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CAVERNAS DE PERUAÇU
Parque Nacional criado em 1997, só agora foi oficialmente inaugurado.

Lá se vão 25 anos desde a criação do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu situado nos municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, norte de Minas Gerais. Mas só no mês passado, em 16 de dezembro de 2022, o Parque, um dos principais sítios arqueológicos do mundo, foi oficialmente inaugurado. Criado em 1997, o Parque de Peruaçu passou a funcionar como uma compensação ambiental por danos decorrentes de irregularidades nos veículos produzidos e comercializados pela montadora FIAT. Segundo o MPF, naquela época foi acordado com a empresa o compromisso de aquisição de seis mil hectares de terras localizadas na área da APA Cavernas do Peruaçu, para montagem da infraestrutura necessária à criação do parque, oficializado em 21 de setembro de 1999 por decreto federal.
Vista aérea do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu situado nos municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões.
HISTÓRIA DO PARQUE
A história da criação do Parque do Peruaçu começa em 1997, com a assinatura de um termo de compromisso entre o MPF e a FIAT, após atuação do então procurador da República Hindenburgo Chateuabriand Filho. O parque funcionaria como uma compensação ambiental por danos decorrentes de irregularidades nos veículos produzidos e comercializados pela montadora. Naquela ocasião, o MPF pleiteou e obteve da Fiat o compromisso de aquisição de seis mil hectares de terras localizadas na área da APA Cavernas do Peruaçu.
Em 2002, um aditivo ao acordo foi firmado pelo procurador da República José Adercio Leite Sampaio, hoje procurador regional da República da 6ª Região. Nele, foram detalhadas algumas das obrigações da FIAT, como a aquisição de terras e as obras que deveriam ser feitas para a implementação do Parque.
No entanto, em 2010, após 13 anos da assinatura do acordo e do aditivo de 2002, a nova unidade de conservação ainda não tinha saído do papel. A procuradora da República Miriam Moreira Lima, que à época havia assumido o caso, preocupada com a falta de cumprimento das condições ajustadas, chamou a Fiat e o ICMBio para verificar o que estava acontecendo e para pressioná-los a resolver em definitivo as pendências ainda existentes.
Gruta do Janelão e a Clarabóia do Coração – são essas fendas que trazem iluminação natural para a caverna.
NOVO ACORDO ENTRE FIAT E MPF
Após diversas rodadas de negociações, em julho de 2010, o MPF, o ICMBio e a Fiat chegaram a um novo acordo, com a imposição de novas medidas a serem cumpridas, inclusive com significativa ampliação das glebas de terras que deveriam ser adquiridas pela montadora. Na época, foi estabelecido um cronograma para elaboração dos projetos de infraestrutura e execução de todas as obras necessárias à conclusão do processo de implementação do parque.
Entre as medidas estabelecidas, o MPF exigiu que a aquisição dos imóveis restantes fosse feita de forma amigável, com a apresentação de laudos baseados no valor de mercado e o valor da indenização fosse assumido integralmente pela FIAT, mesmo em caso de desapropriação, inclusive os custos judiciais.
Segundo a procuradora do Ministério Público Federal, Miriam Moreira Lima, “o caminho foi longo até que todas as áreas fossem adquiridas e repassadas ao ICMBio, além da elaboração dos projetos executivos para que o parque pudesse tomar corpo e ser entregue à sociedade de forma segura, pois se trata de um dos maiores, mais completos e fascinantes sítios arqueológicos da humanidade”.
O Parque Nacional Cavernas de Peruaçu possui trilhas, grutas, cavernas, mirantes e passarelas de proteção a sítios arqueológicos, mas só pode ser acessado com condutores ambientais treinados e credenciados pelo ICMBio, com o objetivo de garantir a segurança dos visitantes e do patrimônio cultural e ambiental.
O PARQUE
O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu tem 56.448 hectares de extensão, mais de 140 cavernas e 80 sítios arqueológicos repletos de pinturas rupestres e abrange os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, a cerca de 200 km de Montes Claros.
A beleza da Gruta do Janelão, com seus espelhos d’água, um dos principais atrativos do Parque de Peruaçu. (foto Fábio Pastorello)
O parque é dividido em sete trilhas, com graus de dificuldade variados. Todas as visitas devem ser feitas com condutores ambientais credenciados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A entrada no parque é gratuita, mas o serviço dos condutores é cobrado. Reserve ao menos três dias para desbravar a região, hospedando-se em algum hotel de Itacarambi, a 15 minutos de carro do local.
A gruta do Janelão é o principal atrativo do parque de Peruaçu, pois lá está localizada a maior estalactite do mundo, a Perna da Bailarina. Outras grutas também chamam a atenção, como a gruta Bonita, que possui salões e galerias repletos de espeleotemas (depósitos químicos recorrentes em cavernas formadas em rochas carbonáticas), e a gruta do índio, que possui registros arqueológicos e painéis de arte rupestres pré-históricas inteiras, que vão até o teto.
A Lapa dos Desenhos é um dos mais belos conjuntos de pinturas rupestres. As cores são vivas e fascinantes. Nem parece terem sido pintadas há milhares de anos. (Foto: Maurício Oliveira)
Outra atração é Lapa do Boquete, onde se encontra um dos principais e mais estudados sítios arqueológicos do parque: lá foram encontrados alguns sepultamentos e é possível verificar a presença de um silo pré-histórico – estrutura de armazenamento de alimentos. Os visitantes também podem visitar a Lapa dos Desenhos, onde se encontram painéis de arte rupestre pré-histórica bem na entrada da caverna. Além dessas atrações, o parque possui mais outras três grutas que também estão abertas à visitação.
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Dia do Turismo, 27 de setembro: Brasília, uma cidade de encanto e diversidade
De janeiro a julho deste ano 3.112.597 visitaram a capital do país, entre transportes aero nacional, internacional, rodoviário e CAT

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Brasília, a capital do Brasil, é um destino que oferece uma rica combinação de beleza, sabor e entretenimento para seus habitantes e visitantes em todas as estações do ano. De janeiro a julho deste ano, o Distrito Federal recebeu um total de 3.112.597 pessoas por meio de diversos meios de transporte, incluindo aéreo nacional, internacional, rodoviário e o Centro de Atendimento ao Turista (CAT). Em 2022, esse número alcançou 5.420.142 turistas. Desde sua inauguração em 1960, Brasília se destaca pela arquitetura moderna e icônica projetada por Oscar Niemeyer.
Entre os principais pontos turísticos visitados ao longo dos anos, destacam-se a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, o Memorial JK, o Pontão do Lago Sul, a Ponte Juscelino Kubitschek, o Museu Nacional da República, o Congresso Nacional, o Parque da Cidade Sarah Kubitschek, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o Santuário São João Bosco, o Palácio do Planalto, o Palácio da Alvorada, a Praça dos Três Poderes, o Estádio Mané Garrincha, o Museu do Catetinho, o Jardim Zoológico de Brasília, o Parque Nacional de Brasília – Água Mineral, a Torre de TV, o Planetário de Brasília e o Museu do Catetinho. A Fundação Jardim Zoológico de Brasília, considerada um patrimônio cultural, recebeu sozinha 335.839 visitantes até julho deste ano, enquanto em 2022 recebeu 922.547 pessoas.
O Estádio Mané Garrincha, sob a gestão da Arena BRB, não apenas hospeda jogos de futebol, mas também shows e outras atrações. Em 2023, cerca de 1 milhão de pessoas já passaram pelo Complexo, enquanto no ano anterior foram 1,5 milhão de visitantes.
O Congresso Nacional recebeu 61.246 convidados de janeiro a setembro deste ano, em comparação com 64.330 em 2022. O CCBB Brasília atraiu mais de 1 milhão de visitantes desde o ano passado. O Parque Nacional de Brasília – Água Mineral registrou 198.485 visitantes em 2023. O Museu do Catetinho recebeu 25.772 visitantes este ano, enquanto no ano passado foram 29.244.
Esses números demonstram a atratividade de Brasília como um destino turístico repleto de pontos de interesse e encanto. Ronaldo Martins, coordenador do Programa de Visitação Institucional e de Relacionamento com a Comunidade, destaca que o Palácio do Congresso Nacional é um dos locais mais visitados de Brasília, atraindo turistas de todo o Brasil e do exterior.
Wilson Nobre, superintendente de Educação e Uso Público do Zoológico, enfatiza a importância dos zoológicos como destinos turísticos que encantam visitantes de todo o mundo, proporcionando uma oportunidade única de interagir com animais selvagens majestosos e explorar seus habitats.
Richard Dubois, presidente da Arena BRB, destaca que mais de um milhão de pessoas passaram pelo complexo da Arena em 2023, impulsionando diversos setores da capital, incluindo a rede hoteleira, o turismo e eventos corporativos.
A Secretaria de Turismo do DF trabalha em parceria com representantes do setor para desenvolver ações e projetos que coloquem Brasília no centro do turismo. Entre essas iniciativas estão o desenvolvimento da Lei do Turismo, a regulamentação do espaço para o Motorhome, a implementação do calendário de eventos e o retorno do festival Festa dos Estados. A cidade também está destacando novas tendências do turismo local, como o Enoturismo, o Turismo Rural, o Turismo de Aventura e o Ecoturismo.
Cristiano Araújo, secretário de Turismo, enfatiza a transformação de Brasília em uma cidade vibrante, com diversas opções para atender às expectativas de seus visitantes, desde sua cena gastronômica até a oferta de atividades de lazer e entretenimento.
Neste Dia do Turismo, 27 de setembro, e durante todo o ano, Brasília oferece inúmeras oportunidades para conhecer ou revisitar seus pontos turísticos. Até mesmo os moradores locais, como o professor Anderson José e a secretária Keyla Freitas, encontram motivos para explorar a cidade, seja pelos museus que contam a história da capital ou pelos parques que proporcionam momentos de paz e beleza. Brasília é verdadeiramente um tesouro a ser explorado.
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Em Brasília, mulheres indígenas celebram diversidade cultural e marcham por lutas comuns
Na III Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, representantes de todos os biomas do Brasil celebram sua diversidade, denunciam violência de gênero e dizem não ao Marco Temporal.

Marcha das Mulheres Indígenas de 2023, em Brasília — Foto: Amanda Magnani
O som de cantos e dos maracás ecoa de todos os lados do acampamento à medida que grupos de mulheres dos mais diferentes cantos do Brasil se aproximam da tenda principal na concentração para a III Marcha Nacional de Mulheres Indígenas. São 8h00 e o sol seco de Brasília parece realçar as cores dos mais variados trajes tradicionais.
A marcha, que foi do Complexo Cultural da Funarte, onde estavam acampadas, até o Congresso, a cerca de 5km de distância, reuniu mais de 5 mil mulheres. Ela aconteceu no último dia de um evento que, ao longo de três dias, foi marcado por celebrações e denúncias.
Sob o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”, indígenas de diferentes partes do Brasil tiveram a oportunidade de dar voz às demandas específicas vividas pelos povos de seus biomas.
Para o povo Kiriri, da Caatinga, a cerca de 300 km de Salvador, um dos maiores problemas é a seca e a consequente falta de segurança alimentar. “Nossa região é muito seca, e as mudanças climáticas aumentam o impacto na insegurança alimentar”, diz Fabiana Kiriri.
Ela conta que o trabalho coletivo na comunidade e a reserva de alimentos vêm como uma forma de tentar contornar o problema. Mas uma colheita suficiente depende de muitos elementos, que vão da quantidade de chuvas à presença de pragas.
“O que realmente precisamos é de um olhar especial do governo, que proponha projetos para ajudar as comunidades a terem autonomia”, defende.
Já para o povo Kaingang do Pampa, no Rio Grande do Sul, as demandas passam principalmente pelos enfrentamentos com o agronegócio e pelos arrendamentos de áreas dentro das terras indígenas, que acabam levando monoculturas e agrotóxicos para dentro a terra.
“Nós precisamos dar visibilidade às nossas lutas e sensibilizar a nossa comunidade, para que possamos encontrar estratégias para atender as demandas dos nossos territórios”, diz Priscila Gore Emílio, psicóloga do povo Kaingang.
Enquanto isso, em Santa Catarina, os Xokleng são protagonistas no debate sobre o Marco Temporal. “Nossa região foi tradicionalmente ocupada pelos povos indígenas e o nosso território já foi muito maior. Hoje, vivemos em uma área muito reduzida, mas continuamos vivendo muitas tensões e conflitos”, diz Txulunh Gakran.
Contudo, embora povos dos diferentes biomas tenham suas demandas específicas, são muitas as lutas comuns às mulheres indígenas do Brasil como um todo. Grande parte delas gira ao redor da garantia do direito ao território e ao fim da violência de gênero.



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