Reportagens
Os desafios enfrentados pelo Drenar para solucionar problemas históricos do DF
Com um investimento de R$ 180 milhões, maior programa de escoamento do GDF enfrenta, na fase final das obras, o desafio em escavação de solo altamente resistente, enquanto avança para transformar a realidade das quadras 1 e 2 da Asa Norte

Por Victor Fuzeira, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger
Uma solução à altura de um problema histórico na capital do país. O Drenar DF, maior programa de escoamento do Governo do Distrito Federal (GDF), é a resposta esperada há décadas para as recorrentes enxurradas e alagamentos que afligiam os moradores das quadras 1 e 2 da Asa Norte. Em um projeto tão ambicioso, cujo investimento se aproxima de R$ 180 milhões, era de se esperar obstáculos na execução igualmente desafiadores, especialmente na fase final das obras.

Diante do solo rígido no Lote 2, foram montadas sete frentes de trabalho e, em todas elas, a alternativa foi recorrer ao uso de escavadeiras e furadeiras hidráulicas | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília
Para agilizar sua implementação, o Drenar DF foi dividido pela Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap), executora do projeto, em cinco lotes. Foi justamente em um deles, mais especificamente no Lote 2, que as dificuldades se intensificaram com a descoberta, durante a escavação de um túnel de 3,6 km com 1,2 km já executado, de um solo mais rígido do que o previsto nos estudos prévios conduzidos pelas equipes técnicas.
O solo encontrado no local foi caracterizado pelos engenheiros como sendo de Tipo 3, ou seja, composto por um material altamente resistente, compacto, de baixa porosidade e elevada coesão, tornando o processo de escavação manual inviável e exigindo a utilização de maquinário especializado.
“Fizemos todos os estudos de sondagem do solo de acordo com as normas vigentes. A gente sabia que encontraria um solo duro aqui neste lote, mas não imaginava que fosse tão duro. Foi uma surpresa, mas já estamos enfrentando o problema”, explica o diretor-técnico da Terracap responsável pela obra, Hamilton Lourenço.
O solo encontrado no Lote 2 foi caracterizado pelos engenheiros como sendo de Tipo 3, ou seja, composto por um material altamente resistente, compacto, de baixa porosidade e elevada coesão, tornando o processo de escavação manual inviável e exigindo a utilização de maquinário especializado
Para se ter uma ideia do impacto da descoberta, o túnel em execução no Lote 2 será o único a utilizar maquinário em sua abertura. Em todos os outros trechos da obra, onde o solo é de Tipo 1 (macio e de fácil extração), a escavação ocorreu de forma manual e com a adoção da metodologia tunnel liner. A técnica é considerada não destrutiva e compreende o uso de suportes metálicos segmentados para revestir e estabilizar o túnel à medida que ele avança.
“Em um solo de primeira categoria, é possível escavar até três metros por semana e 1,5 metro em um de segunda categoria. Nesse túnel, com essas características de um solo extremamente duro, estamos conseguindo cavar quase meio metro por semana apenas”, detalha.
Operação
Diante do obstáculo, foram montadas sete frentes de trabalho e, em todas elas, a alternativa foi recorrer ao uso de escavadeiras e furadeiras hidráulicas – equipamentos especializados munidos de brocas capazes de perfurar e romper solos resistentes. E foi preciso montar uma verdadeira operação para viabilizar a utilização dos aparatos no interior do túnel.

“Fizemos todos os estudos de sondagem do solo de acordo com as normas vigentes. A gente sabia que encontraria um solo duro aqui neste lote, mas não imaginava que fosse tão duro. Foi uma surpresa, mas já estamos enfrentando o problema”, diz o diretor-técnico da Terracap responsável pela obra, Hamilton Lourenço
“É um túnel com um pouco mais de três metros de diâmetro e que comporta a utilização dessa máquina. Mas, por se tratar de um equipamento pesado, foi preciso utilizar um guincho para descê-la por meio dos nossos poços verticais. A escavadeira desceu desmontada e foi montada aqui dentro, onde ela consegue caminhar e executar sua função”, completa o diretor da Terracap.
Em um dos trechos, a mais de 10 metros de profundidade, a escavadeira é operada por José Fábio Alves da Silva. “Trabalho operando máquinas há bastante tempo, mas abaixo do solo é a primeira vez. No momento, é o cenário mais desafiador que tive de enfrentar trabalhando com essa máquina, especialmente no período da tarde, quando o calor aumenta”, conta.

José Fabio Alves opera escavadeira nas obras do Drenar DF a mais de 10 metros de profundidade: “Sem a máquina, não dá para realizar esse serviço”
O operário está há quatro meses trabalhando nas obras do Drenar DF. Ele conta que não seria possível prosseguir com a execução do túnel sem a utilização dos equipamentos. “Sem a máquina, na mão, não dá para realizar esse serviço. A gente levaria de três dias a uma semana para conseguir fazer um único anel de contenção. Com a máquina, a gente consegue fazer de 5 a 6 anéis de contenção por semana. Então é uma agilidade bem bacana”, pontua.
Avanços
Apesar dos obstáculos encontrados no Lote 2, as obras do Drenar DF estão em ritmo acelerado. De um total de 7,7 km de túneis projetados, 7 km já foram executados, sendo 5,4 km deles já concretados para facilitar o escoamento da água e reforçar a proteção dos anéis de aço corrugado que estruturam as galerias.

De um total de 7,7 km planejados, foram executados 7 km, dos quais 5,4 km já foram concretados para facilitar o escoamento da água
Dos 107 poços de visita (PVs) projetados, 94 estão concluídos e outros 11 em andamento. Apenas dois deles ainda não foram iniciados. As entradas de acesso à rede têm profundidade média de 11,32 metros e algumas chegam a 21,3 metros de altura – o equivalente a um prédio de seis andares.
O projeto prevê também a construção de uma bacia de detenção, dos quais 220 mil m³ foram escavados. Com volume útil de 70,2 mil m³, o reservatório terá capacidade para abrigar até 96 mil m³. O chamado “período de retorno” da bacia é de 25 anos – tempo médio que se espera passar entre a ocorrência de uma chuva intensa e a vazão máxima que essa chuva produzirá na rede de drenagem.
Parque Internacional da Paz
A construção da lagoa é a ponta final do programa. Localizada dentro do Parque Urbano Internacional da Paz, a bacia terá a dupla função de reduzir a pressão do volume de água que desemboca no Lago Paranoá e permitir que tanto a terra quanto o lixo arrastados pelas enxurradas possam ser filtrados e decantar no fundo da lagoa, viabilizando a requalificação das águas pluviais captadas.
O parque que hospeda a lagoa ficará localizado no Setor de Embaixadas Norte, em frente ao Iate Clube, próximo à via L4. Com 5 mil m² de área livre, o espaço contará com esculturas e 249 árvores e arbustos, entre espécies para sombreamento, como magnólias-do-brejo, aroeiras-vermelhas e copaíbas, e frutíferas, a exemplo da aceroleira, pitangueira, amoreira, jabuticabeira e goiabeira.
A Praça Internacional da Paz será construída ao lado do parque e terá área de 8 mil m². O piso será feito em relevo, de forma com que seja possível sentar e desfrutar do espaço ao ar livre.
O projeto, desenvolvido pela Terracap em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) e seguindo exigências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ainda inclui uma ciclovia de 1,1 km de extensão contornando o parque.
Reportagens
Brasil condena ataque de Israel contra o Irã: “violação de soberania”
Itamaraty também alertou para risco de conflito amplo na região

Lucas Pordeus León – repórter da Agência Brasil
O governo brasileiro, por meio de nota publicada nesta sexta-feira (13), condenou os ataques de Israel contra instalações nucleares e fábricas de mísseis do Irã, que mataram altos oficiais militares e cientistas do país persa.
“O governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional”, diz nota do Ministério das Relações Exteriores.
O Itamaraty acrescentou que os ataques ameaçam mergulhar toda a região em um conflito de ampla dimensão, “com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial. O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades”.
O chefe supremo da República do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, prometeu nesta sexta-feira (13) responder aos ataques de Israel. Segundo as autoridades israelenses, o Irã já retaliou o país com ataque de drones, mas Teerã nega.
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Entenda
Israel atacou o Irã alegando que o país está construindo bombas atômicas, que poderiam ser usadas contra Tel-Aviv. O Irã nega e sustenta que usa tecnologia atômica apenas para fins pacíficos, como a produção de energia.
O Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), mas a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) teria apresentado objeções aos compromissos de Teerã com a organização.
A autoridade nuclear do Irã nega que tenha violado compromissos com a AIEA e diz que a Agência realiza uma campanha “politicamente motivada” e guiada por Grã-Bretanha, França, Alemanha e Estados Unidos (EUA), sob influência de Israel.
Já Israel é um dos poucos países do mundo que não assinou o TNP. Os Estados Unidos (EUA) vinham pressionando Irã para reduzir o alcance do seu programa nuclear. O presidente Donald Trump elogiou os ataques de Israel contra Teerã e pediu para o país aceitar o acordo sobre a questão nuclear.
Reportagens
Patrimônio previdenciário do DF chega a R$ 7,5 bilhões em abril
Com boa rentabilidade dos fundos, Iprev-DF registra crescimento de R$ 94 milhões na carteira de investimentos em abril

Por
Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo
A carteira de investimentos sob gestão do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF) fechou abril com um patrimônio de R$ 7,53 bilhões – R$ 94 milhões a mais que no mês anterior, quando o total era de R$ 7,44 bilhões. O montante inclui R$ 5,96 bilhões em ativos financeiros e R$ 1,57 bilhão em outros ativos, como imóveis e ações do Banco de Brasília (BRB).
Os recursos garantem o pagamento dos benefícios de mais de 76 mil aposentados e pensionistas do DF.
O Fundo Solidário Garantidor (FSG), principal fundo administrado pelo Iprev-DF, teve rentabilidade de 1,40% em abril, acumulando 3,88% no primeiro quadrimestre do ano. O índice superou tanto a meta de 2,86% quanto o IPCA do período (2,48%). Com essa performance, o fundo registrou ganhos nominais de R$ 158,9 milhões e alcançou R$ 4,25 bilhões em investimentos financeiros.
Criado em 2017, o FSG é um fundo de solvência – não tem meta atuarial obrigatória, mas seus resultados, quando superiores à inflação, podem ser utilizados para o pagamento de benefícios. Ele reúne aplicações financeiras, imóveis e ações do BRB.
Já o Fundo Capitalizado teve rentabilidade de 1,22% em abril e acumulou 4,22% no ano, alinhado com a meta de 4,23% e acima do IPCA. Os ganhos nominais foram de R$ 61,3 milhões no quadrimestre, elevando o valor da carteira para R$ 1,63 bilhão.
Esse fundo recebe contribuições dos servidores que ingressaram no serviço público do DF a partir de março de 2019 e cobre benefícios até o teto do INSS.
Completam o portfólio os fundos Financeiro e da Taxa de Administração, que não têm metas atuariais. O Fundo Financeiro, destinado ao pagamento de aposentadorias de servidores que entraram até março de 2019 (e de seus dependentes), fechou abril com R$ 54,4 milhões em caixa. Já a Taxa de Administração somou R$ 22,4 milhões.
Para a diretora-presidente do Iprev-DF, Raquel Galvão, o desempenho reflete o esforço conjunto da equipe para consolidar uma carteira sólida e garantir o pagamento dos benefícios.
O diretor de Investimentos do Instituto, Thiago Mendes Rodrigues, avalia que, com o controle da inflação, os resultados devem melhorar ainda mais ao longo do ano. Ele projeta que o Fundo Capitalizado alcance R$ 2 bilhões no segundo semestre de 2025.
*Com informações do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF)
Reportagens
CLDF derruba veto e passa a valer lei que valoriza ensino de duas disciplinas básicas
Lei do deputado Thiago Manzoni estabelece ainda o ensino de matemática e língua portuguesa como patrimônios do povo do Distrito Federal

Foto: Carolina Curi/Agência CLDF
Foi promulgada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) a derrubada de veto ao PL nº 373/2023 que cria a política distrital de valorização das disciplinas elementares. Simplificando, a Lei 7.693/2025 prioriza e incentiva o ensino de língua portuguesa e de matemática nas escolas públicas do DF.
Para tanto, a norma determina que o poder público desenvolva um plano distrital, com validade de dez anos. Entre outros objetivos, está elevar os índices de avaliação de aprendizado dos alunos, ampliar e aperfeiçoar a infraestrutura escolar para as duas disciplinas e incentivar professores a desenvolverem projetos inovadores.
A proposta foi originalmente apresentada pelo deputado Thiago Manzoni (PL) e, após aprovada pelos deputados distritais, vetada pelo Executivo. A Câmara Legislativa decidiu pela derrubada do veto em votação realizada pelo conjunto dos deputados.
“Essa foi uma grande vitória. Em todas as escolas, o que nós queremos é capacitar os nossos alunos e facilitar a aprendizagem em todas as disciplinas. Para isso, estamos priorizando a língua portuguesa e a matemática. Nossos alunos merecem ser escolarizados de maneira adequada e fazer bom uso da língua portuguesa e da matemática para tudo aquilo que vão precisar na vida”, afirma Manzoni.
A lei também institui maio como o mês de valorização das disciplinas elementares, estimulando que as escolas realizem competições de conhecimento vinculadas a elas. Inclusive, o texto prevê que as escolas podem contar com recursos públicos e de parceiros privados para esses eventos. Estabelece ainda o ensino de matemática e língua portuguesa como patrimônios do povo do Distrito Federal.
O texto da nova lei também determina que o poder público deve instituir um programa de avaliação das disciplinas elementares com participação facultativa dos alunos e focada na avaliação seriada.
As escolas públicas podem até criar monitorias remuneradas concedidas aos alunos e vinculadas às duas disciplinas. Outro tipo de incentivo permitido é a premiação para alunos que alcançarem 95% de presença nas disciplinas durante o ano letivo.
Por fim, permite também a captação de recursos vindo de termos de cooperação destinados ao financiamento das medidas previstas na lei.
Acesse aqui a íntegra da tramitação e o texto da lei.
Francisco Espínola – Agência CLDF
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