, literatura e esporte fizeram uma boa dobradinha?

SG – Muito boa. Nos Anos Dourados tudo isso se junta. Foi o desenvolvimento proposto por JK de 50 anos em cinco. Ganhamos a Bossa Nova, o Cinema Novo. O Brasil ganha a primeira Copa do Mundo, vibramos com Pelé, Garrincha, Maria Ester Bueno, Éder Jofre. Até nosso basquete foi campeão do mundo. Em 1956, três grandes autores lançam livros fundamentais: Fernando Sabino lança “Encontro Marcado”, Mário Palmério lança “Vila dos Confins” e João Guimarães Rosa revoluciona a literatura com “Grande Sertão: Veredas”.

 

FMA – Como foi sua pesquisa?

SG – Foram mais de 10 anos de pesquisa. Li 45 livros e muitos discursos. Algumas entrevistas. Na última vez que Pelé visitou Três Corações, sua terra, fui junto. Além dos estudos, pesquisas e leituras conversei com Pelé, Oscar Niemeyer, Carlos Magalhães da Silveira, Maria Elisa Costa. Fui às cidades onde a família do Pelé morou e onde o Dondinho jogou e pesquisei todos os jornais locais, no caso Campos Gerais, Três Corações e São Lourenço, em Minas, e Bauru em São Paulo. Quanto mais eu pesquisava, mais eu entendia a importância de Pelé, JK e de Brasília no contexto da vida Política, Cultural e na História do Brasil.

 

FMA – JK e Pelé na capa… busca passar algum simbolismo?

SG – A capa tem o traço irretocável e a genialidade do Kácio Pacheco. Já é uma História. JK com o uniforme da Seleção Brasileira e Pelé de casaca. Uma simbologia do sucesso, da dedicação, do patriotismo e do trabalho. A simbologia do dever cumprido. Ambos, JK e Pelé, cumpriram muito bem sua missão. Cada um no seu campo. Eles são a chave para entender o Brasil de hoje. Não há como compreender a interiorização da economia, a força do Centro-Oeste, o desenvolvimento do sertão brasileiro sem estudar a vida e a obra de JK. O Brasil é um antes de JK e outro depois. Da mesma forma, no futebol. O Brasil é um antes de Pelé e outro depois de Pelé. Com Brasília, o Brasil colheu um novo País.

 

FMA – Brasília significou mesmo tudo isso?

SG – Significou muito mais. Tive um professor na Universidade de Minesota, nos Estados Unidos, Edward Shu, economista, brasilianista e que foi vice-presidente do Banco Mundial. Shu me dizia, em 1982: “Silvestre, os brasileiros precisam entender a importância geopolítica de Brasília. Nos meus estudos eu sinto que se Brasília não fosse construída e se a capital do Brasil não migrasse para o centro do Brasil, a Amazônia não seria mais brasileira”.

 

FMA – Não tinha pensado nisso…

SG – Toda a região, antes de Brasília, vivia da agricultura de subsistência e da mineração. As políticas públicas eram apenas para o litoral. Veja a mudança: hoje, por causa de Brasília, 60% do agronegócio brasileiro está concentrado no Centro-Oeste. Imagina que na década de 60 e 70, o Cerrado não produzia sequer um grão de soja. Hoje, o Centro-Oeste é responsável por 51% da produção nacional. A soja avançou sobre novas fronteiras e levou junto a cultura do milho, do algodão, do trigo, das frutas, do gado. A produção de milho nessa época era inferior a 5%. Atualmente representa 54,36% da safra nacional. Brasília abriu o caminho para os recordes do agronegócio num Brasil antes vazio e desconectado do litoral. Detalhe: a tecnologia agropecuária tropical, chamada de Revolução Verde dos anos 70 e 80, fez a força do AGRO que só existe porque a Embrapa existe. E a Embrapa nasceu porque Brasília existe.

 

O livro tem uma dinâmica didática e prazerosa. Não tem fakenews. Tudo é documentado com fatos e fotos. É bom saber como foi a construção de Brasília com fatos e fotos. Foi uma saga. Brasília nasceu filmada e fotografada. (SG)

 

FMA – Quanto tempo demorou para finalizar o livro?

SG – Foram exatos 10 anos e 3 meses. Comecei a escrever o livro em 23 de outubro de 2010, quando Pelé fez 70 anos. Tudo, como já disse, por causa de um projeto que Oscar Niemeyer fez a meu pedido do Monumento PELÉ. E também por causa da relação de meu pai com Dondinho, o pai do Pelé, que jogou na minha cidade natal São Lourenço, no Sul de Minas. Maria Lúcia, a irmã do Pelé, nasceu lá. E o apelido Pelé também. Na família, o apelido do Rei é Dico. O nome Pelé nasceu em São Lourenço.

 

FMA – O conteúdo é colocado de forma bem didática…

SG – Sim, didática e prazerosa. Não tem fakenews. Tudo é documentado com fatos e fotos. É bom saber como foi a construção de Brasília com fatos e fotos. Foi uma saga. Brasília nasceu filmada e fotografada. Única cidade do mundo que nasceu com um jornal e o Correio é o único jornal do mundo que nasceu com uma cidade. É bom saber como foi a implantação da indústria automobilística e como foi a ocupação do Cerrado. Importante: este livro mostra, com exemplos e fatos, que nosso país já foi mais íntegro, mais promissor, mais ingênuo e muito menos perverso. Os Anos Dourados foram o auge de nossa autoestima.

 

FMA – Qual a relevância do personagem Pelé para os dias de hoje. E para as novas gerações?

SG – Pelé é um ícone. Não é à toa que seu PELÉ entrou no dicionário. Em 1956, Pelé colocou a bola no campo de um jogo extremamente coletivo para encantar o mundo, como Rei do Futebol. Pelé foi campeão do Mundo cinco vezes: três vezes com a seleção brasileira e duas vezes com o Santos. Foram 1.285 gols filmados, fotografados e registrados durante a carreira. O livro traz tudo isso, em um adendo no final, jogo por jogo. Gol por gol. Pelé fez o cessar-fogo de duas guerras apenas para poder mostrar sua arte. Juiz é “expulso” de campo por ter tido a petulância de expulsar Pelé e, assim, possibilitar sua volta ao jogo. E, ainda, contrariando as regras, depois de ter sido substituído no primeiro tempo, Pelé, mesmo com dores, é obrigado a voltar no segundo tempo para evitar conflitos no estádio. Pelé é uma lenda eterna. O tempo passa, os anos avançam e o mito permanece. Súditos e não súditos, amantes ou não do futebol, têm sempre na ponta da língua a expressão mais nobre, mais lúdica e mais singela para relembrar uma lindíssima história. Verdadeira lenda que sempre recomeça: era uma vez um menino pobre, de uma família pobre, em um país pobre, que tinha o dom de fazer mágicas. De uma bolinha de meia fez sete bolas de ouro.

 

“Pelé é um ícone. Não é à toa que seu PELÉ entrou no dicionário. Em 1956, Pelé colocou a bola no campo de um jogo extremamente coletivo para encantar o mundo, como Rei do Futebol. Pelé foi campeão do Mundo cinco vezes: três vezes com a Seleção e duas vezes com o Santos”. (SG)

 

FMA – Qual a conclusão que a gente pode tirar?

SG – Só posso dizer que JK tinha sempre em mente uma frase de seu conterrâneo Guimarães Rosa, que nasceu ali na sua região onde começa o Cerrado. “Quem elegeu a busca não pode recusar a travessia”. Juscelino elegeu 30 metas para seu governo e mais uma, a meta síntese: construção de Brasília. Foi ousado, determinado, magnânimo e fez uma grande revolução social, econômica e política. Talvez, a maior revolução do Brasil como nação. E sem pegar em armas. Sem dar um tiro. Como JK, cada um de nós – sobretudo os governantes – precisamos focar na busca escolhida e não recusar a travessia.

 

PELÉ: aquele que é fora do comum, que ou quem em virtude de sua qualidade, valor ou superioridade não pode ser igualado. Exemplo: JK é o pelé da política.

 

 

 

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Lei de comercialização de créditos de carbono em concessões florestais é sancionada por Lula, com um veto

Veto presidencial visa evitar retrocesso ambiental ao definir reservas legais

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O presidente Lula sancionou uma lei que autoriza a comercialização de créditos de carbono em concessões florestais no Brasil. Essa medida tem como objetivo incentivar a conservação das florestas e promover a redução das emissões de gases de efeito estufa. No entanto, vale ressaltar que o presidente também vetou um único artigo da lei, alegando que sua aprovação poderia causar um “retrocesso ambiental”. Neste artigo, exploraremos os detalhes da lei sancionada e o motivo por trás do veto presidencial.

A nova lei sancionada pelo presidente Lula busca estimular a adoção de práticas sustentáveis e a preservação do meio ambiente, ao permitir a comercialização de créditos de carbono em concessões florestais. Esses créditos representam a redução ou remoção de emissões de gases de efeito estufa de determinados projetos ou atividades.

Ao permitir a negociação desses créditos, a lei visa criar um incentivo econômico para que empresas invistam em projetos de conservação ambiental, contribuindo para a proteção das florestas e a mitigação das mudanças climáticas. Dessa forma, proprietários de concessões florestais poderão ser recompensados financeiramente pela adoção de práticas sustentáveis e pela preservação das áreas sob sua responsabilidade.

No entanto, o presidente Lula decidiu vetar um único artigo da lei. Esse artigo dizia respeito à definição das reservas legais, que são áreas dentro das propriedades rurais que devem ser preservadas com vegetação nativa. Segundo o governo, a aprovação desse artigo poderia representar um “retrocesso ambiental”, pois poderia flexibilizar as regras de proteção ambiental e comprometer a conservação das áreas de reserva legal.

O veto presidencial demonstra a preocupação do governo em manter a integridade das áreas de preservação, garantindo que a lei não abra espaço para práticas que possam comprometer a conservação dos recursos naturais do país. Essa decisão visa assegurar que a comercialização de créditos de carbono seja feita de maneira responsável e alinhada aos princípios de preservação ambiental.

A sanção da lei que permite a comercialização de créditos de carbono em concessões florestais pelo presidente Lula representa um avanço na busca por práticas sustentáveis e na preservação das florestas brasileiras. Essa medida visa incentivar a adoção de práticas de conservação e mitigação das mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que proporciona benefícios econômicos para os proprietários de concessões florestais.

O veto de um artigo da lei, relacionado à definição das reservas legais, reflete a preocupação do governo em evitar retrocessos ambientais e garantir a proteção das áreas de preservação. É fundamental que a comercialização de créditos de carbono seja realizada de forma responsável, considerando os princípios de conservação ambiental e assegurando que as florestas brasileiras

 

 

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Crise Hídrica: Mais da metade dos maiores lagos e reservatórios do mundo estão secando

Estudo aponta declínio no armazenamento de água em cerca de 53% desses ecossistemas vitais de 1992 a 2020

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Um novo estudo realizado por pesquisadores monitorou cerca de 2 mil lagos e reservatórios ao redor do mundo e revelou uma preocupante descoberta: mais da metade desses corpos d’água apresentaram declínio no armazenamento de água ao longo de quase três décadas. De acordo com a pesquisa, aproximadamente 53% dos maiores lagos e reservatórios do planeta registraram reduções significativas em seu volume de água entre os anos de 1992 e 2020. Esses resultados alarmantes destacam a urgência de ações para proteger e preservar esses ecossistemas vitais.

Os lagos e reservatórios são importantes fontes de água doce, fornecendo recursos cruciais para o abastecimento humano, agricultura, geração de energia e manutenção dos ecossistemas locais. No entanto, as descobertas da pesquisa revelam uma tendência preocupante de secamento desses corpos d’água ao longo do tempo.

Existem várias razões para o declínio no armazenamento de água em lagos e reservatórios. Mudanças climáticas, aumento da demanda por água devido ao crescimento populacional e uso inadequado dos recursos hídricos são alguns dos principais fatores que contribuem para essa situação alarmante. O aquecimento global tem desempenhado um papel significativo, levando a mudanças nos padrões de chuva e aumento da evaporação, o que pode diminuir o volume de água disponível.

Além disso, a exploração excessiva de água para irrigação agrícola, indústria e consumo humano sem uma gestão sustentável também contribui para o esgotamento dos lagos e reservatórios. A construção de represas e barragens também pode ter impactos negativos nos ecossistemas aquáticos, alterando o fluxo natural dos rios e afetando a disponibilidade de água nos corpos d’água.

As consequências do secamento dos lagos e reservatórios são significativas e afetam tanto o meio ambiente quanto as comunidades humanas que dependem desses recursos. A redução do volume de água pode levar à perda de habitats aquáticos, diminuição da biodiversidade e aumento da salinização, tornando a água imprópria para uso humano e atividades econômicas.

Diante desse cenário preocupante, é crucial adotar medidas efetivas para reverter a tendência de secamento dos lagos e reservatórios. Isso inclui a implementação de políticas de conservação e gestão sustentável dos recursos hídricos, investimentos em infraestrutura para armazenamento e distribuição de água, além de incentivar práticas agrícolas mais eficientes e conscientes do uso dos recursos naturais.

Além disso, é importante destacar a necessidade de ações globais coordenadas para lidar com as mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Isso ajudaria a minimizar os impactos negativos do aquecimento global nos padrões de chuva e evaporação, contribuindo para a preservação dos lagos e reservatórios.

O estudo revelando que mais da metade dos maiores lagos e reservatórios do mundo estão secando é um alerta alarmante para a crise global da água. A escassez de água doce é uma realidade crescente que requer ação imediata e sustentável. A proteção e preservação desses corpos d’água são fundamentais para garantir a disponibilidade de recursos hídricos para as gerações presentes e futuras. A conscientização, a gestão sustentável e a cooperação internacional são essenciais para reverter essa tendência preocupante e garantir um futuro mais seguro e sustentável para os lagos e reservatórios do mundo.

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