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Petrobras contribui para coleta de mais de 8 toneladas de lixo no Dia Mundial de Limpeza de Praias

Voluntários dos projetos recolherão resíduos em praias e rios de 13 estados do país no próximo sábado (17/9)

 

FOTO FELIPE GASPAR / AGÊNCIA PETROBRAS

 

Projetos apoiados pela Petrobras vão participar no próximo sábado (17/9) do Dia Mundial de Limpeza de Praias e Rios (World Cleanup Day). Estarão presentes nas ações de limpeza de praias e rios 21 projetos ambientais patrocinados pela companhia, além das equipes do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP), executado pela Petrobras em atendimento a condicionantes de licenciamento ambiental.

A edição de 2022 marca o retorno do World Cleanup Day à forma presencial – nos últimos dois anos, em razão da pandemia de Covid-19, as ações de limpeza de praias foram feitas de forma simbólica.

As ações devem abranger cerca de 120km de praias marítimas e fluviais em 13 Estados, com a participação prevista de mais de 2500 voluntários para fazer a coleta, triagem e pesagem dos resíduos encontrados. Com base em experiências similares, os projetos preveem coletar, este ano, um total entre 8 e 11 toneladas de resíduos sólidos.

No Rio de Janeiro, os projetos Meros do Brasil, Projeto Uçá, Coral Vivo e Guapiaçu se uniram para uma ação dentro e fora d’água. Voluntários remadores farão o percurso de pranchas de stand up da praia Vermelha, na Urca, até a praia do Flamengo recolhendo o lixo no oceano. Em pranchas fabricadas com garrafas pet, eles irão mostrar, na prática, que é preciso repensar sobre o ciclo dos resíduos que a população produz. A ideia é mobilizar e conscientizar as pessoas da importância de comportamentos preventivos, como não jogar lixo nas praias, no mar ou nos rios.

Nas ações anteriores, os resíduos encontrados vão desde os mais comuns, como garrafas plásticas e vidros, até alguns bastante inusitados, como pedaços de sofás, geladeiras, móveis e peças de carros – numa mostra de como o lixo que não é corretamente tratado pode ser levado pela correnteza até lugares muito distantes, com consequências sérias para o meio ambiente, uma vez que estes materiais podem levar séculos para se decompor.

Além das praias marítimas, muitos projetos farão ações de limpeza também em margens de rios – por exemplo, os projetos Ecomuseu e Semeando Água, no interior de São Paulo, e o Viveiro Cidadão, em Rondônia.

As informações sobre a quantidade e tipo dos resíduos coletados serão informadas ao Ministério do Meio Ambiente, visando contribuir na formulação de políticas públicas de mitigação do descarte incorreto de resíduos no mar. O lixo no mar é um dos temas que vem mobilizando Estados, empresas e a sociedade civil em especial nesta década da Ciência Oceânica e da Restauração de Ecossistemas. Esses marcos estabelecidos pela ONU chamam a atenção para os Objetivos dos Desenvolvimento Sustentável e a necessidade de conservação do meio ambiente.

O Projeto de Monitoramento de Praias compreende o registro, resgate, necropsia, reabilitação e soltura de mamíferos, tartarugas e aves marinhas e muitos destes animais são encontrados machucados, debilitados ou mesmo mortos pelo contato ou ingestão de lixo.

 

 

FOTO PMP-BS/ECONSERVATION

Além do mutirão de limpeza, as equipes do PMP realizarão atividades educativas com a população. O resíduo recolhido será posteriormente separado, pesado e destinado para cooperativas de reciclagem locais que possam transformar o lixo em algo novo.

No ano passado, foram mais de 500 voluntários envolvidos e cerca de duas toneladas recolhidas, até um pneu de caminhão foi retirado em Imbituba, litoral de Santa Catarina. Na praia do Boqueirão Sul, em Ilha Comprida (SP), por exemplo, foram retirados cerca de 100 kg de lixo em menos de duas horas, e em Santos (SP), no bairro Ponta da Praia, em parceria com a Prefeitura, foi registrado o total de 376 kg de lixo recolhidos, 62 tipos de resíduos diferentes, 20,5 mil itens.

O PMP atua em mais de três mil km de praias do litoral brasileiro, em regiões onde a companhia opera. Atualmente, a Petrobras mantém quatro PMPs, que juntos, atuam em 10 estados litorâneos, acompanhando mais de três mil quilômetros de praias em regiões onde a companhia atua, trabalhando em parceria com diversas organizações científicas e comunidades locais.

Confira os projetos participantes e praias onde haverá ações de limpeza:

SUDESTE

RIO DE JANEIRO

PMP-BS / Econservation
Cidade: Rio de Janeiro (RJ)
Local: Posto 11 Leblon
Data: 17/09/2022 – 8h
Parceria com a Decathlon

PMP-BS / Econservation
Cidade: Mangaratiba (RJ)
Praia: Praia de Itacuruçá
Data: 20/09/2022 – 8h
Em parceria com Movimento Resgate da Cidade de Mangaratiba – MRM Mangaratiba

PMP-BS / Econservation
Cidade: Niterói (RJ)
Local: Praia e Lagoa de Itaipu
Data: 17/09/2022 – 9h
Em parceria com Resex Marinha de Itaipu – INEA

PMP-BC /CTA
Aula de Yoga
Cidade: Carapebus (RJ)
Local: Lagoa de Carapebus
Data: 20/09/2022 – 8h
Em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente

PMP-BC /CTA
Mutirão de limpeza
Cidade: Carapebus (RJ)
Local: Lagoa de Carapebus
Data: 20/09/2022 – 10h às 12h
Em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente

PMP-BC /CTA
Palestra sobre importância da limpeza de praias
Cidade: Carapebus (RJ)
Local: Lagoa de Carapebus
Data: 20/09/2022 – 09h
Em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente

Projeto: Albatroz
Cidade: Cabo Frio (RJ)
Data: 17/09/2022 – 9h às 12h
Locais: Praia do Peró e Conchas, Canto da Praia do Forte, Praia do Pontal, Praia do Centro, Canal do Itajuru (praia do Centro Albatroz)

Projeto: Aruanã
Cidade: Niterói (RJ)
Data: 17/09/2022 – 8h às 12h
Local: Praia de Itaipu

Projeto Coral Vivo
Cidade: Arraial do Cabo (RJ)
Data: 17/09/2022 – 8h às 12h
Local: Ilha do Papagaio

Projeto: Meros do Brasil
Cidade: Rio de Janeiro (RJ)
Data: 17/09/2022 – 9h
Local: Praia do Flamengo – Posto 1

Projeto: Sertão Carioca
Cidade: Rio de Janeiro (RJ)
Local: Rio do Saci – bairro Campo Grande
Data: 17/09/2022 – 8h às 14h

Projeto: Uçá
Cidade: Niterói (RJ)
Data: 17/09/2022 – 8h às 10h30
Local: Praia de Itaipu

SÃO PAULO

PMP-BS / IPeC
Cidade: Cananéia (SP)
Data: 17/09/2022 – 7h às 12h
Local: Praia do Pereirinha, na Ilha do Cardoso

PMP-BS / IPeC
Cidade: Ilha Comprida (SP)
Data: 17/09/2022 – 7h às 12h
Local: Boqueirão Sul

PMP-BS / Instituto Biopesca
Cidade: Praia Grande (SP)
Data: 17/09/2022 – 9h às 12h
Local: Praia do Canto do Forte

PMP-BS / Instituto Gremar
Cidade: Guarujá (SP)
Data: 17/09/2022 – 8h às 13h
Local: Guaiuba – Ponto de encontro: lado direito da praia, no gramado.

Projeto: PMP-BS / Instituto Argonauta e Fundação pró-Tamar
Cidade: São Sebastião (SP)
Data: 17/09/2022 – 8h30 às 12h
Local: Praia do Balneário dos Trabalhadores

PMP-BS / Instituto Argonauta e Fundação pró-Tamar
Cidade: Ilhabela (SP)
Data: 17/09/2022 – 8h às 12h
Local: Praia do Perequê

PMP-BS / Instituto Argonauta e Fundação pró-Tamar
Cidade: Ubatuba (SP)
Data: 16/09/2022 – 9h às 11h30 e 14h às 16h30
Local: Praia do Perequê-Açu

PMP-BS / Instituto Argonauta e Fundação pró-Tamar
Cidade: Ubatuba (SP)
Data: 17/09/2022 – 9h às 13h
Local: Praia do Perequê-Açu

Projeto Coral Vivo
Cidade: São Sebastião (SP)
Data: 17/09/2022 – 8h às 12h
Local: Ilha de Alcatrazes

Projeto: Corredor Caipira
Cidade: Piracicaba (SP)
Data: 17/09/2022 – 9h às 12h
Local: Parque da Rua do Porto / Centro (Margens e proximidades do Rio Piracicaba)

Projeto: Ecomuseu
Cidade: São José dos Campos (SP)
Data: 17/09/2022 – 9h às 13h
Local: Floresta do Callithrix aurita – Campos de São José

Projeto: Meros do Brasil
Cidade: Ubatuba (SP)
Data: 16/09/2022 – 14h
Local: Praia da Puruba

Projeto: Semeando Água
Cidade: Nazaré Paulista (SP)
Data: 17/09/2022 – 9h às 12h
Local: Praia do Lavapés (Reservatório Atibainha)

Projeto: Tecendo as Águas
Cidade: São Sebastião (SP)
Data: 22/09/2022 – 8h às 12h e 13h30 às 16h30
Local: Praia do São Francisco – Bairro São Francisco – Rio Perequê Mirim

ESPÍRITO SANTO

Projeto: Meros do Brasil
Cidade: São Mateus (ES)
Data: 17/09/2022 – 8h
Local: Praia de Guriri

NORDESTE

BAHIA

Projeto: Baleia Jubarte
Cidade: Caravelas (BA)
Data: 17/09/2022 – 7h às 14h
Local: Praias de Iemanjá, Grauçá e Aracaré

Projeto: Coral Vivo
Cidade: Santa Cruz Cabrália (BA)
Data: 17/09/2022 – 8h às 12h
Locais: Praias de Guaiú; Santo Antonio; Santo André; Centro; Coroa Vermelha

Projeto: Coral Vivo
Cidade: Porto Seguro (BA)
Data: 17/09/2022 – 8h às 12h
Locais: Orla Norte – Ponta Grande, Taperapuã, Pitangueiras; Arraial D’Ajuda – Praia do Apaga Fogo, Praia do Delegado, Praia do Mucugê, Praia do Parracho, Praia da Pitinga; Trancoso – praia do Centro; Curuípe – Praia do Espelho; Caraíva; Aldeia Xandó; Aldeia Barra Velha

Projeto: Coral Vivo
Cidade: Prado (BA)
Data: 17/09/2022 – 8h às 12h
Locais: Ponta de Corumbau; Praia do Veleiro; Cumuruxatiba – Praia dos Pescadores, Praia da Amendoeira; Praia do Centro

Projeto: Coral Vivo
Cidade: Caravelas (BA)
Data: 17/09/2022 – 8h às 12h
Locais: Praia do Quitongo e Pontal do Sul

Projeto: Fogão do Mar
Cidade: São Roque do Paraguaçu (BA)
Data: 17/09/2022 – 9h às 12h
Locais: Capanema, São Francisco do Paraguaçu, Nagé, São Roque do Paraguaçu

Projeto: Meros do Brasil
Cidade: Porto Seguro (BA)
Data: 17/09/2022 – 8h
Local: Praia de Taperapuã

Projeto: Meros do Brasil
Cidade: Caravelas (BA)
Data: 30/09 /2022 – 8h
Local: Praia da Tapera/Rio do poço/Resex de Cassurubá

Projeto: Viva o Peixe-Boi Marinho
Cidade: Jandaíra (BA)
Data: 17/09/2022 – 8h
Local: Praia de Coqueiro

Projeto: Viva o Peixe-Boi Marinho
Cidade: Jandaíra (BA)
Data: 18/09/2022 – 8h
Local: Praia de Mangue Seco

PERNAMBUCO

Projeto: Golfinho Rotador
Cidade: Fernando de Noronha (PE)
Data: 17/09/2022 – 14h às 16h
Local: Praia do Boldró – Ponta da Air France (Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha)

ALAGOAS

Projeto: Meros do Brasil
Cidade: Piaçabuçu (AL)
Data: 24/09/2022 – 14h
Local: Pontal do Peba

SERGIPE

Projeto: Viva o Peixe-Boi Marinho
Cidade: Aracaju (SE)
Data: 17/09/2022 – 8h
Local: Praia de Aruana

CEARÁ

Projeto: No Clima da Caatinga
Cidade: Maracanaú (CE)
Data: 17/09/2022 – 8h às 12h
Local: Jaçanaú – Fazenda Raposa

PARAÍBA

Projeto: Viva o Peixe-Boi Marinho
Cidade: Rio Tinto (PB)
Data: 17/09/2022 – 9h
Local: Praia de Barra de Mamanguape

Projeto: Viva o Peixe-Boi Marinho
Cidade: Cabedelo (PB)
Data: 25/09/2022 – 9h30
Local: Praia de Ponta de Campina

SUL

SANTA CATARINA

PMP-BS/Univali
Cidade: Bombinhas (SC)
Data:  17/09/2022, às 8h30
Local: Praia de Zimbros
Parceira com Fundação de Amparo ao Meio Ambiente de Bombinhas

PMP-BS/UDESC
Cidade: Imbituba (SC)
Local: Praia da Ribanceira
Data: 18/09/2022 – 10h
Em parceira com ECOSURF

PMP-BS/ Instituto Australis
Cidade: Imbituba (SC)
Local: Praia Itapirubá Norte e Sul
Data: 17/09/2022, 9h
Em parceira com ECOSURF

Projeto: Franca Austral
Cidade: Imbituba (SC)
Data: 17/09/2022 – 9h às 13h
Local: Itapirubá Norte e Itapirubá Sul

PARANÁ

Projeto: Meros do Brasil
Cidade: Guaratuba (PR)
Data: 17/09/2022 – 9h
Local: Prainha de Guaratuba

Projeto: Rebimar
Cidade: Pontal do Paraná (PR)
Data: 17/09/2022 – 8h30 às 11h30
Local: Praias de Pontal do Sul, Ipanema, Shangrilá e Praia de Leste

NORTE

PARÁ

Projeto: Mangues da Amazônia
Cidade: Bragança (PA)
Data: 17/09/2022 – 6h às 12h
Local: Praia de Ajuruteua

Projeto: Meros do Brasil
Cidade: Belém (PA)
Data: 17/09/2022 – 9h
Local: Rio Tucunduba (campus UFPA)

RONDÔNIA

Projeto: Viveiro Cidadão
Cidade: Rolim de Moura (RO)
Data: 17/09/2022 – 8h às 11h
Local: Rio Anta Atirada (Bairro Beira Rio)

 

 

 

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GDF abre mão da cobrança de preço público para fortalecer setor produtivo

Medida atende feiras, quiosques, trailers, bancas de jornais, ambulantes e food trucks e vale para período entre abril e dezembro de 2022

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em

 

Ian Ferraz, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger

 

Mais de 5,3 mil micro e pequenos empresários vão ser beneficiados com a remissão do preço cobrado pela ocupação ou uso da área pública no Distrito Federal. Adotada durante a pandemia de covid-19, a medida volta a valer com a assinatura do governador Ibaneis Rocha nesta segunda-feira (29), abrindo mão de R$ 8,5 milhões em receita para o período indicado.

O governador Ibaneis Rocha, ao anunciar, no Palácio do Buriti, a medida de apoio a micro e pequenos empresários | Foto: Renato Alves/Agência Brasília

A remissão do preço público é um gesto de apoio aos trabalhadores do setor produtivo e busca impulsionar a economia e minimizar os impactos negativos da pós-pandemia, uma vez que estes trabalhadores foram afetados economicamente, inclusive com o fechamento desses espaços durante a pandemia. Em sua fala, o governador agradeceu o público presente no Palácio do Buriti, formado majoritariamente por feirantes.

“Não é segredo para ninguém o quanto sou apaixonado pelas feiras, visito quase todas elas, amo comer nas feiras, adoro fazer minhas compras, e nessas visitas escutamos as demandas dos feirantes. Vamos continuar investindo para que a vida de vocês melhore cada vez mais”, disse o governador Ibaneis Rocha diante de um Palácio do Buriti lotado de profissionais do setor.

A medida atende principalmente feirantes e quiosqueiros, mas também donos de trailers, bancas de jornais e revistas, ambulantes, food trucks, assim como os ocupantes de boxes e quiosques instalados em galerias, shoppings populares, terminais rodoviários e metroviários. No geral, são empresas familiares ou microempreendedores individuais com pequeno capital de giro para manter suas atividades econômicas, o que reforça a ação do governo.

Apoio às feiras

O trabalho pelas feiras reúne números que comprovam a importância que o governo dá a esse segmento. O GDF está investindo cerca de R$ 30 milhões na reforma desses espaços e vai destinar R$ 20 milhões na construção de novas feiras.

Desde 2019, o GDF concedeu mais de duas mil autorizações de uso de espaços, o que corresponde a 20% de regularização de todas as ocupações constantes no DF. Nesse período, também foram catalogados 1,2 mil boxes. Uma atuação que colabora no fortalecimento das feiras.

“Esse é um trabalho feito a várias mãos e nasceu nas visitas que o governador faz às feiras, que são os lugares que ele mais gosta. A justiça está sendo feita mais uma vez a esses profissionais”, detalhou o secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo.

Agradecimento

Presidente do Sindicato dos Feirantes (SindiFeira), Francisco Valdenir Machado comemorou o decreto em virtude do momento econômico ainda instável para os profissionais. “Agradeço a sensibilidade de fazer essa remissão em um momento de dificuldade que ainda passamos nas feiras do DF”, pontuou.

Já o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), José Aparecido da Costa Freire, exaltou o benefício concedido ao setor. “É um governador que sabe ajudar e entender os problemas de quem gera emprego. Durante a pandemia, o senhor esteve ao lado do setor produtivo. As feiras ficaram fechadas durante um bom tempo e todos que deixaram de pagar as taxas não podiam voltar a trabalhar, e agora essa medida vem ajudar esses profissionais”, elogiou.

 

 

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Socióloga vê relação entre ataques a escolas e violências do cotidiano

Para Valéria Oliveira, é preciso dar voz a vítimas de microviolências

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em

 

A solução de conflitos “menos graves” no ambiente escolar é medida que pode contribuir para evitar futuros ataques violentos. A avaliação é da socióloga Valéria Cristina de Oliveira, pesquisadora e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo ela, é preciso dar voz aos alunos que são vítimas de microviolências no cotidiano, sejam elas praticadas por profissionais adultos ou por colegas.

“Mesmo que não seja um evento de violência grave hoje, ele pode se desdobrar no futuro em outro de violência grave em decorrência do silenciamento”, disse nessa segunda-feira (29), durante debate com transmissão online que reuniu pesquisadores da UFMG de diferentes áreas. Eles apresentaram dados de variados estudos e fizeram uma discussão sobre o tema “Por uma cultura da paz: combate à violência na educação e à desinformação”.

Segundo um dos levantamentos mencionados, divulgado na semana passada pela organização não governamental Instituto Sou da Paz, ocorreram no país 24 ataques a escolas nos últimos 22 anos. Mais da metade desses episódios, no entanto, estão concentrados nos últimos quatro anos. Na maioria deles, os agressores são alunos ou ex-alunos com média de idade de 16 anos.

Um dos casos que tiveram forte repercussão neste ano ocorreu em março, quando uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas na Escola Estadual Thomazia Montoro, no bairro Vila Sônia, em São Paulo. O crime foi cometido por um de seus alunos, de 13 anos. Nos últimos anos, episódios similares que geraram grande comoção no país também foram promovidos por estudantes ou ex-estudantes, como os registrados em Aracruz (ES) no ano passado e em Suzano (SP) em 2019.

Um estudo recente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) traçou o perfil mais frequente entre os autores dos ataques: homens jovens brancos, geralmente com baixa autoestima e sem popularidade na escola. Também foi observado que muitos deles tinham indícios de transtornos mentais não diagnosticados ou sem o devido acompanhamento. São quadros que podem se desenvolver ou se agravar pela dificuldade de relacionamento nas escolas, o que pode ocorrer, por exemplo, com os que são alvos de bullying.

Valéria integra o Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) e o Núcleo de Pesquisas em Desigualdades Escolares (Nupede), dois grupos científicos da UFMG que fazem investigações sobre o assunto. “O acúmulo de pequenas violências repercute em dificuldades na convivência. A deterioração do tecido social pode ser a consequência negativa de vários eventos menos graves”, reitera.

Segundo um estudo desenvolvido pelo Crisp em 2012, em escolas estaduais de todas as regiões de Minas Gerais, 48% dos estudantes adolescentes declaravam ter sido vítimas de bullying, 20% de ter sofrido agressão física e 40% de ter sido roubado ou furtado nos últimos 12 meses. Além disso, mais de 30% disseram ter sido alvo de violência verbal de colegas ou professores.

Não são raros os casos envolvendo essas agressões com emprego de arma de fogo e com mais vítimas, em que ocorreram outras situações menos graves anteriormente, pouco administradas ou sem que houvesse alguma administração dos conflitos. “Isso ocorre, entre outras coisas, porque não tivemos a oportunidade de ouvir e escutar os principais alvos dessas pequenas agressões. O perfil desses agressores tende a convergir para alguém que tenha inserção social limitada na escola, que tenha sido vítima de bullying, que sofra exclusão de alguma natureza”, diz Valéria.

Soluções

No fim do ano passado, 11 pesquisadores de universidades de diversos estados do país elaboraram um documento propondo estratégias concretas para a ação governamental. Coordenado pelo professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Daniel Cara, eles ressaltaram que os casos deviam ser classificados como extremismo de direita, pois a maioria deles envolve cooptação de adolescentes por grupos neonazistas que se apoiam na ideia de supremacia branca e masculina e os estimulam a realizar os ataques. A presença de símbolos associados a ideologias de extrema-direita tem sido recorrente nesses episódios violentos.

De acordo com o documento, esses grupos disseminam um discurso que valoriza o preconceito, a discriminação, o uso de força e de armas de fogo, encorajando direta e indiretamente atos agressivos e violentos. “É necessário compreender que o processo de cooptação pela extrema-direita se dá por meio de interações virtuais, em que o adolescente ou jovem é exposto com frequência ao conteúdo extremista difundido em aplicativos de mensagens, jogos, fóruns de discussão e redes sociais”, registram os pesquisadores. Segundo eles, medidas só serão eficazes se considerarem esse cenário.

Em uma busca pela palavra “escola” no site da Câmara dos Deputados, Valéria encontrou 312 projetos de lei apresentados em 2023. Chamou a atenção o grande volume de propostas que datam do dia 5 de abril, quando um ataque a uma creche em Blumenau (SC) resultou na morte de quatro crianças. A legenda com mais proposições é o Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro. Em seguida aparecem o União Brasil e o Progressistas (PP), que compuseram a base de apoio durante o governo do ex-presidente.

“Nem todos esses projetos estão ligados à questão da violência nas escolas, mas a coincidência entre o pico de apresentações e a data do ataque nos mostra que esses eventos foram extremamente relevantes para que houvesse um movimento político justamente daqueles grupos que têm sido apontados como associados a discursos que estimulam comportamentos violentos. E a maior parte dos projetos de lei sugere intervenções no campo da segurança. Há muitas propostas de uso de detectores de metais, implantação de câmeras, presença de policiais no espaço escolar. São estratégias de intervenção que não são necessariamente eficazes”, diz a pesquisadora da UFMG.

Soluções dessa natureza vêm sendo criticadas por diversos especialistas, que observam que o aumento do aparato de segurança nas escolas não resolveu o problema nos Estados Unidos, onde os episódios acontecem há mais tempo e com mais frequência. Valéria cita estudos em que fatores como violências prévias, rejeição pelos pares e clima escolar negativo são associados aos casos. “Ter mais dispositivos de segurança pública não contornam isso”, diz.

Entre suas sugestões para enfrentar o atual cenário está a construção de canais de comunicação para escuta e acolhimento das vítimas de conflitos escolares, maior foco no aprendizado de todos e não na punição disciplinar, atenção aos princípios de equidade e de justiça e desenvolvimento de políticas de saúde e assistência para atendimento integral da comunidade e promoção da saúde mental. Ela também defende maior restrição no acesso a armas de fogo e investigação de denúncias da atuação de grupos que estimulam a violência nas redes sociais.

Valéria afirma que é preciso criar novos mecanismos para registrar os casos de conflitos e de violência nas escolas, que permitam ampliar o monitoramento e a discussão de soluções, já que apenas os episódios mais graves aparecem nos registros policiais. Em um mapeamento das ocorrências registradas pela Guarda Municipal de Belo Horizonte em 2015, os eventos mais frequentes em escolas municipais foram dano ao patrimônio, vias de fato e ameaças.

Desinformação

Durante o debate, a pesquisadora Geane Carvalho Alzamora, vinculada ao Departamento de Comunicação da UFMG, observou que a circulação da desinformação e dos discursos de ódio precisam ser enfrentados com um letramento midiático. Segundo ela, pesquisas com jovens já revelaram a dificuldade de muitos em conseguir diferenciar um texto com informações verdadeiras de outro com fake news.

“Não basta desmentir. Não se combate desinformação com verdade. Se combate desinformação com educação”, diz ela. Geane avalia, porém, que as instituições de ensino precisam de uma estratégia para lidar com esse desafio. “Não é uma questão de educar as pessoas para usar os meios. Precisamos entender o que os jovens estão fazendo com os meios. A escola hoje passa alheia a esse problema”.

O professor da Faculdade de Direito da UFMG, Fernando Jayme, defendeu o tratamento dos conflitos escolares por uma perspectiva de justiça restaurativa. Ele avaliou que o sistema punitivo é falho e que é preciso apostar no diálogo e na mediação dentro das instituições de ensino.

“Isso passa pelo reempoderamento das escolas. A violência e a desinformação vêm deixando a escola muito vulnerável. A escola é um ambiente que acolhe a diversidade e é um território de interações humanas tensionadas pelas diferentes individualidades. Os conflitos representam janelas de oportunidades para ressignificar relações, transformando-as, restaurando-as, reparando-as”.

Edição: Graça Adjuto

 

 

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Mauro Pires é o novo presidente do ICMBio

Presidente tomou posse no Parque Nacional de Brasília

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Mauro Pires assume como presidente do ICMBio – Foto: Rebeca Hoefler

Nesta quinta-feira (25), Mauro Pires toma posse como presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A cerimônia ocorreu no Parque Nacional de Brasília e contou com a presença de centenas de autoridades brasileiras e internacionais. Com numerosa plateia, foi uma posse pública, marcada pela responsabilidade com o meio ambiente e com o avanço da pauta ambiental.

O presidente foi escolhido por meio de um Comitê de Busca criado em fevereiro, que avaliou 18 candidaturas e finalizou com uma lista tríplice. O processo marcou o retorno da escolha para a presidência da autarquia pautada pelo critério técnico e comprometimento com a sociobiodiversidade.

O primeiro presidente escolhido por meio desse modelo foi Rômulo Mello, que teve uma vida dedicada à gestão das unidades de conservação e deixou legado na instituição. Durante a cerimônia, o saudoso Rômulo Mello foi homenageado pelo ICMBio. A família de Mello recebeu uma placa de homenagem personalizada, entregue pela colaboradora Nilza Junqueira, que trabalhou por boa parte de sua trajetória com o ex-presidente.

 

Família de Rômulo Melo recebe homenagem

Família de Rômulo Mello recebe homenagem (Fernando Tatagiba)

A mesa principal do evento foi composta pela Ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva; o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, João Paulo Capobianco; o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho; o presidente da Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), Cleberson Zavaski e a secretária-executiva da Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas e dos Povos Extrativistas Costeiros Marinhos (Confrem), Ana Paula Santos.

Em seu discurso, Mauro Pires enfatizou as unidades de conservação como espaços privilegiados de imaginação, inovação e resposta a múltiplos desafios. “O nosso desafio e prioridade dessa gestão é aproximar as unidades de conservação da sociedade. Democratizar o acesso, garantir a titularidade de territórios de povos e comunidades tradicionais, promover a participação e o controle social, voltar a ter a cooperação com a sociedade civil, com as universidades e com a comunidade internacional”, disse.

Em adição, o presidente reforçou o compromisso com enfrentar o desmatamento nas unidades de conservação, recuperar o espaço das reservas extrativistas como asseguradoras da vida e harmonizar direitos. Outros pontos importantes na fala de Pires estão relacionados ao respeito à ciência e ao legado do seringueiro e ativista político que dá nome ao Instituto. “Para nós, é motivo de orgulho e de grande desafio honrar o nome de Chico Mendes”, finalizou.

 

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Nova equipe de gestão é composta por integralmente por servidores da Carreira (Rebeca Hoefler)

No evento, também foi anunciado o quadro de diretores do ICMBio, de composição majoritariamente feminina e totalmente composta por servidores de carreira. Para a chefia de gabinete, será Carla Lessa; na Diretoria de Criação e Manejo de Unidades de Conservação (DIMAN), será Iara Vasco; na Diretoria de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial em Unidades de Conservação (DISAT), será Kátia Torres; na Diretoria de Planejamento, Administração e Logística (DIPLAN), estará à frente Flávia Oliveira; na Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade (DIBIO), ocupará o cargo Marcelo Marcelino, que foi presidente até a nomeação de Pires.

O presidente

Mauro Pires tem graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e mestrado em Sociologia com dissertação sobre políticas de ocupação agrícola no Cerrado e meio ambiente. É servidor público federal, de carreira especialista em meio ambiente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade desde 2009.

Em sua atuação no Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, trabalhou como diretor do Departamento de Extrativismo, diretor do Departamento de Políticas de Combate ao Desmatamento (DPCD), diretor de programa da Secretaria Executiva e foi chefe de gabinete da Secretaria de Biodiversidade e Florestas. Desde o início do ano, atuava como secretário adjunto do Ministério.

 

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